O primeiro clássico da temporada pôs frente a frente Sporting e FC Porto. Cinquenta mil nas bancadas de Alvalade assistiram a um grande espetáculo, quer no aspeto tático, quer no campo da emoção. Os comandados de Jorge Jesus conquistaram a primeira batalha de uma guerra que se prevê intensa até ao final. Ao cabo da terceira jornada, o Sporting é líder isolado, com três vitórias em outras tantas partidas.
Batalha tática num início de loucos
Apostando no onze mais utilizado neste início de cainhada, o FC Porto entrou em Alvalade à procura dos três pontos. Taticamente muito organizada, a equipa de Nuno Espírito Santo cedeu a iniciativa de jogo ao Sporting, procurando a recuperação de bola e a saída rápida para o contra-ataque. Com Herrera como o médio mais avançado no momento defensivo e André André como primeiro elemento de construção, os azuis e brancos amarraram o meio campo leonino e rapidamente se superiorizaram na partida. André Silva, que voltou a ficar em branco, teve um papel diferente do habitual, na medida em que abdicou das suas acções de pivô e procurou fazer a diferença no espaço.
Logo aos dois minutos, num lance exemplicativo disso mesmo, André André encontra o jovem avançado português em profundidade que, não fosse Ruben Semedo no acompanhamento, podia ter inaugurado o marcador. A tónica da partida manteve-se nos minutos seguintes: o Sporting procurou construir através da posse, mas o meio campo sólido do FC Porto foi sempre capaz de anular todas as ações adversárias. As alterações no onze promovidas por Jorge Jesus pareciam estar a surtir o efeito contrário ao pretendido. Bruno César e Gélson, os alas escolhidos pelo técnico para o clássico, não conseguiam criar desiquilíbrios porque a bola nunca chegava nas melhores condições dos médios mais interiores, William e Adrien.
Aos oito minutos, a equipa visitante adiantou-se mesmo no marcador, justificando o arranque forte e superior na partida. Felipe respondeu da melhor forma a um livre cobrado na direita por Layun e colocou o FC Porto em vantagem. A partir daqui, surgiu a reação expectável dos leões, galvanizados por estarem em desvantagem perante casa cheia. Jorge Jesus acertou as marcações a meio campo e colocou Bruno César em zona mais central, anulando a superioridade numérica do FC Porto que era evidente até aqui. A construção de jogo que vinha sendo aniquilida pela sala de máquinas portista ganhou nova vida e levou a uma maior proximidade da área de Casillas.
E aos 14 minutos o Sporting chegou mesmo ao empate, na sequência de um livre conquistado por Slimani. Bruno César bateu direto ao poste da baliza portista, Gélson, na recarga, atirou para defesa de Casillas e Slimani, à terceira, só teve de encostar.
A partida estava relançada ao minuto 15.O primeiro quarto de hora certamente pagou o bilhete aos milhares que se deslocaram a Alvalade: dois golos, intensidade, espetáculo. Mas a emoção estava longe do fim. Aos 26 minutos, novo golo e reviravolta na partida. Bryan Ruiz aproveitou um erro da defensiva portista e, com a ajuda da mão, dominou a bola em plena área de Casillas, servindo depois Gélson Martins. O extremo português atirou à entrada da área e a bola entrou junto ao poste esquerdo da baliza do FC Porto.
Até ao final da primeira parte, há a registar um lance genial de André André, que merecia melhor sorte. Um remate cruzado do médio português acertou no ferro da baliza de Rui Patrício e por pouco não houve novo empate.