E se um clube pudesse buscar o jogador do rival mais interessante para a sua formação? Partindo do clássico que opõe FC Porto e SL Benfica, quisemos fazer um exercício: Se as águias pudessem vir buscar um jogador dos portistas, qual seria o mais interessante? E se os dragões pudessem ir à Luz um dos atletas do rival, quem poderia ser?
Para que se faça uma escolha acertada para cada uma das equipas, é preciso relembrar como cada uma das duas equipas joga.
SL Benfica
Com Roger Schmidt no comando técnico, a equipa voltou em definitivo ao quarteto defensivo, com dois centrais num esquema em 4x2x3x1.
À frente da defesa, há um duplo pivô no meio-campo que tenta matar os movimentos ofensivos dos adversários, antes de se aproximarem da grande área. Por outro lado, também é uma forma de compensar a projeção atacante dos laterais. Florentino, mais fixo em termos posicionais, e Chiquinho, com maior liberdade de movimentos, depois da saída de Enzo, são o tampão no meio-campo.
No ataque, há três municiadores do ponta de lança. Um médio ofensivo centro e dois extremos nos corredores garantem mais homens na grande área adversária, em condições de finalização. As suas trocas posicionais são uma forma entre eles.
FC Porto
Com a saída de Vitinha e sem um box to box com a mesma capacidade de passe e de transporte da bola, Sérgio Conceição acabou por adaptar o esquema tática para um 4x4x2 melhor definido.
Apesar de a linha defensiva ser a quatro, os laterais também estão muito projetados para o ataque, combinando com os médios ala. No entanto, estes movimentos levam a que os adversários tenham espaços pelos corredores para contra-atacar até pela menor mobilidade dos centrais.
No setor intermediário, varia a utilização de um ou dois elementos mais defensivos. Um médio com o perfil mais ofensivo também deriva para uma das alas. No ataque, há uma dupla no centro com uma referência mais fixa na grande área e o outro elemento com maior liberdade de movimentos.
Diogo Costa – SL Benfica
O Benfica tem o plantel mais rico no Campeonato português, mas há sempre espaço para melhorias. Na baliza, é verdade que Odysseas e indiscutível nas águias e tem melhorado nos pontos menos fortes, nomeadamente no jogo com os pés.
Contudo, Diogo Costa não só assegura segurança entre os postes como também a lançar o jogo ofensivo com os seus passes e dá mais uma linha de passe atrás. O conjunto encarnado seria ainda mais perigoso com os passes teleguiados do guarda-redes internacional português. O quarteto da frente teria mais espaço para chegar à grande área adversária.
Fredik Aursnes – FC Porto
Depois das laterais, o centro do terreno é um ponto sensível nos dragões. O internacional norueguês seria importante porque tanto joga no meio-campo defensivo como nos corredores ofensivos.
Aursnes chega bem à área e é competente tanto a finalizar como a assistir. O médio ajudaria a desequilibrar alguns jogos, tanto a fazer de extremo, como a fazer de duplo pivô no meio-campo com Uribe ou Grujic.