Boavista FC 1-2 Sporting CP: Xeque-mate ao cair do pano

    Em mais uma jornada da Primeira Liga, o Sporting CP deslocou-se ao Bessa e levou de vencida o clássico entre “panteras” e “leões” através de um golo de pénalti já em período de compensação. A equipa da casa partia para o embate com três pontos acima da linha de água, já os “leões” continuavam na perseguição ao SC Braga que, por sua vez, tinha vencido o dérbi do Minho disputado hoje ao final da tarde.

    Lito Vidigal promoveu a entrada no onze de Idris, Perdigão e Sauer, este último em estreia absoluta. Em sentido inverso, Matheus Índio e Fábio Espinho sentaram-se no banco e Mateus passou de titular para a bancada. Do lado visitante, Keizer fez regressar Coates ao onze (após suspensão), subiu Acuña no corredor e entregou a lateral esquerda a Borja. Para além disso, Luiz Phellype foi a referência ofensiva no lugar do lesionado Dost. Ilori e Diaby começaram a partida no banco de suplentes.

    Quando se começaram a mover as peças no tabuleiro axadrezado, dificilmente o jogo podia ter principiado de melhor maneira para o Boavista. À passagem do segundo minuto aproveitaram um livre para colocar a bola na área adversária e depois de dois desvios, Néris deu o toque final para inaugurar o marcador. Muita permissividade leonina.

    Com o golo, a equipa local manteve o seu guião essencialmente defensivo mas também reativo para iniciar transições rápidas quando possível. A formação de Lito Vidigal manteve-se num bloco baixo, com todos os jogadores atrás da linha da bola, num 4-1-4-1 bem definido enquanto que a equipa leonina subia as linhas e tentava fazer circular a bola a toda a largura do campo para desmontar a organização adversária e poder chegar à igualdade.

    Ainda assim, o Boavista parecia mais confortável na partida e em poucos minutos, transformou um canto a favor do Sporting numa transição ofensiva – só travada por Renan – e depois, na sequência de um canto, Obiora não conseguiu, por pouco, o derradeiro desvio à boca da baliza. A infelicidade de uns é a felicidade de outros: Bruno Fernandes solicita Raphinha na direita, este entra na área, procura o 1v1 e cruza rasteiro para um último desvio feito acidentalmente por Edu Machado quando tentou evitar que fosse Acuña a fazê-lo.

    A partir deste instante, os “leões” tomaram conta do jogo. Contruíam a partir da defesa, com Mathieu em evidência, Bruno Fernandes assumia a batuta e distribuía com critério, ora por dentro, ora pelos corredores. Desta forma, o Sporting chegava com relativa facilidade ao último terço mas definia mal. Aos 19´, Luiz Phellype, cabeceou por cima e de seguida, aos 25´, atirou ao poste de forma inacreditável, quando tinha tudo para dar a vantagem aos “leões”.

    Até ao intervalo, destaque para mais uma oportunidade do Sporting, com Coates a cabecear ao lado, na sequência de um livre. Uma partida nem sempre bem jogada, com muita bola no ar e demasiados duelos. Ainda assim, o segundo tempo trouxe mais oportunidades, sobretudo para a turma de Alvalade, que tentava incessantemente chegar à vantagem.

    Bruno Fernandes voltou a ser decisivo para os Leões
    Fonte: Diogo Cardoso/Bola na Rede

    Aos 50´ Raphinha cabeceou à figura, depois de um “tango” de Acuña na linha, mas aos 53′ valeu a atenção de Mathieu para desfazer um lance prometedor, já na área de Renan. O jogo estava confuso, havia várias imprecisões de parte a parte e o Boavista procurava pressionar e subir um pouco mais no terreno.

    De seguida, Coates – qual ponta de lança – atira novamente ao lado, para desespero dos adeptos leoninos. As melhores oportunidades do Sporting surgiam sobretudo a partir dos inúmeros cruzamentos que eram feitos para a área “boavisteira”. Num desses lances deu-se o momento da noite: sensacional pontapé de bicicleta de Bruno Fernandes a encontrar uma também soberba resposta do guardião Bracalli.

    O relógio não parava, os minutos iam passando e o Sporting tentava cercar a baliza “axadrezada” mas o Boavista fechava bem os espaços com grande entreajuda e espreitava o contra-ataque sempre que podia. O jogo entrou numa fase mais faltosa, cheia de paragens e o apito de João Pinheiro soava constantemente.

    Os dois treinadores tentavam mexer na partida, Keizer alterando o figurino da equipa com as entradas de Doumbia e Diaby, em simultâneo, e Lito Vidigal tentando refrescar as suas unidades cada vez mais desgastados pelo esforço feito ao longo da partida.

    O jogo encaminhava-se já para o apito final quando, num lance aparentemente inofensivo e muito forçado, o árbitro assinala penalti por falta de Edu Machado sobre Raphinha. Aos 90+3, Bruno Fernandes assumiu a responsabilidade e deu, sem qualquer misericórdia, a estocada final na equipa que no passado também foi sua.

    Depois de tanto desperdiçar, o leão fez da pantera, finalmente, a sua presa e sai vivo do tabuleiro axadrezado, repondo a distância de três pontos para o SC Braga. Depois de três vitórias em casa, sem sofrer qualquer golo, sob o comando de Lito Vidigal, o Boavista cai perante um Sporting que continua sem “mostrar as garras” fora de Alvalade. Ainda assim, os três pontos vão para Lisboa.

    ONZES INICIAIS E SUBSTITUIÇÕES

    Boavista FC: Bracalli; Talocha, Neris, Jubal, Edu Machado; Idris, Obiora, Bueno (A. Claro 90+5’), Sauer, Perdigão (Matheus Índio 69’); Falcone (Yusupha 79’).

    Sporting CP: Renan; Borja (Diaby 77’), Mathieu, Coates, Ristovski; Gudelj, Wendel (Doumbia 77’), Bruno Fernandes; Acuña, Raphinha, Luiz Phellype.

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    Xavier Costa
    Xavier Costahttp://www.bolanarede.pt
    Amante de desporto em geral mas desde cedo o futebol fez parte da sua vida. Estudante de jornalismo movido por uma curiosidade desmedida e com o sonho de chegar ao jornalismo desportivo. Apaixonado pelo futebol na sua essência e sempre interessado em pensar o jogo e em refletir sobre o fenómeno em si. Num jogo que tantas emoções desperta, nada melhor que palavras para as exprimir, assim o gosto pela escrita e a paixão pelo futebol fundem-se num só.                                                                                                                                                 O Xavier escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.