A zona circundante à Rua Dr. Pita, no Funchal, terá, por estes dias, um brilhozinho especial. Aquele brilho das pessoas apaixonadas, que não sofreram, nem esperam vir a sofrer, as amarguras que o amor às vezes traz.
Essa paixão, virgem de desencantos, tem uma cor enigmática, que dança entre o verde e o vermelho. É um verde-rubro que emana do novíssimo Estádio de Futebol situado na zona. O Estádio do Marítimo.
Desde que a obra foi concluída, o Marítimo não perdeu para o campeonato, empatando apenas com Sporting e Nacional. Ganhou todos os outros 7 jogos lá disputados para o campeonato, incluindo o jogo de inauguração contra o tricampeão nacional (primeiro desaire da época para o Benfica), e o último, contra o Chaves, que deu impulso importante nas contas da Europa, de onde o Marítimo tem andado afastado desde há uns anos para cá.
Fonte: Marítimo SC
Mas pode o sucesso de uma equipa de futebol resumir-se à conclusão de uma obra? Claro que não. É, sim, uma feliz coincidência com a continuidade da entrada em cena de Daniel Ramos.
O treinador maritimista, chamado ao cargo três meses antes da inauguração do Estádio, tratou de tatuar as suas ideias nos seus jogadores, treinando, até a exaustão, o jogo posicional como já tão bem tinha feito no Famalicão e no Santa Clara, usando Diogo Santos como referência de uma transição defensiva muitas vezes insuperável.
No Marítimo, recorre muita às vezes a Erdem Sen, desaproveitado até chegar Ramos, como centro gravitacional do processo defensivo da equipa. O belga (que tem nacionalidade turca) sabe exatamente quando deve manter a posição, dobrar o lateral (embora sejam raras as vezes que precisa de o fazer) ou aproximar-se/afastar-se dos seus colegas do meio-campo quando a ordem é compactar/dispersar consoante o que o jogo pede – defender/atacar.