Estoril Praia SAD 2-3 Boavista FC: “Axadrezados” voltam às vitórias

A CRÓNICA: GRANDE JOGO NA AMOREIRA, ONDE A EFICÁCIA FOI CRUCIAL PARA O DESFECHO

Duelo da 24ª jornada da Primeira Liga. De um lado tínhamos um Estoril Praia SAD que só vencera um dos anteriores dez jogos; do outro o Boavista FC, campeão dos empates no campeonato (13 em 23 jogos) e que ainda não vencera em 2022.

No início de jogo, o Boavista não conseguiu sair do seu meio-campo sem antes sofrer um golo. Vital, após cruzamento de David Bruno, marcou de cabeça, sendo que o tento precisou de uma intervenção de seis minutos do VAR para ser validado.

O Boavista estava em dificuldades, mas aos 20 minutos, toda a equipa se inspirou e desenvolveu uma ótima jogada que culminou com um passe de Sauer para Musa, que marcou o seu nono golo no campeonato. Os canarinhos foram surpreendidos pelo empate e não conseguiram responder na mesma moeda.

Antes do intervalo, Makouta ainda desperdiçou uma ocasião flagrante na pequena área do Estoril, que, por seu lado, só assustou os axadrezados com um lance individual de Arthur, que driblou uma série de adversários, mas não concluiu da melhor forma.

O início da segunda parte foi frenético; o Boavista marcou logo ao minuto 49, num livre lateral batido por Sauer e com Abascal a cabecear para golo, sem dar hipóteses a Dani Figueira. E, no minuto seguinte, houve um penálti para o Estoril.

Um remate de Rosier bateu na mão de Luís Santos na grande área boavisteira e da marca dos 11 metros, Ruiz não desperdiçou.

O jogo eventualmente acalmou-se e com o passar dos minutos o Estoril ia ameaçando mais, mas teve dificuldades em enquadrar remates com a baliza.

Aos 85 minutos, depois de muito tempo sem criar perigo, o Boavista marcou outra vez – um cruzamento de Abascal, na esquerda, encontrou a cabeça de Luís Santos, que rematou a contar.

Até final, o Estoril apenas teve mais coração do que cabeça e permitiu que o Boavista conquistasse três (merecidos) pontos – a primeira vez que o fez fora de casa neste campeonato.

A Equipa da Linha continua assim no sétimo lugar da Primeira Liga, enquanto as Panteras Negras ascendem ao décimo segundo posto, ainda que à condição.

 

A FIGURA

João Mário Rodrigo Abascal
Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

Rodrigo Abascal (Boavista FC) – Sem ter culpa nos golos que a equipa sofreu, o defesa uruguaio fez uma exibição sólida do ponto de vista defensivo. E a atacar, marcou um golo e assistiu outro, sendo por isso a figura maior deste encontro.

 

O FORA DE JOGO

Desacerto nos momentos fulcrais (Estoril Praia SAD) – Nenhum jogador canarinho se destacou pela negativa, mas a equipa teve claras dificuldades na hora de definir os ataques e de defender com assertividade. Criou mais oportunidades do que o adversário, mas faltou clarividência à equipa, o que acabou por ser crucial para o resultado final.

 

ANÁLISE TÁTICA – ESTORIL PRAIA SAD

Partindo de um 4-3-3, Gamboa atuava na posição nº6, sendo Rosier e Geraldes os dois médios interiores, procurando sempre criar movimentos de rotura. Os extremos Arthur e Mboula atuavam bem abertos nas alas (procurando combinações com os médios) e o avançado Ruiz atuava como pivot.

Sem bola, a equipa tentava pressionar alto, mas quando recuava, defendia com um bloco compacto. Gamboa recuava para a linha defensiva, permitindo que os laterais David Bruno e Coly se pudessem focar na marcação aos alas boavisteiros.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Dani Figueira (4)

David Bruno (6)

Patrick William (5)

Vital (6)

Coly (5)

Gamboa (6)

Rosier (6)

Francisco Geraldes (6)

Mboula (6)

Arthur (6)

Leonardo Ruiz (6)

SUBS UTILIZADOS

André Franco (5)

Clóvis (5)

Bruno Lourenço (5)

 

ANÁLISE TÁTICA – BOAVISTA FC

Jogando em 3-4-3, os centrais eram Cannon, Porozo e Abascal, tendo todos muitas responsabilidades na saída de bola. Javi García e Makouta eram os médios-centro, tendo o primeiro maior foco defensivo e o segundo mais liberdade para ajudar no ataque.

Os alas Luís e Nathan providenciavam a largura à equipa, com Sauer e Njie a visitarem mais terrenos interiores. Musa foi um puro avançado-centro.

A defender, a equipa começou por não pressionar a saída de bola do Estoril, mas já o fez na segunda parte. Demonstrou saber sofrer e frustrar muitos dos ataques do adversário.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Bracali (4)

Cannon (6)

Javi García (6)

Jackson Porozo (6)

Nathan Santos (6)

Makouta (5)

Rodrigo Abascal (8)

Luís Santos (6)

Gustavo Sauer (7)

Yusupha Njie (6)

Petar Musa (7)

SUBS UTILIZADOS

Ntep (-)

Tiago Ilori (-)

De Santis (-)

 

BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

Estoril Praia SAD

BnR: Boa noite, míster. Ao longo do jogo, vimos Rosier e Geraldes a procurarem movimentos de rotura e também, às vezes, a trocarem de posição com os dois extremos (Arthur e Mboula); pergunto-lhe se o papel que procurou dar aos seus médios era o mais importante para conseguir conquistar a vitória?

Bruno Pinheiro: Não diria que o papel dos médios era o mais importante. Na nossa forma de jogar, os jogadores são todos colocados em função do que adversário nos dá, o que tentamos fazer não é à base de automatismos – a bola entra aqui e sai para ali –, mas sim à base da complexão de espaços que se abrem e que se fecham, de tentativas de ganhar vantagens numéricas e posicionais.

E hoje, dava para encontrar os médios-centro com alguma frequência e a partir daí desequilibrar o jogo. Mas não é só, digamos que não é uma estratégia para este jogo, mas sim resultando do que o adversário nos dá.

 

Boavista FC

Bola na Rede: Boa noite, míster. Quando o Boavista tinha bola, vimos Makouta a avançar muito no terreno, assim como Nathan e Luís santos. Tinha o objetivo de tentar criar superioridade numérica na sua linha atacante em relação à linha defensiva do Estoril?

Petit: Nós treinadores temos que analisar a equipa com aquilo que também analisamos das equipas. Sabemos que os três da frente do Estoril iam bater nos nossos três centrais quando circulássemos. Depois, nos nossos dois médios, Javi e Makouta, era um jogo de pares e nós temos que analisar aquilo que podemos para criar situações. Aquilo que nós também vimos na primeira parte foi o Makouta e o Yusupha muitas vezes a sair para um corredor, dando mais profundidade, agarrar mais o David Bruno e abriu espaço por fora para o Rodrigo poder jogar no Yusuphe ou no Makouta, e daí criar desequilíbrios e triangulações para poder criar essas superioridades.

Foi o que fizemos, muitas vezes não tão bem jogado, mas nós temos sempre que analisar, ver onde o adversário pode-nos criar perigo e nós vemos onde podemos ajustar algumas situações em termos ofensivos. É claro que fizemos três golos, não foi um jogo com muitas oportunidades, mas foi a eficácia que prevaleceu e temos um matador nato, que é o Musa, por isso acabámos por vencer.

Afonso Viana Santos
Afonso Viana Santoshttp://www.bolanarede.pt
Desde pequeno que o desporto faz parte da sua vida. Adora as táticas envolvidas no futebol europeu e americano e também é apaixonado por wrestling.

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