Moreirense FC 2-3 SC Braga: Golo tardio trai resistência cónega

    A CRÓNICA: RICARDO HORTA APARECEU QUANDO O SC BRAGA MAIS PRECISAVA

    O primeiro de dois duelos minhotos da terceira jornada da liga portuguesa opôs o Moreirense FC e o SC Braga, no Estádio Comentador Joaquim de Almeida Freitas. Duas equipas que não venceram na jornada passada e que pretendiam inverter o ciclo a que se apresentaram nesta partida. O SC Braga vinha de uma derrota por duas bolas a uma, frente ao campeão nacional Sporting CP, enquanto o Moreirense FC tinha empatado, já no centésimo minuto de jogo, nos Açores, frente ao CD Santa Clara.

    Nuns primeiros 25 minutos com pouca agitação nas áreas, o SC Braga foi tendo mais bola, embora fosse uma posse mais lenta e previsível, principalmente efetuada no meio-campo defensivo. O Moreirense FC ia tentando sair em transição e foi assim que criou a primeira oportunidade de golo do jogo. Má abordagem de Raul Silva a meio-campo permitiu uma ultrapassagem de Rafael Martins, que cruzou para Pires e o avançado brasileiro viu o golo ser negado por Fabiano, já muito perto da baliza.

    O SC Braga teve muitas dificuldades em criar perigo à baliza dos cónegos, mas, quando conseguiu, foi letal. Aos 37 minutos de jogo, falha no alívio de Steven Vitória, aproveitada por Mário González para atirar à baliza. Pasinato defendeu o remate forte do espanhol, mas Fábio Martins concretizou na emenda, com a baliza escancarada.

    Ainda os adeptos estavam a festejar o primeiro, já o SC Braga tinha aumentado a vantagem. Jogada pela esquerda do ataque bracarense, a bola chegou a Galeno, que encontrou Iuri Medeiros solto de marcação, dentro da grande área e, com um remate em jeito com o pé esquerdo, chegou ao golo. O internacional sub 21 português, que já não jogava a titular desde o dia 29 de janeiro, quando se lesionou gravemente frente ao CD Santa Clara, emocionou-se depois do tento marcado.

    A segunda parte iniciou-se e tivemos de esperar dez minutos para ver a primeira oportunidade de golo. Enorme passe de Tormena deixou Iuri na cara do guarda-redes, mas este já não teve forças para rematar em condições de fazer golo. O Moreirense FC, na resposta, poderia ter chegado ao golo por duas vezes, através de pontapés de canto. Primeiro, aos 58 minutos, Rafael Martins cabeceou ao poste e depois, aos 66, foi a vez de Steven Vitória ver o seu golo negado por Tormena, em cima da linha.

    Aos 78 minutos de jogo, lançamento longo de Paulinho e Steven Vitória foi carregado na área, por Lucas Mineiro. Chamado à conversão da grande penalidade, o mesmo Steven Vitória não tremeu e reduziu a desvantagem para os cónegos.

    O Moreirense FC ameaçava a baliza bracarense e chegou mesmo ao empate. Aos 82 minutos de jogo, cruzamento de Pires, a bola fo8 desviada e Paulinho empatou a partida de carrinho, para euforia dos adeptos da equipa da casa.

    O SC Braga, depois de ver anulada a vantagem de dois golos, ainda tinha uma palavra a dizer no jogo. Aos 87 minutos, Abel Ruiz apareceu isolado e falhou de forma clamorosa na cara de Pasinato. Mas eis que apareceu o capitão, André Horta que, com um remate de fora da área, fez levantar a bancada destinada aos adeptos bracarenses, já para lá do minuto 90, dando novamente a liderança à equipa de Carlos Carvalhal.

    O SC Braga venceu, de forma muito complicada, em Moreira de Cónegos, e evitou perder terreno para os líderes da tabela classificativa.

     

    A FIGURA

    Ricardo Horta – Recuperou de lesão, entrou e fez a diferença. Quando o Moreirense FC parecia estar por cima do jogo e prestes a pontuar, Horta tirou um coelho da cartola e, de fora da área, rematou para o 3-2 bracarense. Decisivo.

     

    O FORA DE JOGO

    Rúben Ismael – Nunca é fácil ter de levar com Galeno, imagine-se com Galeno e Fábio Martins. Ismael teve uma noite difícil, principalmente no processo defensivo, e acabou substituído aos 58 minutos, muito desgastado pelo que teve de correr, principalmente sem bola.

     

    ANÁLISE TÁTICA – MOREIRENSE FC

    O Moreirense FC apresentou-se de uma forma diferente do habitual, num 5-3-2, com Ruben Ismael e Abdu Conté a ocuparem as alas. Privilegiou, numa primeira fase de construção, a posse e construção pelos centrais, mas, à mínima pressão bracarense, procurava a referência, Rafael Martins.

    Defensivamente, optou por uma pressão baixa, deixando o SC Braga sair na primeira fase, apenas saindo na pressão no erro do adversário. Por vezes, os índices de pressão foram mal calculados, permitindo aos bracarenses ligarem entre linhas com relativa facilidade.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Passinato (4)

    Rosic (6)

    Artur Jorge (5)

    Steven Vitória (6)

    Abdu Conté (6)

    Fábio Pacheco (5)

    Filipe Soares (5)

    Ismael (4)

    Pires (6)

    Yan (5)

    Rafael Martins (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Franco (6)

    Paulinho (7)

    André Luis (5)

    Lacerda (6)

     

    ANÁLISE TÁTICA – SC BRAGA

    O SC Braga apresentou-se no 5-2-3 habitual, que por vezes se transformava num 5-3-2, com um dos extremos a jogar muito por dentro, quase como um ‘dez’.

    Na primeira fase de construção saiu a três homens, como de costume, privilegiando a posse curta de pé para pé. Na maioria das vezes, a posse foi lenta, não conseguindo sair nas melhores condições e a ter de lançar em Mário Gonzalez, que atacava a profundidade

    Defensivamente, apresentou-se com uma pressão média/alta, obrigando o Moreirense FC a esticar longo ou pelos laterais projetados.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Matheus (6)

    Tormena (6)

    Paulo Oliveira (6)

    Raul (5)

    Fabiano (5)

    Galeno (6)

    Musrati (7)

    Horta (6)

    Medeiros (7)

    Fábio Martins (8)

    Mário González (5)

    SUBS UTILIZADOS

    André Horta (8)

    Piazon (5)

    Abel Ruiz (4)

    Lucas Mineiro (4)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    SC Braga

    BnR: O SC Braga chegou ao golo já muito perto do fim, num jogo em que esteve a vencer por uma diferença de dois golos e se deixou empatar. O que é que faltou ao SC Braga para conseguir manter a vantagem confortável que trazia da primeira parte?

    Carlos Carvalhal: “Não ter sofrido. Penso que o penálti foi um lance capital no jogo, uma falta que não deveria ter acontecido. O Moreirense FC acreditou e até atirou uma bola ao poste antes do golo. Felizmente, acreditamos e conseguimos chegar à vitória.”

     

    Moreirense FC

    BnR: O Moreirense FC ficou muito perto de pontuar, num jogo em que se bateu de igual para igual com o SC Braga grande parte do tempo. Acha que faltou concentração naquela ponta final de primeira parte, em que aconteceram os dois golos do SC Braga, principalmente depois do primeiro golo?

    João Henriques: Sim, a equipa sentiu muito o golo e deixamo-nos levar pela parte emocional. Até àquele momento não permitimos qualquer oportunidade e, depois de sofrermos o primeiro, sofremos o segundo e até tivemos ali uma ou outra situação de desorganização. Mas sim, fundamentalmente sentimos o golo emocionalmente e os índices de concentração baixaram.

     

    Rescaldo da opinião de Francisco Silva

    Artigo revisto por Gonçalo Tristão Santos

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    Francisco Moreira e Silva
    Francisco Moreira e Silvahttp://mariooliveira
    O Francisco é natural de Santo Tirso. Encontra-se a tirar uma licenciatura em Ciências da Comunicação, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Sempre teve uma paixão enorme pelo deporto, sobretudo pelo futebol. Tem também um gosto especial pelo basquetebol, mais concretamente NBA. Jogou futebol durante 13 anos, mas agora é na vertente do treino que vai continuando o bichinho pela modalidade.