Hoje, foram várias as surpresas que marcaram a noite em Braga. A primeira começou ainda antes de jogarem à bola. A união das claques no apoio à equipa é um factor importante no crescimento de qualquer clube, fazendo valer a velha máxima de que juntos, somos realmente mais fortes. Se assim continuarmos, apoio de certeza que não faltará. Deixo então aqui uma palavra de apreço aqueles que ajudaram a colorir o municipal de Braga com tanta cor e entusiasmo, membros ou não da claque, este últimos os quais que merecem uma saudação especial pela forma como acalentaram e puxaram pela equipa nos momentos mais difíceis.
Colocando o sentimentalismo de parte, a segunda surpresa fica-se pelos onzes iniciais. Do lado do Braga, André Pinto volta a assumir a braçadeira de capitão e o lugar no eixo da defesa. Bom, até aqui nada de estranho… Logo a seguir, vemos Tomás Martínez a surgir como aposta inicial na posição dez logo atrás de Hassan. Bom jogador e capaz de criar desequilíbrios, mas ainda não tem assimilados os processos de uma equipa que joga bem com onze e não propriamente com um dez… Ricardo Horta parecia ser mais óbvio, mas o futebol é isto mesmo. Do lado do Rio Ave, saltou Marcelo do onze tendo em conta a expulsão de que foi alvo na jornada anterior. Depois de tantas alterações começa finalmente o jogo em Braga.
Foi então nesse ambiente de união e alegria, que o Braga cedo quis mostrar que a Nossa Senhora do Leite é quem veste as calças lá em casa. Quarenta minutos de avanço é para já o tempo recorde que o Braga estabeleceu neste jogo pós-olímpico depois de tanta gente diferente não conseguir marcar um golo e fazer explodir a bancada de alegria. Mas o Rio Ave vinha com a pulga atrás da orelha e na primeira oportunidade que teve de marcar marcou mesmo. Jogada simples que resultou em golo. Pedro Moreira com um golpe de crânio faz a festa para os vilacondenses. Para já, quarenta minutos de avanço, mais que muitos remates para um e zero um no resultado. Algo injusto até então. O bom aspecto e ar limpinho de José Peseiro fizeram com que o Braga joga-se uma boa primeira parte, mas ao mesmo tempo ninguém quis sujar as botas para facturar… Um a zero era quanto estava o resultado na pedreira ao intervalo.
Depois dos quinze minutos de debate para afinar estratégias, Peseiro ainda acreditava que a sua fórmula táctica viria a dar frutos. Entra tudo igual quando se esperava uma «mudançazinha» ao intervalo. Sei lá… Deixa pensar… «Mete um gajo na frente pá!» Posto isto, com todo o equilíbrio do mundo mas sem ideias, sai Martínez e entra Ricardo Horta. O Braga bem que tentava carregar, mas Nuno, com o Capucho enfiado, já estava a ouvir na rádio a próxima jogada do Braga. Passes previsíveis resultaram num ascendente do Rio Ave que começava a criar algum perigo, resultado de um Braga nervoso e pouco maduro. O tempo ditará a resposta. Até que, depois de tanta gritaria dos treinadores de bancada, Peseiro lança Stoilkovic e Bakic ao mesmo tempo. A verdade é uma. A mistura de dois avançados como Hassan e Stoilkovic, pode bem ser a arma dos arsenalistas para atacar a nova época. A jogar em cima do adversário, que começou a aparecer mais em campo, o Braga lá consegue marcar o golo que vale um ponto depois de tanto esforço. Stoilkovic, forte rasteiro e rente à relva dá o gostinho aos adeptos que hoje não mereciam nada a derrota. Verdade verdadinha o Braga também não.
Acabou empatado o jogo em Braga que premeia mais o Rio Ave pela esperteza de Capucho e do seu conjunto.