SC Braga 2-1 Rio Ave FC: O melhor jogo que a Pedreira já viu esta época

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O programa para noite do dia de Reis era bem apetecível, confronto entre quarto e quinto do Campeonato e duas das equipas que melhor futebol praticam no país, ainda que de estilos bem diferentes, um Braga de um pragmatismo cínico e virado para a eficiência na busca da vitória e um Rio Ave, a encarnação lusa do tiki-taka, que se por vezes ainda falha no ramo do chegar aos três pontos, já mais dificilmente desilude no reino da qualidade de jogo.

Os primeiros minutos da partida deixaram logo bem patentes dois aspetos da equipa de Vila do Conde. Por um lado, se a sua capacidade de passe é impressionante, é-o ainda mais na calma e tranquilidade com que os jogadores a executam sob pressão, mesmo junto da sua área. Por outro lado, Ruben Ribeiro mostrou que está mesmo pronto para ir para um grande, até naquela não tão bonita capacidade de cair ao chão ao mínimo toque. Talvez culpa disso, lembrando a lenda do Pedro e do Lobo, o árbitro tenha deixado ficar no bolso o devido cartão amarelo a Bruno Viana quando este, a meio campo, recorreu a uma violenta e desnecessária entrada para o parar.

Se os 10 minutos iniciais denotaram um grande equilíbrio, até em oportunidades, uma para cada lado por Wilson Eduardo e Ruben Ribeiro, com o passar dos minutos os vilacondenses começaram a experienciar maiores dificuldades em sair do seu meio campo. Este momento de domínio arsenalista iria culminar com um momento de génio dos irmãos Horta, André a desencantar uma excelente abertura e Ricardo a corresponder da melhor forma, inaugurando o marcador.

Na resposta, o Rio Ave tentou um futebol mais direto, mas a nova estratégia na teve grandes frutos, bem pelo contrário, e acabaria por retomar ao seu estilo habitual. Entretanto, o árbitro continuou brando no capítulo da disciplina e, quando Danilo escapou pela segunda vez ao merecido cartão amarelo, o banco verde e branco não resistiu e exagerou nos protestos, levando à expulsão de um dos membros da equipa técnica de Miguel Cardoso.

Mas nem isso travou o Rio Ave que se foi aproximando da baliza de Matheus e esteve perto do golo por várias vezes. No contra-ataque, o Braga ainda esteve perto do segundo, mas Rui Vieira saiu da baliza, cabeceou para evitar o perigo e ainda chegou à área a tempo de defender a sobra. Já em tempo de compensação, o inevitável Ruben Ribeiro isolou Novais para repor a justiça no marcador e mandar tudo empatado para intervalo.

O começo da segunda parte foi mais calmo e ficou marcado pelas alterações que os técnicos fizeram para tentar chegar à vitória e por um lance em que foi pedida mão na área dos visitantes, mas em que o senhor do apito mandou seguir. Ora, com o segundo tempo a desenrolar-se com maior luta no centro do campo e menos perigo para ambas as balizas, Abel Ferreira decidiu arriscar e lançou Fábio Martins para o lugar de Goiano, impondo à equipa maior pendor ofensivo.

Fábio Martins entrou e resolveu o jogo Fonte: SC Braga
Fábio Martins entrou e resolveu o jogo
Fonte: SC Braga

A troca resultou no sentido em que os bracarenses se começaram a aproximar mais da baliza à guarda de Rui Vieira, mas também criou maior desequilíbrio na sua própria defesa e permitiu ao Rio Ave também desfrutar de mais oportunidades. Finalmente, aos 82 minutos, o jackpot para a estratégia de Abel Ferreira, com Fábio Martins a estoirar à entrada da área para recolocar os minhotos em vantagem.

A partir daí, os visitantes ainda tentaram importunar Matheus, mas sem sucesso, levado o Braga a melhor neste bom jogo em que vários jogadores de ambos os lados deram muito boa conta de si para produzir um bonito espetáculo. O Braga soube, como é seu hábito, ser pragmático e não hesitou em recorrer à falta para parar o ataque do Rio Ave, que continua a não conseguir consistentemente transformar o bom futebol em vitórias, e alcançar, ainda que provisoriamente, o Benfica no terceiro lugar.

 

 

José Baptista
José Baptista
O José tem um amor eclético pelo desporto, em que o Ciclismo e o Futebol Americano são os amores maiores. É licenciado em Direito (U. Minho) e em Psicologia (U. Porto).

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