Belenenses SAD 0-2 Boavista FC: “Axadrezados” vencem e respiram na tabela

    A CRÓNICA: APATIA DA BELENENSES SAD OFERECE DOIS OVOS DA PÁSCOA ÀS “PANTERAS”

    O domingo de Páscoa foi recheado de muito e bom futebol um pouco por todo o mundo, eu sei. Mas quando falamos no Estádio do Jamor, tem outro encanto. Tivemos direito a tarde de sol e um relvado bem tratado (algo que até pode ser considerado novidade por estes lados). Todos os ingredientes estavam reunidos para uma belíssima partida entre Belenenses SAD e Boavista FC.

    A excitação e entusiasmo do pré-jogo não passou para o confronto propriamente dito. A primeira parte começou amorfa e assistíamos a duas equipas bastante encaixadas uma na outra. Havia muita luta e surpreendentemente, poucas faltas. O árbitro deixou, e bem, que se jogasse futebol a um ritmo mais interessante. Faltava qualidade na definição de parte a parte.

    A chegar ao fim da primeira parte, as ditas e tão esperadas, oportunidades. Primeiro a Belenenses SAD, que desperdiçou uma ocasião clara de golo. E como quem não marca sofre, o Boavista FC não tremeu e passou para a frente do marcador, já ao cair do pano. Marcou Angel Gomes, com um remate cruzado, a passe de Alberth Elis.

    A segunda parte foi, pelo menos, interessante. O futebol não foi melhor, não se engane caro leitor. O Boavista FC recuou e aproveitou sempre os seus alas e avançados para criar perigo, muito perigo. O segundo golo da partida aparece cedo, pelos pés de Alberth Elis. Belíssima subida de Hamache pela lateral e assistência perfeita para o 0-2. Dez minutos depois, um disparate de Angel Gomes faz com que leve o segundo amarelo, e consequente vermelho. De herói a vilão.

    A expulsão (e a vantagem por dois golos no marcador) empurrou ainda mais os Axadrezados para o seu meio-campo. Os Azuis subiram, pressionaram, mas não conseguiram criar perigo, mesmo que em superioridade numérica.

    O Boavista FC respira agora muito melhor na tabela e pode olhar para os próximos jogos com outra cara.

     

    A FIGURA

    Jesualdo Ferreira – O técnico dos axadrezados começou a ganhar o jogo antes do primeiro minuto. Petit esperava uma formação, Jesualdo mostrou outra face e obrigou o adversário a correr atrás do prejuízo. A Belenenses SAD esbarrou no muro que era a defesa das “panteras” e raramente criou perigo a Leo Jardim. Não necessitou de mexer muito na equipa e quando mexeu acrescentou qualidade com as entradas dos frescos Nuno Santos e Ricardo Mangas. Muito bem, Jesualdo Ferreira na leitura do jogo. Destaque evidente para Alberth Elis. Assistiu para o primeiro e finalizou o segundo. Jogo muito bem conseguido e que demonstra, mais uma vez, a sua qualidade.

     

    O FORA DE JOGO

    Afonso Sousa – Primeira parte muito apagada do extremo, que se esperava que fosse o mais criativo e diferenciado de todos os elementos da Belenenses SAD. A derrota está longe, muito longe mesmo, de ser culpa sua. Aliás, o extremo jogou apenas durante os primeiros 45 minutos. Ainda assim, sem dúvida, um dos jogadores que passou ao lado do encontro. Angel Gomes, podia também ter entrado nesta categoria – e bem tentou. Marcou o primeiro, mas foi expulso em cinco minutos, de forma completamente desnecessária. Ainda para mais, colocou a sua equipa a jogar em inferioridade numérica durante os 20 minutos finais da partida, numa altura em que estava esta controlada.

     

    ANÁLISE TÁTICA – BELENENSES SAD

    Tal como esperado, a Belenenses SAD entrou em campo organizada no seu esquema tático de 3-4-3. O onze titular não apresentou novidades de relevo e Petit optou por manter a mesma base.

    Gonçalo Silva, Henrique e Tomás Ribeiro, o mais esclarecido na construção, formaram a tripla de centrais habitual. À sua frente jogavam Afonso Taira e Sithole, apoiados pelos alas, Rúben Lima e Tiago Esgaio.

    Os médios e alas foram ineficazes, a equipa parecia presa, e principalmente sem capacidade de contruir jogadas a partir de trás. A defesa contrária parecia compacta e sem problemas em travar os ataques, salvo raras exceções.

    Os três homens da frente não demonstraram intenção, nem capacidade, de rasgar nas costas da defesa e criar movimentos de rutura. A entrada de Mateo Cassierra, ao intervalo, procurou esses movimentos de profundidade, até então pouco vistos. Afonso Sousa saiu e Miguel Cardoso passou a jogar como extremo. Do outro lado, o experiente, Silvestre Varela.

    Antes do minuto 60, Petit passa a jogar num aparente 4-3-3. Gonçalo Silva, defesa-central, sai e entra um Francisco Teixeira, extremo. Silvestre Varela passou para médio-ofensivo e Bruno Ramires e Sithole funcionavam como duplo-pivot. Cassierra, Miguel Cardoso e Francisco Teixeira passaram a ser os três homens da frente.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    André Moreira (6)

    Gonçalo Silva (5)

    Henrique (5)

    Tomás Ribeiro (7)

    Tiago Esgaio (4)

    Afonso Taira (4)

    Sithole (5)

    Rúben Lima (6)

    Silvestre Varela (5)

    Afonso Sousa (4)

    Miguel Cardoso (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Mateo Cassierra (5)

    Bruno Ramires (5)

    Francisco Teixeira (6)

    Jordan van der Gaag (6)

     

    ANÁLISE TÁTICA – BOAVISTA FC

    Jesualdo Ferreira contrariou a previsão de Petit na antevisão da partida e alinhou em 3-5-2.

    Nos momentos de construção os axadrezados organizavam-se com uma linha de três centrais, constituída por Chidozie, Abdil Rami e Devenish.

    Yanis Hamache (esquerda) e Reggie Cannon (direita) faziam o papel de alas. Na construção estavam subidos e no momento defensivo acabavam por recuar e formar uma linha de 5 defesas. No meio-campo, logo à frente dos centrais, aparecia Sebastián Peréz. O colombiano foi sempre o elemento mais recuado e esteve sempre rodeado por Paulinho (direita) e Gustavo Sauer (esquerda). Os desequilíbrios ficavam por conta das subidas dos alas e dos dois avançados, bastante móveis na frente, Angel Gomes e Alberth Elis.

    Apesar de débeis nos momentos de construção, por terem centrais um pouco limitados nesse aspeto, a defender, o Boavista FC, procurou, aparentemente, um encaixe direto nos avançados do Belenenses SAD, bloqueando a maioria das ações dos Azuis. O perigo das panteras nasceu sempre da criatividade dos avançados e das subidas dos alas que deixavam constantemente em alerta a baliza de André Moreira.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Léo Jardim (7)

    Reggie Cannon (6)

    Abdil Rami (6)

    Chidozie (6)

    Devenish (5)

    Paulinho (7)

    Yanis Hamache (8)

    Sebástian Pérez (6)

    Angel Gomes (6)

    Gustavo Sauer (6)

    Alberth Elis (8)

    SUBS UTILIZADOS

    Nuno Santos (6)

    Ricardo Mangas (6)

    Jeriel De Santis (4)

    Nathan (-)

     

     BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    Belenenses SAD

    BnR: “Na antevisão da partida disse que esperava um Boavista organizado em 4-3-3. Sente que este foi um fator que influenciou o resultado?”

    Petit: “Não, eles já jogaram assim contra os três grandes e nós já defrontámos outras equipas com 3-5-2. É sinal do respeito que eles têm por nós. Nós começamos como acabamos o jogo, apáticos, sem intensidade, sem velocidade, sem bola. E isto analisei antes de começar o jogo, no aquecimento. Como se costuma dizer no futebol, é a “cobra” que começa a pegar uns aos outros. Não é tirar mérito ao Boavista, mas este foi, deste que estou cá, dos piores ou mesmo o pior jogo que tivemos.”

     

    Boavista FC

    BnR: Contrariando a previsão de Petit na antevisão da partida, o Boavista entrou hoje em 3-5-2. O que procurava com esta alteração no esquema? Se sente que foi por aqui que começou a ganhar o jogo?

    Jesualdo Ferreira: É interessante colocar-me essa pergunta, porque nós jogamos à mesma com três médios. Quando você mexe muito, você provavelmente estraga, a não ser que sejam jogadores com uma grande capacidade. Isto para dizer que há possibilidades de explorar mais situações, pelo menos com os jogadores que nós temos. Não mexendo na estrutura, mexer nos posicionamentos. Porque nós sabemos que é possível fazer melhor, há muita coisa que tem acontecido e que tem atrasado a evolução desta equipa.

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    Gabriel Henriques Reis
    Gabriel Henriques Reishttp://www.bolanarede.pt
    Criado no Interior e a estudar Ciências da Comunicação, em Lisboa, no ISCSP. Desde cedo que o futebol foi a sua maior paixão, desde as distritais à elite do desporto-rei. Depois de uma tentativa inglória de ter sucesso com os pés, dentro das quatro linhas, ambiciona agora seguir a vertente de jornalista desportivo.