CS Marítimo e FC Porto encontravam-se no Funchal, para disputar um jogo importantíssimo nas contas de ambos, num dos encontros quentes da 32.ª jornada. O duelo perspetivava-se interessante, colocando frente a frente um candidato à presença nas competições europeias e um candidato ao título de campeão nacional.
Depois do deslize em Santa Maria da Feira, na semana anterior, o Marítimo viu reduzida a sua vantagem sobre o Rio Ave para apenas dois pontos, pelo que a margem para erros nas jornadas restantes era diminuta. Já os dragões entravam em campo um dia antes do Benfica e procuravam colocar a pressão nos campeões em título, sabendo que se vencessem poderiam chegar à penúltima jornada em primeiro lugar.
O Marítimo, que ainda não perdera em casa desde a chegada de Daniel Ramos, recebia um FC Porto que não vencia nos Barreiros desde 2012. A História alertava, por isso, para um jogo difícil para os azuis-e-brancos e foi mesmo isso que mostraram os minutos iniciais. Mesmo apresentando um onze inicial com cinco defesas de raiz, os insulares não se coibiram de atacar e procurar inaugurar o marcador. Aos 20 minutos, a partida estava equilibrada, com o FC Porto a atacar mais, mas com o Marítimo a fazê-lo melhor e com mais perigo.
O jogo era interessante e disputado de igual para igual, mas pecava a equipa da casa na hora de rematar à baliza. Aos 28 minutos, contudo, o Porto chegou à vantagem por intermédio de Otávio, depois de uma interseção incompleta de Zainadine. O golo era penalizador para os comandados de Daniel Ramos, que modificara a estratégia habitual dos verde-rubros, com o intuito de parar Brahimi e tentar surpreender ou, pelo menos, aguentar a igualdade até ao intervalo.
Depois de quebrar o gelo, o FC Porto recuou, entregando a iniciativa aos madeirenses, que ainda tiveram nova contrariedade, quando Luís Martins saiu com queixas abdominais, dando o seu lugar a Brito. O resultado, no entanto, permaneceu inalterado até ao intervalo.
Da primeira parte as indicações eram de um bom espetáculo até ao fim. Do lado do FC Porto, em específico, o jovem Fernando Fonseca dava muito boa conta de si na estreia pela equipa principal.
Nos segundos 45 minutos, o Marítimo continuava por cima, mas faltava melhor definição no último terço. Os azuis-e-brancos consentiam o domínio verde-rubro e pouco fizeram para tentar um resultado mais desafogado. Convidados pelos adversários, os maritimistas tantas vezes foram à frente que acabaram por ser felizes, quando Donald Djoussé, acabadinho de entrar cabeceou para o fundo das redes de Casillas, depois de ele próprio ter conquistado o pontapé de canto.
O golo insular trazia mais justiça ao resultado, mas frustrava as aspirações portistas, pelo que Nuno Espírito Santo resolveu mexer na equipa, colocando Corona, André Silva e Rui Pedro. O Marítimo continuou perigoso, no entanto, e o jogo voltou a ter mais motivos de interesse. Em resposta às alterações do treinador dos portistas, Daniel Ramos procurou consolidar o resultado e garantir a consistência defensiva.
O empate não interessava ao FC Porto, mas era um mal menor para as contas dos maritimistas, que ainda esperavam, tal como os dragões, o resultado do encontro entre Rio Ave e Benfica no dia seguinte. O 1-1 permaneceu até ao final, contudo, com os jogadores portistas a saírem cabisbaixos, de semblante carregado e visivelmente abatidos. Contraste notório com os jogadores verde-rubros, que garantiam um ponto importante na caminhada europeia e aumentavam a série de jogos sem derrotas em casa – dez vitórias e quatro empates.
Foto de Capa: CS Marítimo