FC Paços de Ferreira 1-1 CS Marítimo: Empate deixa contas em aberto para os dois emblemas

    A CRÓNICA: CASTORES DOMINARAM O ENCONTRO, MAS OS MADEIRENSES DESCOBRIRAM A ESTRELINHA

    A 32.ª jornada começava na Capital do Móvel com um FC Paços de Ferreira x CS Marítimo, um jogo que procurava definir as contas finais do campeonato e de extrema importância para o emblema madeirense que se mantinha bem perto da zona de descida para a Segunda Liga.

    Os castores, depois de garantirem a entrada nas competições europeias em 2021/2022 no sofá, uma vez que o CD Santa Clara saiu derrotado da jornada 31, entrava em campo com uma missão quase cumprida, mas procurava ainda reservar o quinto lugar e em caso de vitória conseguiria garantir tal feito.

    O FC Paços de Ferreira entrou com mais pressão no ataque e a primeira oportunidade surge aos cinco minutos, após insistência na área do CS Marítimo. Luiz Carlos atirou de cabeça para a baliza de Amir, mas o iraniano conseguiu desviar. Novo aviso dos castores surgiria minutos depois e foi Marcelo, de cabeça, que enviara ao poste direito e a defesa do CS Marítimo acabou por tirar para canto. Porém, ma marcação do pontapé de canto, a defesa madeirense não conseguiu socorrer-se e Luiz Carlos, o homem que ameaçara em primeiro lugar a baliza de Amir, foi mesmo quem marcou, novamente de cabeça. Após o desvio de cabeça de Hélder Ferreira, Luiz Carlos, no segundo poste, só teve de empurrar a bola e conseguir assim dar vantagem ao emblema amarelo.

    Ainda sem qualquer resposta do CS Marítimo, o FC Paços de Ferreira ia tentando chegar ao 2-0. Após cobrança de falta de forma curta, João Amaral avança com a bola e ainda fora da grande área envia uma bomba para a baliza, mas Amir, com uma grande defesa, consegue sacudir. Nova investida do FC Paços de Ferreira e desta vez o protagonista foi Hélder Ferreira, mas destaque para o corte de Léo Andrade praticamente em cima da linha. Num primeiro momento foi João Amaral quem tentou fazer o golo, mas Amir conseguiu novamente afastar, mas Hélder quase que ia fazendo golo sem hipótese para o guardião, não fosse o defesa maritimista. O FC Paços de Ferreira estava claramente por cima do jogo e um segundo golo fazia-se sentir na Capital do Móvel.

    Contudo, como o futebol não é uma ciência exata, estar mal no jogo não significa que não exista um golo. Claudio Winck, lateral direito, em posições mais ofensivas, tira um cruzamento de regra e esquadro para a cabeça de Joel Tagueu, que aparece sozinho e envia a bola para o segundo poste. O esférico embate nesse mesmo poste e também no outro, acabando por entrar, ainda que Jordi tentasse segurar a bola. Um golo que gelou a equipa do FC Paços e estragaria a palestra a Pepa, mas que certamente que daria um boost motivacional ao CS Marítimo. Sem mais oportunidades para ambas as equipas, o jogo seguiria para intervalo.

    A segunda metade iniciaria com uma substituição na dupla ofensiva por parte do CS Marítimo, o avançado Rafik Guitante sairia para dar lugar a Rúben Macedo. A segunda metade começa com uma jogada perigosa do FC Paços de Ferreira em que Rebocho cruza para a área e após uma série de ressaltos João Amaral remata, mas um novo desvio envia a “redondinha” para canto.

    Ao minuto 61 Jorge Correa teve nos pés a oportunidade para fazer o 1-2, após uma investida pelo lado direito por Rúben Macedo, Correa aparece no segundo poste bem perto da baliza, mas de primeira não consegue finalizar. Fica a chamada de atenção para a equipa da casa.

    Ao minuto 72, grande perigo para a baliza de Amir. Bruno Costa progrediu com a bola até ao último terço do terreno, levantou a cabeça, jogou para o lado direito em Zé Uilton que fez cair o defesa adversário e rematou cruzado para bem perto do poste, mas a bola saiu pela linha final. Matchoi Djaló, que havia entrado para fazer parelha com Douglas Tanque, minutos depois ameaçou de bem longe por duas vezes, sendo que a primeira saiu ao lado, mas na segunda Amir teve de intervir.

    Até ao fim do encontro, o FC Paços de Ferreira foi quem esteve mais perto de chegar ao golo, ainda que não tenha acontecido. Muita batalha no meio campo nos últimos dez minutos e as duas equipas muito fechadas culminaram no 1-1, resultado que ainda não garante o quinto lugar ao FC Paços de Ferreira, mas que pode ser importantíssimo para o CS Marítimo.

    A FIGURA

    Luiz Carlos Foi ele quem marcou o golo, mas engane-se quem pensa que foi a única ação que fez no jogo. Foi interventivo no ataque, pois minutos antes esteve quase para marcar e em momentos defensivos soube fechar os espaços ao CS Marítimo. O médio experiente de 35 anos teve uma grande influência na partida, tocando 42 vezes na bola e acertando 29 dos 32 passes que fez.

     

    O FORA DE JOGO

    Rafik Guitane – Substituído ao intervalo, Guitane esteve desaparecido em campo. Enquanto que o CS Marítimo fazia proveito das ações de Correa, Tagueu e, por vezes, Edgar Costa, Guitane não conseguiu entrosar no jogo e Julio Velázquez fez lançar Rúben Macedo, passando assim o emblema madeirense a jogar com apenas um homem na frente.

     

    ANÁLISE TÁTICA – FC PAÇOS DE FERREIRA

    O FC Paços entra no terreno com o seu esquema tático habitual, mas com algumas alterações aquilo que costuma ser o onze inicial habitual. Jordi mantém-se como dono da baliza pacense e à sua frente jogam Marcelo e Marco Baixinho, este último que soma o seu segundo jogo consecutivo como titular. Nas laterais, Fernando Fonseca volta ao lado direito depois de falhar o jogo com o SC Braga e Rebocho é o homem do flanco esquerdo. Na linha de meio campo, os três homens do costume, com Eustáquio a recuar um pouco mais para tratar da construção de jogo mais recuada e Luiz Carlos e Bruno Costa ficam a seu lado. Na frente, João Amaral está encarregue pelo lado esquerdo do ataque e Hélder Ferreira do lado direito. No centro, destaque para João Pedro que conquistara a titularidade após uma série de boas exibições.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Jordi Martins (6)

    Fernando Fonseca (6)

    Marcelo (7)

    Marco Baixinho (6)

    Pedro Rebocho (6)

    Luiz Carlos (8)

    Stephen Eustáquio (7)

    Bruno Costa (7)

    Hélder Ferreira (6)

    João Pedro (6)

    João Amaral (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Douglas Tanque (7)

    Zé Uilton (7)

    Luther Singh (6)

    Matchai Djaló (7)

     

    ANÁLISE TÁTICA – CS MARÍTIMO

    O CS Marítimo vem a jogo num sistema de 4-4-2 com Amir como guardião, Claudio Winck no lado direito da defesa, Zainadine Junior e Léo Andrade no centro e Fábio China do lado esquerdo. No centro do terreno, do lado direito, estava Edgar Costa, o capitão da equipa, no meio Bambock e Pedro Pelágio e no lado esquerdo Jorge Correa. Na frente de ataque, Joel Tagueu e Rafik Guitane estavam encarregues pelas investidas ofensivas à baliza pacense. Uma opção arrojada de Julio Velasquez para o jogo, uma vez que o CS Marítimo não tem hábito de entrar em campo em 4-4-2.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Amir Abedzadeh (7)

    Cláudio Winck (7)

    Zainadine Júnior (7)

    Léo Andrade (6)

    Fábio China (6)

    Edgar Costa (6)

    Franck-Yves Bambock (6)

    Pedro Pelágio (6)

    Jorge Correa (7)

    Joel Tagueu (7)

    Guitane (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Rúben Macedo (7)

    Tim Soderstrom (6)

    Milson (6)

    Alipour (-)

    BNR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    FC Paços de Ferreira

    BnR: O Paços sofre golo num momento que estava por cima do jogo e bem perto do intervalo. Que influência é que isso teve no psicológico da equipa para encarar a segunda parte?

    Pêpa: É sempre duro. Estávamos por cima, com muita qualidade e muitas oportunidades e depois nos últimos cinco minutos [da primeira parte] há um “soco tremendo”. Na segunda parte voltamos a entrar bem, mas depois sentimos, uma equipa que tem as linhas mais baixas de forma propositada fica com mais espaço depois para atacar a profundidade e isso cria sempre algum desconforto a uma equipa que está a tomar conta do jogo e à procura do segundo golo. Nos equilíbrios temos de ser muito mais fortes, portanto, quando estamos por cima, voltar a recuperar bola e não permitir transições. Permitimos uma ou outra [falha] e alguns erros de passe, que é normal, porque estamos com muita bola. Parece que perdemos o jogo e isso é sinal que tivemos mais oportunidades. As duas equipas queriam ganhar, cada uma da sua forma e esta sensação de frustração é sinal que fizemos muito para ganhar o jogo. Não conseguimos, parabéns ao CS Marítimo pelo ponto que conquistou e nós temos de continuar nesta senda de qualidade de jogo e procurar sempre a vitória seja contra quem for.

    CS Marítimo

    BnR: O CS Marítimo na segunda parte aparece mais vivo. Que tipo de discurso teve com a equipa?

    Julio Velázquez: Não foi o discurso. Na primeira parte, sobretudo, não estávamos bem nos corredores. Encontramos uma equipa que interpreta muito bem as situações de pressão. Nós precisávamos de igualar o jogo, depois de igualar tentar ficar por cima. Melhoramos sem dúvida e soubemos interpretar melhor os espaços. Era difícil progredir e encontrar espaços com o Bruno [Costa], Eustáquio e o Luiz Carlos, estiveram muito bem e sabiam controlar os espaços nas costas. Tivemos de fazer as escolhas certar para evoluir e tentar através de dentro evoluir por fora. Não é nada fácil, pois hoje competir como competimos e não é nada fácil empatar o jogo com um golo tão cedo. Acho que tivemos condições como eles, de podermos variar o jogo em qualquer lance, mas sinceramente pelo que aconteceu em todos os aspetos o resultado é justo.

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    Tiago Moura
    Tiago Mourahttp://www.bolanarede.pt
    Desde criança a colecionar cromos e recortes de jornais de vários jogadores até às longas carreiras nos videojogos no seu clube do coração, foram muitas as alegrias que o desporto rei lhe proporcionou. Assume ficar fulo quando não consegue acompanhar um jogo da equipa da cidade Invicta, mas no que toca a tudo o que acontece à volta do seu clube sente a obrigação de estar sempre atualizado. Estuda Ciências da Comunicação e é através da escrita que se prefere expressar.