Rio Ave FC 2-0 SC Farense: Veneno é prato da casa

    A CRÓNICA: O FEITIÇO VIROU-SE CONTRA O FEITICEIRO

    A jornada 22 ditou o confronto entre duas equipas que procuravam conforto na tabela classificativa, dividas por somente 3 pontos (até à realização do jogo). A competitividade aconteceu, porém a radiação de ideias do Rio Ave FC contrastou com um SC Farense cinzento sem elas. E se se antecipava uma equipa algarvia a aproveitar o contra-ataque, sucedeu o oposto, onde os dois golos tiveram raiz em transições rápidas. Foram venenosos e oportunistas os vila-condenses.

    Ora, a partida principiou como esperado. Ambos os lados colocaram em prática aquilo que foi estudado e as oportunidades dividiam-se. Se, por um lado, Kieszek quase ofereceu um «frango» digno de um belo churrasco ao SC Farense, por outro lado, foi Francisco Geraldes a esturricar a defensiva algarvia. Seja a criar em jogo posicional, ou a definir no contra ataque, o número 11 do Rio Ave FC destinava-se a ser protagonista. Isto é, para o bom e para o mau, porque ao minuto 25’ é o primeiro do jogo a ser admoestado com um cartão amarelo. 25 minutos de um SC Farense a jogar melhor sem bola e de um Rio Ave FC a conduzir melhor com ela. Duas estratégias e filosofias bem distintas, onde seria a eficácia o melhor juiz para desatar o nulo.

    A partida deu esta introdução, mas o segundo parágrafo foi outro. Dito isto, o Rio Ave FC aproveitou um contra ataque e colocou de «pernas para o ar» a defensiva algarvia, ao passo que Mané sofre penalty e Pelé abriu a contagem. 1-0 ao minuto 27’. O resto da segunda parte não teve grande coisa para acrescentar, com o Rio Ave a segurar as investidas desengonçadas do SC Farense, que apenas conseguia fazer furor através de cruzamentos e bolas paradas. 1-0 ao intervalo.

    O início da segunda parte manteve o rumo da primeira. Contudo, Miguel Cardoso colocou um autêntico cadeado no meio-campo. Pelé manteve-se o «gatekeeper» dos centrais, não obstante as suas dinâmicas se tenham alterado, nomeadamente o seu posicionamento. O Rio Ave FC parecia adormecido, mas na verdade, foram os vila-condenses que colocaram a equipa algarvia a dormir. Numa recuperação de bola, Camacho aproveitou o espaço entre os centrais e colocou um ponto final na partida. Até final, a «turma» de Jorge Costa continuou a carregar, mas faltou discernimento e criatividade para mais.

     

    A FIGURA

    Meio campo do Rio Ave FC – Uma das, se não a principal razão pela qual o Rio Ave FC saiu deste jogo sem conceder praticamente uma ocasião de perigo, é muito devido à segurança transmitida pelo meio campo. Miguel Cardoso colocou autenticamente um cadeado na zona intermediária do terreno e impediu que houvessem grandes oportunidades do outro lado.

     

    O FORA DE JOGO

    Falta de discernimento do SC Farense – A precisar de marcar, exigia-se mais e melhor. É certo que a peça chave no momento ofensivo do jogo “não jogou” (Ryan Gauld), contudo, o processo ofensivo demonstrou-se uma mão cheia de nada.

     

    ANÁLISE TÁTICA – RIO AVE FC

    A equipa orientada por Miguel Cardoso organizou-se em 4-2-3-1, não obstante a construção que era faseada em 3-4-3, com Pelé a baixar para fazer companhia aos centrais vila-condenses. Com uma construção desde trás, paciente a mirar o desequilíbrio, o Rio Ave FC apresentava-se objetivo e uma constante ameaça com os três homens da frente (Dala, Camacho e Mané). Defensivamente, aí sim, o Rio Ave FC voltava a um 4-2-3-1, com Pelé e Felipe Augusto a serem peças chave na manutenção da reduzia capacidade de criação do adversário.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Kieszek (6)

    Costinha (5)

    Borevkovic (6)

    Aderllan Santos (6)

    Sávio (6)

    Pelé (8)

    Filipe Augusto (6)

    Carlos Mané (5)

    Francisco Geraldes (6)

    Rafael Camacho (7)

    Gelson Dala (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Guga (6)

    Ronan (6)

    Pedro Amaral (6)

     

    ANÁLISE TÁTICA – SC FARENSE

    A equipa liderada por Jorge Costa alinhou num 4-1-4-1, que se esticava em organização ofensiva e comprimia-se em organização defensiva, ao passo que os extremos se juntavam na ajuda a Lucca, tapando o espaço entre linhas aos médios vila-condenses. Ofensivamente, foi através de bolas paradas e e um jogo mais longo que a equipa algarvia procurou ferir a baliza vilacondense.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Hugo Marques (2)

    Tomás Tavares (6)

    Eduardo Mancha (6)

    Cássio Scheid (5)

    Fábio Nunes (5)

    Bilel (6)

    Lucca (6)

    Amine (6)

    Hugo Seco (4)

    Licá (5)

    Stojiljkovic (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Cláudio Falcão (5)

    Mansilla (5)

    Pedro Henrique (-)

    Djalma (-)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    Rio Ave FC

    BnR: Mister, falou da linha a dois, que ficou surpreendido com o Stojiljkovic e o Licá. De resto, é Pelé a criar superioridade numérica numa linha a três. Depois, na segunda parte, ele acaba por também ser chave a “trancar” o meio campo. Mas pergunto-lhe, que importância tem tido Pelé neste seu regresso ao Rio Ave e particularmente neste jogo de muitos duelos?

    Miguel Cardoso: Eu não gosto de individualizar porque as questões são relacionáveis. Não adianta falar do comportamento do Pelé, sem falar o do Filipe Augusto ou o do ala, central…Portanto toda esta questão comportamental, só faz sentido quando falamos do compromisso coletivo.

    SC Farense

    BnR: Mister, a equipa sofre os golos em períodos onde até tenta criar perigo com bola. Sente que mais do que os golos sofridos, faltou objetividade e criatividade para construir mais ocasiões de golo?

    Jorge Costa: Faltou muita coisa. Estamos a falar de duas equipas que continuarão na busca de pontos. O Rio Ave FC fica a respirar um pouco melhor agora. Daí, a compreender um pouco as más decisões e a falta de tomada de decisão em certos momentos. Vimos de uma série díficil, mas até estavamos a passar com algum sucesso. Não éramos a melhor a equipa do mundo, mas agora também não somos a pior.

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    Diogo Silva
    Diogo Silvahttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo lembra-se de seguir futebol religiosamente desde que nasceu, e de se apaixonar pelo basquetebol assim que começou a praticar a modalidade (prática que durou uma década). O diálogo desportivo, nas longas viagens de carro com o pai, fez o Diogo sonhar com um jornalismo apaixonado e virtuoso.