5 destaques individuais do Académico Viseu x Oliveirense

    O Académico de Viseu conseguiu o décimo jogo sem perder com o empate a duas bolas frente a Oliveirense. A candidatura à subida não parece colocada de parte, apesar de ter de encarreirar nas vitórias para que consiga chegar à quadra da frente.

    Por outro lado, no regresso de Ricardo Chéu ao Fontelo e frente ao seu clube do seu coração, como afirmou na época passada enquanto técnico do Vilafranquense, a Oliveirense somou o quinto jogo consecutivo sem vencer.

    O Bola na Rede traz os jogadores em destaque do jogo, seja pelo lado positivo ou pelo lado menos bom.

    1.

    O goleador marcou presença – André Clóvis tem feito uma época aquém das expectativas face aos 32 golos apontados na temporada passada e ao título de melhor marcador da Segunda Liga 2022/2023.

    Frente ao conjunto de Oliveira de Azeméis, o ponta de lança apareceu, quando a equipa em inferioridade numérica precisava e bisou. O segundo golo em que recebe de costas para a baliza e se vira para rematar é de levantar o estádio. O Académico Viseu precisa mesmo do avançado brasileiro, responsável por sete dos 24 golos na competição.

    2.

    Frederico Namora Oliveirense
    Fonte: UD Oliveirense

    O reforço que está a fazer pela vida – Frederico Namora veio para a lateral esquerda da equipa de Oliveira de Azeméis para substituir Kazu que saiu para o Gil Vicente, no mercado de janeiro. Apesar de ter várias arestas para limar, nomeadamente defensivas, o ex-Rio Ave dá profundidade ao corredor e combina bem com os colegas do setor intermediário.

    O jogador de 26 anos que iniciou o seu percurso de formação no FC Porto foi um dos contribuidores para as melhores fases ofensivas da partida da Oliveirense e a formação treinada por Ricardo Chéu bem precisa de tomar de quem ajude na construção ofensiva.

    3.

    Golaço como recompensa – Há 2/3 anos, Schurrle parecia ser um dos médios na formação do SC Braga com maior potencial para vingar na formação bracarense. No entanto, o médio agora na Oliveirense só esteve uma oportunidade dentro de campo pela equipa principal arsenalista e acabou por seguir em 2023/2024 para Oliveira de Azeméis.

    O internacional pelas seleções jovens nacionais trata bem a bola e sabe organizar o movimento ofensivo, apesar de, por vezes, ser pouco intenso no momento sem bola. Schurrle fez um golo de levantar o estádio e que permitiu, na altura, restabelecer a vantagem da Oliveirense.

    4.

    O capitão borrou a pintura – André Almeida foi herói na jornada passada com o golo que selou a vitória frente ao Penafiel. Desta vez, o capitão do Académico Viseu acabou expulso no início da segunda parte, limitando a estratégia da sua equipa para o jogo. O central destruiu assim a boa imagem que deixou no primeiro tempo.

    5.

    Uma exibição para (não) esquecer – Famana Quizera é um dos jogadores mais desequilibradores no ataque viseense. O internacional pela Guiné-Bissau tem uma visão de jogo e qualidade de passe, nomeadamente no último passe, que ajuda a desequilibrar para o lado do clube de Viseu. Contudo, a primeira parte foi discreta, com um corolário num mau alívio que acabou no remate à baliza por parte do adversário. Quizera acabou sacrificado no início da segunda parte para a reconstrução da defesa pós-expulsão.

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    Académico Viseu

    BnR: No momento a seguir à expulsão de André Almeida, restruturou a defesa, abdicando de Quizera. O que fez preterir este avançado face aos outros elementos do ataque?

    Jorge Simão: Pensei que me ia colocar outra questão já que estava a entrar nesse domínio que é o domínio de treinador.

    Naquele momento, alguém tinha de sair. O Famana é o jogador que não tem estado connosco, tem estado na seleção. Não tem vindo a jogar. Jogou pouco na seleção, jogou uma parte connosco na semana passada. O que eu procurava era de jogadores que acrescentassem fogo ao jogo porque, com as condições adversas como estavam, primeiro tínhamos de organizar a defesa com a linha de quatro ainda…

    Mas eu acho que a mudança significativa foi quando passámos a jogar com a linha de três, pensei que a questão iria incidir mais por aí, porque ficámos a jogar com uma linha de três a defender e estou a arriscar, mas estou a sujeitar a sofrer mais golos ou maiores possibilidades de sofrer golos e não foi isso que aconteceu.

    Daí o meu agrado que acabo por sofrer porque todos entendemos que era uma mudança no chip daquilo que estávamos a fazer para aquilo que teríamos de fazer. Sou um treinador contente hoje.

    BnR: Em relação à primeira parte, o Académico Viseu começou muito bem, mas nos últimos 15/20 minutos, a Oliveirense ficou mais próxima do golo. Como explica esta quebra no final da primeira parte.

    Jorge Simão: 15 minutos.  Boa questão, sem dúvida. Eu já estive na Segunda Liga há muitos anos e estou agora outra vez a ter uma experiência na Segunda Liga. Aquilo que estou a sentir é que é muito mais raro, nos jogos da Segundo Liga, existir uma equipa que domine territorialmente e controle todos os momentos de jogo no decurso dos 90 minutos. É muito raro, nem o primeiro classificado consegue fazer isso, pelo menos, que eu tenha visto, a qualquer outro adversário da Segunda Liga.

    Tenho pensado muito nessa questão. Eu acho que tem a ver com o jogo que se joga na Segunda Liga. O jogo que se joga é diferente do que o que se joga na Primeira Liga. Isso, em grande parte, justifica a nossa dificuldade e de todas as outras equipas em conseguir fazer 90 minutos com personalidade, com tudo aquilo que se possa fazer bem.

    Há fases nossas de domínio, depois às vezes é uma bola perdida que cria sobressalto e parece que amedronta os jogadores. Posso acrescentar aqui a questão da maturidade da equipa, eu não gosto muito de falar nisso, mas poderá ser o caso nalguma ou noutra equipa. Não há nenhuma equipa que tenha visto, até ao momento, na Segunda Liga, a ter o domínio completo sobre outra no decurso de jogo.

    Oliveirense

    BnR: Tal como disse, a Oliveirense teve dificuldade em atacar nos primeiros 25-30 minutos, mas depois acabou por ficar mais ativa e criar algumas oportunidades de golo. Que ajustamentos foram preciso fazer para a Oliveirense melhorar ofensivamente?

    Ricardo Chéu: Faltou-nos alguma mobilidade que depois, entretanto começámos a corrigir. Estávamos a pedir muito sempre em apoio. Tínhamos o Jaiminho, o Carter, o Negrão todos eles a pedir muito em apoio e o único que estava a criar desequilíbrio na profundidade era o Sangaré, muitas vezes a vir do lado contrário.

    Portanto, retificámos isso em que começámos a fazer o normal, contramovimentos de pedir profundidade, fixar mais a bola por dentro porque sabíamos que os centrais do Académico de Viseu retiravam profundidade e conseguimos explorar bem aquele espaço e a partir daí conseguimos desenvolver o nosso jogo. Foi algo que foi trabalhado, foi algo que foi identificado, esse jogo interior que tínhamos de ter. Pusemo-lo em prática e, a partir daí, eu penso que começámos a criar esse perigo.

    Começámos a ser mais versáteis no jogo curto, no jogo longo, no jogo à largura e acabámos por surpreender o Académico Viseu nesse tipo de situações porque identificámos muito bem os problemas defensivos da equipa do Académico Viseu.

    BnR: A Oliveirense está numa série de cinco jogos sem ganhar que começou durante o mês de janeiro. As saídas no mercado de inverno pesam? A equipa ainda se está a readaptar?

    Ricardo Chéu: É preciso perceber muito bem o contexto da Oliveirense. É preciso perceber que, para além de perdermos jogadores que estavam a ganhar nessas rotinas, que eram jogadores que estavam com maior regularidade, entraram jogadores novos, alguns que vêm de paragens, sem ritmo de jogo. São jogadores que precisam de ritmo para ajudar ainda mais a equipa.

    Depois temos de perceber o contexto que nós tivemos internamente. Tivemos muitas lesões. Por exemplo, tinha o Zé Pedro e o Zé Leite [no banco], jogadores com características ofensivas, mas eram jogadores que vinham de lesões. O Zé Leite teve de parar quinta feira porque teve um problema na isquiotibial. O Zé Pedro veio de uma paragem de três semanas, treinou ontem a 100%. Portanto, não quisemos correr o risco de os perder novamente.

    São jogadores que nos podem ajudar muito. Este contexto de lesões, jogadores como o Schutte, como o Casemiro, …. Estou no clube há dois meses e uma semana, há jogadores que ainda não sei o que é treinar com eles no campo… vejo-os no departamento médico todos os dias e não os vejo no campo e é aí que quero ver os jogadores.

    Depois, as pessoas têm de perceber que temos tido um calendário difícil. Temos jogado contra equipas difíceis. Sabemos que o histórico da Segunda Liga é que as segundas voltas são sempre mais difíceis do que as primeiras, as equipas pontuam muito menos. As equipas são muito mais pragmáticas, basta comparar as segundas voltas com as primeiras. Tenho muitos jogos de Segunda Liga e sei do que estou a falar.

    Aquilo que continuo a achar é que temos de trabalhar muito para fazer um golo e, entretanto, os adversários não precisam de trabalhar tanto para os fazer. Somos nós que os estamos a oferecer. Temos de trabalhar mais a nível de concentração, temos de ser mais agressivos na hora de decidir para não acontecer este tipo de erros que nos está a custar muitos pontos.

    A Oliveirense é capaz de fazer golos a todas as equipas, seja em casa, seja fora. Nós temos feito quase sempre golos, contra qualquer adversário, seja candidato ou que esteja a jogar pelo mesmo objetivo que nós. Portanto, só aí demostra bem que jogamos cara a cara com o adversário.

    Os problemas são os erros individuais. Temos de retificar, de crescer. Muitos jogadores com pouca experiência nessa Liga, mas eu acredito que o melhor ainda estará para vir e certamente que vamos conseguir o nosso objetivo.

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    Pedro Filipe Silva
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    Curioso em múltiplas áreas, o desporto não podia escapar do seu campo de interesses. O seu desporto favorito é o futebol, mas desde miúdo, passava as tardes de domingo a ver jogos de basquetebol, andebol, futsal e hóquei nacionais.

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