Académico de Viseu FC 2-2 CD Tondela: Uma beira sem Rei, mas com muito “Rock”

    A CRÓNICA: A EMOÇÃO DE UM DÉRBI DE VOLTA À BEIRA ALTA

    Voltou a respirar-se um ambiente de dérbi na Beira Alta. Passados sete anos, Académico de Viseu FC e CD Tondela encontraram-se em partidas oficiais e o ambiente no renovado Estádio do Fontelo não desapontou.

    Ainda não se jogava e já era marcado o primeiro golo em Viseu. Depois dos alegados insultos racistas dirigidos aos jogadores do Académico no jogo da última jornada, as duas equipas ajoelharam-se antes da partida, num protesto contra as discriminações raciais.

    Mas se é de golos nas balizas que vive o jogo, Daniel dos Anjos não esperou pelos dez minutos para fazer a rede abanar. Um toque magistral de Rafael Barbosa, com as costas, mas pleno de intenção, deixou Khacef à vontade para cruzar. Na área, Pedro Augusto atrapalhou-se, mas serviu de forma perfeita o número ‘9’ do Tondela.

    A partir do golo, o jogo ficou mais bonito nas bancadas do que no campo, com os adeptos a darem espetáculo, mas os jogadores a envolverem-se em batalhas a meio-campo e, por vezes, em quezílias desnecessárias. Assim, só através de uma grande penalidade é que o marcador voltou a mexer, e novamente para o Tondela. O reforço Arthur Chaves derrotou Telmo Arcanjo e, na conversão, Daniel dos Anjos dobrou a sua conta pessoal e a vantagem da equipa auriverde.

    A reação do Académico veio com o começo da segunda parte. O francês Ott pôs (finalmente) toda a sua qualidade no jogo e serviu Capela de forma perfeita, mas o médio dos viseenses falhou de forma inacreditável. Em resposta, Arcanjo isolou Rafael Barbosa, mas quem brilhou foi o guarda-redes Gril, com uma bela intervenção.

    O jogo estava mais dividido e Clóvis teve uma grande ocasião para reduzir a diferença no marcador, mas Manu Hernando negou o golo e cima da linha de baliza. A equipa do Académico foi ganhando confiança e assumindo a posse de bola, o que resultou no golo da equipa viseense. Depois de muita confusão na área, Clóvis não quis deixar passar o jogo sem marcar e fez mesmo “o gosto ao pé”.

    O domínio era da equipa da casa e Ott não quis deixar os adeptos ir embora sem oferecer um momento de levantar o estádio. Já para lá do minuto 90, atirou uma verdadeira bomba, sem hipótese para Niasse, e colocou o 2-2 final no marcador. A Segunda Liga volta a ter um dos dérbis mais fervorosos do nosso futebol!

     

    A FIGURA

    CD Tondela
    Fonte: Paulo Ladeira / Bola na Rede

    Daniel dos Anjos – O número 9 do Tondela marcou os dois golos da equipa auriverde durante este dérbi beirão. Figura principal do ataque tondelense, tem nos ombros a pressão de marcar os golos que, ambicionam os adeptos, levem a equipa de Tozé Marreco de volta à Primeira Liga.

     

    O FORA DE JOGO

    Roberto Massimo – O jovem extremo alemão é uma das principais contratações do Académico para a nova temporada, mas ainda não conseguiu mostrar toda a sua qualidade. Diante do Tondela, passou muito ao lado do jogo e, quando teve bola, não foi capaz de fazer a diferença.

     

    ANÁLISE TÁTICA – ACADÉMICO DE VISEU FC

    Disposta em 4-2-3-1, a equipa de Viseu teve no reforço Arthur Chaves, o mais caro da história do clube, a principal novidade no onze inicial. Além disso, nota para o ataque com vários jogadores de elevada nota técnica: Massimo numa ala, Ott na outra e Quizera nas costas do avançado Clóvis.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Domen Gril (5)

    Tiago Mesquita (5)

    Arthur Chaves (5)

    Ícaro (5)

    Igor Milioransa (5)

    Christophe Nduwarugira (5)

    Capela (5)

    Gauthier Ott (6)

    Famana Quizera (5)

    Roberto Massimo (5)

    André Clóvis (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Jonathan Toro (5)

    Rafael Bandeira (5)

    Paná (6)

    Daniel Nussbaumer (5)

    Ramírez (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – CD TONDELA

    A equipa de Tozé Marreco apareceu disposta no habitual 3-4-3, com Jota Gonçalves a jogar como um dos médios, ao lado de Pedro Augusto, e o experiente Ricardo Alves a entrar para o centro da defesa.

    Mais à frente, destaque para o regresso de Rafael Barbosa, depois de cumprir castigo. O dez do Tondela formou o tridente mais ofensivo em conjunto com Telmo Arcanjo e Daniel dos Anjos, este último como goleador de serviço.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Babacar Niasse (5)

    Manu Hernando (5)

    Marcelo Alves (5)

    Ricardo Alves (5)

    Bebeto (6)

    Pedro Augusto (5)

    Jota Gonçalves (6)

    Khacef (5)

    Telmo Arcanjo (5)

    Rafael Barbosa (6)

    Daniel dos Anjos (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Matias Lacava (5)

    Simão (-)

    Alcobia (-)

    Rúben Fonseca (-)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    ACADÉMICO DE VISEU FC

    BnR: O Académico tem vários jogadores novos e que têm sido titulares e, por isso, tem sido apontado à luta pela subida. Como é que tem sido, para uma equipa técnica interina, colar todas as peças e fazer a equipa trabalhar?

    Gil Oliveira: Candidato à subida, no nosso projeto, acho que é precoce. O que mais interessa neste momento é criar dinâmica coletiva. Temos jogadores de grande qualidade individual, mas há muitos jogadores que não são portugueses sequer e têm que se adaptar ao contexto novo. Nestas duas semanas, houve dificuldade que não existiam no passado, mas os jogadores aceitaram as nossas ideias com muita crença nelas.

     

    CD TONDELA

    BnR: O mister já alinhou neste tipo de dérbis como jogador, o que é que tentou passar ao plantel, sendo que é um plantel com tão pouca experiência?

    Tozé Marreco: Pessoalmente, sabia que o Académico se galvanizava muito a jogar contra o Tondela. Eu gosto de vir aqui jogar, os jogadores têm que gostar porque são jogos como este que valem a pena, mas para quem é menos experiente pode ter impacto. Sabia da forma como os jogadores do adversário vêem este jogo. Sei que é difícil entrar e a malta que entrou hoje, de facto, não ajudou muito, mas com o ritmo e o calor é normal que assim seja.

    Artigo revisto por Joana Mendes

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    Alexandre Candeias
    Alexandre Candeiashttp://www.bolanarede.pt
    Apaixonado por futebol desde sempre, tem o hábito de escrever sobre o desporto rei desde os tempos da escola primária, onde o tema das composições de Português nunca fugia da bola.