FC Porto B 4-1 FC Vizela: Primeira parte competente foi suficiente

    A CRÓNICA: 2 PARTES PARADOXAIS

    Após o falso arranque diante o Varzim, o FC Porto B procurava responder de forma assertiva e determinada a um FC Vizela que, pelo contrário, entrou a todo o gás nesta Segunda Liga.

    Rui Barros já havia afirmado, na antevisão à competição, que a «ratice» desta segunda liga constituía algo importante no crescimento e desenvolvimento dos seus atletas, e a verdade é que a segunda parte do Vizela ratificou exatamente isso.

    Os comandados por Álvaro Pacheco iniciaram a partida com o controlo do jogo, assumindo a posse e tomando as rédeas da partida. Apesar deste domínio inicial, a equipa azul e branca demonstrou ser cínica e perigosíssima nas poucas vezes que chegava ao último terço.

    À medida que os erros individuais surgiam do lado da equipa forasteira, o FC Porto B parecia cada vez mais próximo do golo, ao passo que, após o primeiro aviso de Francisco Conceição, o golo acabaria mesmo por surgir. Numa iniciativa do próprio, o mesmo descobriu Rodrigo Valente, que acabaria por fazer o primeiro golo da equipa secundária portista esta temporada.

    Desbloqueada a partida, a “turma” de Alberto Pacheco procurou rapidamente responder. No entanto, abriu muitos espaços e permitiu várias oportunidades à equipa da casa. Ora, depois do segundo golo, Danny Loader conseguiu isolar-se dentro da área e ganhar um penalty, pelo que Matheus não o conseguiu travar e fez uma falta que motivou o segundo amarelo e consequente vermelho, deixando tudo mais complicado para os vizelenses.

    Depois do segundo golo e expulsão, o FC Vizela caiu emocionalmente e permitiu o terceiro golo da partida por parte do norte americano Johan Gómez, ainda antes do intervalo.

    No segundo tempo, a história foi completamente diferente, sendo que o Vizela fez questionar se, caso não tivesse menos um jogador em campo, não teria a capacidade para fazer uma reviravolta.

    Ora, o FC Vizela, apesar de uma primeira parte despreparada, saiu dos balneários com um espírito totalmente diferente do segundo tempo, arrancando através de Koffi um golo que alimentava as esperanças dos vizelenses.

    Apesar do golo de honra e de vários sustos à defensiva azul e branca, o FC Porto B ainda conseguiu aumentar mais a vantagem através de uma corrida na profundidade de Igor Cássio, que, à semelhança de Danny Loader e de Gómez, também se estreou a marcar com a camisola azul e branca.

    Em suma, uma vitória confortável, não obstante com alguma amargura exibicional, pelo que a segunda parte, a jogar contra 10, exigia outra propetência e qualidade coletiva do FC Porto B.

    A FIGURA

    Fonte: FC Porto

    Francisco Conceição – Apesar de ter sido substituído e de algumas oportunidades falhadas, a sua presença em campo foi notória. O seu virtuosismo com apenas 17 anos de idade é fantástico, ao passo que a sua capacidade em jogar em espaços curtos e no espaço entre a linha média adversária criou constantes “dores de cabeça” a quem o defendia, tendo sido simultaneamente apoiado de forma assídua pelo seu irmão (Rodrigo Conceição). A juntar às suas ações que não passaram despercebidas, o jovem assistiu para o primeiro golo do FC Porto B.

    O FORA DE JOGO

    Fonte: FC Porto

    Segunda parte do FC Porto B – Depois de uma primeira parte tranquila, com grandes momentos individuais e criativos dos médios ofensivos, na segunda parte, com as substituições de Rui Barros, o FC Porto B não conseguiu corresponder, ao passo que, com mais uma unidade em campo, tinha obrigação de ter mais bola e de afrontar com maior firmeza a equipa adversária. A juntar a isto, o baixar das linhas e a constante “bola na frente” sem muito critério contribuiu para aquela que foi uma segunda parte onde os pupilos de Rui Barros não devem repetir.

    ANÁLISE TÁTICA- FC PORTO B

    A equipa liderada por Rui Barros alinhou num 4-1-4-1, que variava para um 4-2-2 em jogo posicional defensivo. Ofensivamente, o treinador português procurou, essencialmente através dos interiores do meio campo ofensivo (Rodrigo Valente, Johan Gomez e Francisco Conceição-partindo da direita), explorar o espaço intermediário entre o meio campo e a defesa, sustendo-se na criatividade individual de cada um e no critério destes jovens jogadores.

    Na segunda parte, e com as várias alterações, Rui Barros pediu aos jogadores para explorar a profundidade e as costas dos defesas vizelenses, abdicando várias vezes da posse de bola em prol do pragmatismo e do contra ataque.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Ricardo Silva (4)

    João Marcelo (6)

    Pedro Justiniano (5)

    Diogo Bessa (5)

    Rodrigo Conceição (5)

    Mor N’diaye (6)

    Johan Gómez (7)

    Francisco Conceição (7)

    Danny Loader (8)

    Boateng (4)

    SUBS UTILIZADOS

    Igor Cássio (5)

    Angel Torres (6)

    Rodrigo Pinheiro (5)

    Gonçalo Borges (5)

    Diogo Ressureição (5)

    ANÁLISE TÁTICA: FC VIZELA

    Os «pupilos» de Álvaro Pacheco atuaram num 4-3-3, tendo no cruzamento a principal arma para tentar atingir as redes azuis e brancas. Prevísivel e fácil de decepar, a equipa vizilense insistiu sistematicamente no lado direito do ataque.

    A lagura oferecida por André Soares ou Koffi, em contratenso com o meio campo compacto, permitiu esta persistência no lado direito do ataque. Contudo, foi uma insistência inconcludente, pelo que Diogo Ribeiro esteve sempre bem tapado por João Marcelo.

    Na segunda parte, com as várias alterações, a equipa liderada por Pacheco teve uma reação à perda muito interessante, motivando momentos de desorientação e desconcerto do lado da equipa da casa, que inclusive permitiu encurtar a vantagem portista.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Ivo (4)

    Richard Ofori (5)

    Matheus (1)

    Aidara (3)

    Koffi Kouao (7)

    Marcos Paulo (4)

    Samu (5)

    Zag (4)

    João Pais (4)

    Diogo Ribeiro (5)

    André Soares (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Marcelo (6)

    Ericson (5)

    K.Afonso (4)

    Cassiano (4)

    Tavinho (6)

    BNR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    FC VIZELA

    BNR: Qual foi a mensagem passada ao balneário após estar a perder por 3-0?

    Alberto Pacheco: A mensagem foi não mexer naquilo que é o nosso carácter e o nosso ADN. Fazê-los ver que esta primeira parte nada tem a ver connosco, e fazê-los ver que no jogo e na vida nós temos tentar de fazer as coisas conforme as nossas crenças e as nossas ideias. Isto tudo, para além das alterações no jogo posicional. Penso que a ilação que temos que tirar deste jogo é que temos de ser este Vizela da segunda parte.

    Artigo revisto

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    Diogo Silva
    Diogo Silvahttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo lembra-se de seguir futebol religiosamente desde que nasceu, e de se apaixonar pelo basquetebol assim que começou a praticar a modalidade (prática que durou uma década). O diálogo desportivo, nas longas viagens de carro com o pai, fez o Diogo sonhar com um jornalismo apaixonado e virtuoso.