A CRÓNICA: FESTA PARA UNS, DESALENTO PARA OUTROS
36 anos depois, o FC Vizela está de volta à Primeira Liga. Num jogo de grande intensidade, perante um UD Vilafranquense ainda a lutar pela manutenção, os minhotos sentiram muitas dificuldades para vencer. No final, garantiram o que se tinha como muito improvável no início da época… A segunda subida consecutiva. Apesar do resultado volumoso contruído nos últimos minutos, os ribatejanos venderam cara a derrota, mas não evitaram a descida à Liga 3.
Que início de jogo em Vizela! Pouco mais de um minuto tinha passado quando a equipa da casa abriu o marcador. Diogo Ribeiro apareceu na cara de Maringá e bateu o guarda redes brasileiro. A depender apenas de si para assegurar a manutenção, o Vilafranquense procurou responder de imediato. Aos 10 minutos, o guardião da casa viu a bola bater na trave depois de um livre de Izata.
Também o Vizela não se deixou adormecer e ameaçou o segundo por duas vezes. Quem pareceu adormecer foi o lateral Koffi Kouau, que, aos 14 minutos, mesmo sem grande pressão, ajeitou com a mão dentro da área. Na conversão do castigo máximo, Evandro Brandão não perdoou e fez o empate.
Depois de um início auspicioso, o jogo já vinha a perder gás quando o segundo do FC Vizela apareceu. De pé quente na reta final do campeonato, Rapahel Guzzo voltou a aparecer e marcou o seu quinto golo na Segunda Liga. Com a vantagem recuperada, os da casa começaram a tomar conta jogo e estiveram perto de ampliar por três ocasiões antes do intervalo. A registar também uma transição rápida dos ribatejanos, que ainda causou calafrios.
Ora, se o Vizela não podia ter pedido melhor início de primeira parte… Na segunda parte a lógica inverteu-se. De novo de grande penalidade, Evandro Brandão carimbou o “bis” e o empate a dois golos. Sentiu-se a falta do VAR, tal foi o tempo que o árbitro Tiago Martins demorou a conferenciar com o seu assistente, entre o penálti e um eventual fora de jogo.
Com o FC Arouca a vencer em Chaves, a equipa da casa caía para a terceira posição. No entanto, a resposta não tardou e, à passagem do minuto 58, Rapahel Guzzo também assinou o “bis” no encontro e devolveu o Vizela ao caminho da Primeira Liga. O quarto golo apareceu ao minuto 80, após um grande passe de Cassiano a isolar Kiko Bondoso que, com muita frieza, bateu o Maringá. Até ao fim, ainda houve tempo para o quinto, golo de Tavinho já na compensação.
A FIGURA
📚 OLÁ, PRIMEIRA LIGA! – DISSE O FC VIZELA 🔝
Depois de subir do Campeonato de Portugal para a 2.ª Liga, o FC Vizela está de novo de malas feitas para a mudança. A história vizelense continua… e nós estivemos lá! 🔵⚪️ pic.twitter.com/GOeV3IHWTi
— Bola na Rede (@BolaNaRedePT) May 22, 2021
Intensidade de parte a parte – A depender de si para alcançar os respetivos objetivos, as duas equipas entraram no jogo para vencer. Num jogo muito equilibrado, a intensidade foi fator constante durante os 90 minutos. Fica um belo espetáculo para recordação.
O FORA DE JOGO
FC Vizela festeja a subida 🔝⚽️🔥
Crónica do jogo: https://t.co/QsBHwMJ1qR#LigaPortugal #LigaPortugalSABSEG #criatalento #createstalent #futebolcomtalento #FCVUDV pic.twitter.com/ed1kspFPH2
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Displicência nas defesas – Se há algo de negativo a apontar neste jogo são erros defensivos. Do lado Vizela duas grandes penalidades (a primeira caricata) comprometedoras para o objetivo da subida. Do lado dos ribatejanos fica a imagem de muita fragilidade defensiva, apesar dos muitos elementos a povoar o setor mais recuado.
ANÁLISE TÁTICA – FC VIZELA
Álvaro Pacheco montou o seu 4-1-4-1 habitual. Destaque para Diogo Ribeiro, que repetiu a titularidade da deslocação da última jornada, a Penafiel. Os laterais estiveram quase sempre muito projetados, trabalhando juntamente com o criativo Samu para desbloquear o esquema adversário. Na frente, Kiko Bondoso foi o homem com mais liberdade para desequilibrar.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Ivo (6)
Koffi Koau (4)
Matheus (5)
Aidara (6)
Kiki (7)
Ericson (6)
Guzzo (8)
Samu (7)
Francis Cann (6)
Kiko Bondoso (8)
Diogo Ribeiro (7)
SUBS UTILIZADOS
Cassiano (7)
Tavinho (6)
Marcos Paulo (-)
Cardozo (-)
ANÁLISE TÁTICA – UD VILAFRANQUENSE
Como seria de esperar, o Vilafranquense apresentou-se com um esquema muito fechado. O médio-defensivo Jefferson juntou-se muitas vezes aos três centrais escalados por Carlos Pinto quer nos ataques do Vizela, quer na primeira fase de construção. Vítor Bruno e Marco Grilo apareceram a fazer todo o corredor, mas sempre muito preocupados em proteger as laterais.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Maringá (6)
Marco Grilo (6)
Diogo Coelho (4)
Gonçalo Santos (4)
Vítor Bruno (6)
Jefferson (5)
Diogo Izata (6)
Kady (5)
Nuno Rodrigues (3)
André Claro (4)
Evandro Bandrão (7)
SUBS UTILIZADOS
Vitinho (4)
Eric Veiga (4)
Leonardo (3)
Fábio Fortes (-)
Rúben Gonçalves (-)
BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA
FC VIZELA
BnR: Álvaro, já falou muito da sua equipa, elogiou os seus jogadores. Desafiava-o, agora, a fazer uma espécie de autorreflexão. Como é que vê a sua evolução ao longo desta época?
Álvaro Pacheco: Cresci muito. Ao longo do ano fomos alterando a nossa forma de jogar muitas vezes. Na defesa, no ataque, nas transições, nos movimentos diagonais. Jogámos com dois pontas de lança, depois com um. A nossa missão enquanto equipa técnica é perceber quando os jogadores estão na zona de conforto e dar-lhes novas dinâmicas. E foi nisto que crescemos muito, a encontrar maneiras novas de ir crescendo e de ir fazendo este trajeto.
UD VILAFRANQUENSE
O treinador do UD Vilafranquense não compareceu na sala de imprensa do Estádio FC Vizela.
Artigo revisto por Joana Mendes