O FC Felgueiras e o SCU Torreense voltaram aos jogos oficiais três semanas depois, isto após a paragem das seleções e o fim-de-semana de Taça, onde ambos já se encontravam eliminados.
As equipas vinham de dois momentos diferentes: o Felgueiras vinha de quatro jogos sem vencer (três derrotas e um empate) e ainda sem nenhuma vitória em casa, enquanto o SCUT vinha de quatro jogos sem perder (três vitórias e um empate).
Os felgueirenses iniciaram a partida com o seu habitual 4-1-2-3, enquanto a turma de Tiago Fernandes entrou com o seu 3-5-2, que em situações defensivas, passava para 5-3-2.
Apito inicial dado e foi o conjunto de Torres Vedras que superiorizou-se primeiro, privilegiando a posse de bola e tentando-se colocar por cima do jogo, com algumas ocasiões de perigo à baliza adversária pelo meio.
O Felgueiras, sem tempo a perder, queria reagir e Agostinho Bento parecia ter uma ideia de jogo bem vincada: um futebol vertical, focado em transições rápidas e na exploração dos espaços nas costas da defesa adversária. Isto acompanhado pela rápida circulação de bola, procurando esticar o jogo pelos corredores, onde os extremos Léo Teixeira e João Santos assumiram o protagonismo.
Ainda no setor atacante, o ponta de lança Carlos Eduardo destacou-se pela sua mobilidade (sempre à procura de jogo) e pressão constante, chegando mesmo a assustar o guarda-redes torreense, numa situação que poderia ter dado golo.

E a equipa da casa viria mesmo a ser recompensada: a cinco minutos do intervalo, João Santos, após muita insistência no lance, encontrou Carlos Eduardo no coração da área, e este inaugurou o marcador no Estádio Dr. Machado de Matos. No entanto, esta vantagem pouco durou. Logo no lance seguinte, Javi Vasquez cruzou para David Costa, que, completamente à vontade no meio da defesa felgueirense, empatou a partida ainda antes da ida para os balneários.
Golo que nada agradou aos anfitriões da partida, fazendo o técnico promover duas alterações para a segunda parte. António Eirô entrou para o jogo, enquanto Aílson Jr. foi substituído. Com estas mudanças, Mike Moura passou a atuar como central, enquanto António Eirô assumiu a posição de lateral direito. Para além disso, Feliz Vaz foi chamado do banco para substituir Léo Teixeira, passando João Santos para o corredor esquerdo.
Mas a verdade é que a segunda parte começou e as coisas só pioravam para o Felgueiras: ainda dentro do primeiro minuto, Vando Félix invade a área felgueirense e, apesar das dúvidas levantadas, Mike Moura comete grande penalidade. Manuel Pozo assumiu a cobrança do castigo máximo e, embora Bruno Pinto tenha defendido, o avançado espanhol fez a reviravolta na recarga.
Agostinho Bento não demorou muito a mexer na sua equipa e colocou mais um avançado em campo, desta vez John Arthur, tirando Mike Moura da partida, recuando o médio Vasco Moreira para o eixo da defesa. O técnico não só parecia procurar o golo, como também tentava corrigir os erros defensivos, a ponto de Edwin Banguera ter sido o único defesa do onze inicial a permanecer até ao fim do jogo.
O Torreense viu o seu jogador, Vando Félix, levar o segundo cartão amarelo, por simulação, e aí passou a atuar de uma maneira mais contida dentro de jogo.
A equipa da casa bem que tentava marcar o golo do empate, mas nada feito. Os três pontos foram para Torres Vedras e o Felgueiras continua sem vencer em casa, aliás, é o único emblema do segundo escalão a não conseguir fazê-lo.
Agostinho Bento parece ter formado mal o onze inicial, mais especificamente na linha mais recuada, até porque numa situação onde se encontravam a perder, os erros defensivos eram constantes e não parecia encontrar os ajustes necessários. As alterações não pareciam surtir efeito e isso comprometeu o rumo da equipa para este jogo, particularmente na segunda parte.
A atitude dos adeptos, ao levantarem lenços brancos em direção ao treinador no final do jogo, talvez não tenha sido a mais apropriada, até porque é um clube recém-promovido da Liga 3, com a maioria dos jogadores provenientes do terceiro escalão. Apesar da distância curta, o Felgueiras ainda não se encontra em lugar de despromoção.
Agostinho Bento, embora tente aplicar um futebol direto, com várias chegadas à área adversária e com a criação de várias oportunidades (ainda que com dificuldades na finalização), não pode permitir tanta displicência na defesa e demora na correção dos erros durante a partida.