A hipótese de ficar a 10 pontos de um rival na luta pela subida não amedrontou o Santa Clara, que entrou de forma personalizada no Estádio Cidade de Coimbra. Os açorianos, talvez feridos no orgulho pelos resultados recentes, cerraram fileiras e não permitiram que o ataque da Académica fluísse no seu meio-campo.
Isto teve o condão de tornar escassas as oportunidades de perigo na primeira parte. Aliás, a primeira, e única, dos primeiros 45 minutos surgiu na baliza da equipa da casa…. e deu golo. Pacheco, ao segundo poste, correspondeu da melhor maneira ao canto batido por Minhoca e deu vantagem ao Santa Clara.
A Académica tentou libertar-se das amarras táticas impostas pelo Santa Clara com uma entrada forte na segunda parte. Foi para cima do adversário e esteve perto de ser feliz – João Real, em plena pequena àrea, não conseguiu dar o melhor seguimento a canto batido por Nélson Pedroso.
O Santa Clara reconheceu esta subida de rendimento do adversário e arrefeceu-a com uma boa organização defensiva, uma circulação mais lenta da bola e, convenhamos, com algumas lamentáveis perdas de tempo. O jogo foi, assim, caíndo numa toada mais morna com o passar dos minutos, que a Académica, mesmo com o reforço do ataque (Alan Junior e Piqueti, recém-contratados no mercado de Inverno, foram a jogo), não conseguiu evitar.
No fim, a racionalidade levou a melhor. A cabeça (do Santa Clara) venceu o coração (da Académica), e os açorianos ganham nova vida na luta pela subida de divisão.
Pedro Machado