Académica OAF 3-2 FC Penafiel: ‘Suspense’ digno de Óscar

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    O jogo não era decisivo mas era importante para alimentar o sonho da subida de duas equipas que ainda o alimentavam apesar da distância para os lugares de acesso já ser considerável – Académica estava a 15 pontos, Penafiel a 17.

     

    Cientes disto, os estudantes, contando com o regressado Leandro ao onze inicial , tentaram assumir o jogo desde início, porém, o Penafiel foi conseguindo tapar as vias de acesso à sua baliza com grande qualidade de posicionamento, guiados pela experiência de Rafa Sousa, importante a controlar as subidas do adversário… e da sua própria equipa.
    Ao mesmo tempo que mantinha o último terço impenetrável, com o auxílio de Romeu e André Fontes, o ex-Moreirense condicionava a saída de bola da Académica e aqui esteve a chave do primeiro golo do jogo, surgido de uma perda de bola do meio-campo dos visitados perante a forte pressão dos visitantes. Aproveitou Welligton Carvalho para pegar na bola perdida, isolar-se e inaugurar o marcador, logo aos 11 minutos do jogo.

    O golo teve o condão de forçar o risco dos estudantes, que se expuseram ao venenoso contra-ataque penafidelense, matreiro a espreitar a linha subida da defesa do adversário. Wellington e Fernando, pelas alas, e Fábio Fortes, pelo corredor central, causaram o pânico. O primeiro, a lançar os outros dois colegas do ataque, o segundo a forçar o erro do adversário (Diogo Coelho quase marcou na própria baliza depois de uma iniciativa sua) e o último a finalizar (primeiro lançado em profundidade por um alívio de Diouf, e depois, a beneficiar de uma iniciativa de Welligton).

    A Académica foi-se apercebendo da matreirice do seu adversário e adaptou-se as circunstâncias. Passou a ser mais assertiva na circulação de bola, conseguindo, finalmente, penetrar o bloco defensivo penafidelense, através de iniciativas individuais que, ora conheciam situações de perigo (Ernst e João Real obrigaram Coelho a aplicar-se) , ora esbarravam na agressividade do adversário, forçado a mostrar os dentes (muitas faltas) perante a ameaça.

    O pós-jogo foi quizilento
    O pós-jogo foi quizilento

    A tendência de crescimento da Briosa acentuou-se (Costinha tirou, inclusive, Makonda, médio defensivo, e colocou Rui Miguel, homem da frente de ataque) da primeira para a segunda parte e não demorou a ter resultados práticos. Kaka, beneficiando de uma iniciativa de Ernst, pegou na bola a entrada da área e atirou a contar para o golo do empate com apenas 3 minutos decorridos na segunda parte.

     

    Galvanizada pelo golo, a Académica caiu em cima do Penafiel, crente numa reviravolta que só demorou 10 minutos a surgir, patrocinada pela sociedade Marinho & Rui Miguel. O primeiro ganhou uma grande penalidade, o segundo converteu-a. A influência desta dupla não se esgotou aqui e, apenas quatro minutos depois, voltaria a mexer no marcador – Rui Miguel ganhou nas alturas, isolando Marinho e este, picou a bola sobre Coelho. 3-1 para a Briosa.
    O Penafiel teve de mudar, logo após o terceiro golo contrário, passou a jogar com dois homens no ataque, fruto da entrada de Fidélis (saiu Romeu), que se juntou a Fábio Fortes. Uma alteração que foi capaz meter água na fervura da euforia academista, empurrando o jogo para o meio-campo da Briosa, onde passou a estar a bola.
    Numa primeira instância, souberam o que fazer com ela – Fábio Fortes assistiu Fidélis para o 3-2 – depois, houve lugar ao desperdício, com ambos a desperdiçar situações clamorosas de golo (Fortes, isolado, permitiu defesa a Ricardo Ribeiro e Fidélis, também cara-a-cara com o guardião academista, atirou ao poste).

     

    Algo tinha de mudar na Académica, ainda demasiado descompensada tacticamente, e mudou. Jimmy e Nuno Piloto entraram para tentar sossegar o meio-campo e os corações dos adeptos da Briosa. Conseguiram-no numa primeira instância, mas Nuno Santos, numa infantilidade (falta dura sobre Fidélis), e Manuel Mota (expulsou Diogo Coelho, por falta inexistente sobre Fábio Fortes) voltaram a inquieta-los.

     

    O árbitro da partida foi um vilão aos olhos dos adeptos, que duvidaram de um final feliz que muito lhes tinha custado ao coração, mas esse já estava escrito pela forma abnegada como a Académica saiu da primeira e entrou na segunda parte. O bom da fita, aos olhos dos adeptos dos estudantes, ganhou. 5 golos, 2 expulsões (um número que viria a crescer para 6 – Marinho, João Paulo, Rafa Sousa e o enfermeiro Nuno Martins, no fim do jogo) e muitas arritmias depois.

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