FC Vizela 1-1 CD Feirense: Muito querer, pouco poder

    A CRÓNICA: EMPATE JUSTO, MAS DE SABOR AMARGO

    O jogo prometia ser interessante e acabou por ter duas partes intensas, mas distintas. Na primeira, as equipas mostraram porque lutam pela subida; na segunda, foram os nervos a tomar conta das incidências e baixar a qualidade. As duas equipas procuraram sempre a vitória, mas tiveram de se contentar com o empate.

    Os minutos iniciais pareciam trazer um CD Feirense mais expedito, mas o domínio inicial dos “fogaceiros” rapidamente se dissipou. De forma muito serena, o FC Vizela tomou conta do jogo e foi com naturalidade que, ao minuto 23, chegou à vantagem. O mérito vai para Raphael Guzzo que principiou a jogada e finalizou após alguma confusão na área de Bruno Brígido. Antes, Cassiano já tinha deixado dois avisos, que faziam prever o golo inaugural para a equipa da casa.

    A partir da meia hora o jogo ficou mais partido, mas o Feirense continuou a revelar muita dificuldade para ultrapassar a linha defensiva caseira. No entanto, o futebol beneficia quem é eficaz e foi isso que os visitantes conseguiram ser. Foi já em cima do apito para o intervalo, numa das raras vezes que conseguiram chegar com perigo à área do FC Vizela, que chegou ao empate. Boa iniciativa de Feliz pela direita e a bola a sobrar para João Tavares.

    Inspirada pelo golo ao cair do pano, a equipa da Feira regressou melhor dos balneários. A reviravolta esteve perto logo ao minuto 50, através de um remate potente de Fábio Espinho que encontrou a barra da baliza de Igor. Nos minutos seguintes o jogo perdeu qualidade e acabou por ser a disciplina a estar em evidência. Num espaço de menos de 10 minutos, ambas as equipas ficaram a jogar com menos um elemento. Primeiro foi o Vizela a ver, o recém-entrado, Francis Cann ser expulso à passagem do minuto 57, depois de uma pisadela ao central Ícaro Silva. Depois, Fábio Espinho viu dois amarelos em 3 minutos (o primeiro por simulação) e a deixou a sua equipa também a jogar com dez.

    A partir das expulsões o jogo ficou ainda mais partido, ainda que sempre numa toada mais agressiva e muito menos interessante do que no primeiro tempo. A querer somar os três pontos, as duas equipas não se resguardaram e continuaram a procurar o golo da vitória. Com a ansiedade à mistura, o duelo tornou-se muito anárquico, num típico caso de “mais com o coração, do que com a cabeça”. Mesmo com algumas oportunidades de parte a parte, o golo não chegou para nenhum dos lados. O resultado foi um empate, que não serve as pretensões nem de FC Vizela, nem de CD Feirense.

     

    A FIGURA

    Qualidade na primeira parte – O Feirense entrou melhor, mas acabou por ser o FC Vizela a mostrar mais capacidade durante o primeiro tempo. Ainda assim, as duas equipas mostraram alguns pormenores que provam porque estão nos primeiros lugares da tabela.

     

    O FORA DE JOGO

    Nervos na segunda parte – Já se esperava um jogo mais quente entre duas equipas com muito a ganhar… e a perder. Mas se na primeira parte essa intensidade se traduziu num bom duelo, na segunda foram os nervos a tomar conta dos jogadores. Muitos erros, muitas faltas, duas expulsões e um espetáculo que foi perdendo qualidade.

     

    ANÁLISE TÁTICA – FC VIZELA

    A equipa de Álvaro Pacheco dispôs-se no já habitual 4-1-4-1, a beneficiar dos elevados níveis de versatilidade dos seus jogadores. Na primeira parte, a linha defensiva teve muito mérito em controlar as iniciativas dos homens do Feirense, com Raphael Guzzo a tomar o papel de organizador na primeira fase do ataque. Sobretudo na segunda parte a equipa não conseguiu imprimir a organização que tanto gosta.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Ivo (7)

    Koffi Kouau (6)

    Matheus (7)

    Aidara (6)

    Kiki (5)

    Marcos Paulo (6)

    Raphael Guzzo (8)

    Samu (7)

    Tavinho (6)

    Kiko Bondoso (6)

    Cassiano (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Francis Cann (0)

    Ofori (5)

    Ericson (-)

    André Soares (-)

     

     ANÁLISE TÁTICA – CD FEIRENSE

    O Feirense apresentou um esquema base em 4-4-2, com Fábio Espinho nas costas do avançado Platiny. Na primeira parte, a turma de Rui Ferreira revelou muita dificuldade em ligar o meio campo com o setor avançado, o que tornou avançado brasileiro numa presa fácil para a defesa do Vizela.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Brígido (7)

    Diga (6)

    Gui Ramos (6)

    Ícaro (7)

    Zé Ricardo (6)

    Latyr Fall (6)

    João Tavares (7)

    Marcus (5)

    Feliz (7)

    Fábio Espinho (4)

    Platiny (3)

    SUBS UTILIZADOS

    Mica (5)

    Fabrício (5)

    Paraíba (-)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    FC Vizela

    BnR: Concorda que as expulsões trouxeram uma certa anarquia ao jogo que acabou por prejudicar a sua equipa? Qual foi a influência disso para o resultado final?

    Álvaro Pacheco– Tivemos de retirar o Samu do corredor central, que desequilibra muito bem com movimentos de rotura. Mas não nos descaracterizamos e conseguimos ligar sempre o jogo e chegar ao último terço com perigo. É num momento desses que surge a falta que dá origem à expulsão do Fábio Espinho. Defensivamente impediu que fossemos tão agressivos na nossa pressão. Tivemos de manter as linhas mais juntas e tivemos de ficar mais à espera do adversário. Mas sobretudo nunca nos destabilizamos. E estar com menos um jogador, contra uma equipa tão forte e tão bem organizada e por isso é que estou a dizer isto com um sorriso tão grande.

     

    CD Feirense

    BnR: A equipa esteve por cima tanto no início da primeira como da segunda parte, mas foi revelando alguma falta de acutilância no último terço, por exemplo o Platiny esteve algo apagado. Acha que esta falta de eficácia pode ser comprometedora numa fase final em que cada pormenor conta?

    Rui Ferreira – Não concordo. O Platiny foi incansável, faz um trabalho importante na conquista de espaços. E há que atribuir mérito ao FC Vizela, às substituições que fez que de certa forma provam que estávamos a crescer no jogo. Tivemos as oportunidades que bateram no ferro. E fico satisfeito pela entrada na segunda parte, pela toada ofensiva. E dou mérito ao que fez o adversário, em vez de demérito ao que fizemos.

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    Vasco Borges
    Vasco Borgeshttp://www.bolanarede.pt
    Frequentador de estádios e consumidor de bifanas desde os 5, aprendeu cedo que é melhor a ver do que a jogar futebol. Aos 22, estuda Jornalismo e vai escrevendo sobre os jogos que valem o preço do bilhete e as estórias que só se ouvem no bar, ao intervalo.                                                                                                                                                 O Vasco escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.