A dualidade de critérios no que respeita ao Sporting CP

    Vamos a números que é para não sermos acusados de facciosismo:

    Em 13 jogos da liga disputados, o Sporting CP é a terceira equipa com mais cartões amarelos – 37 no total, atrás do Santa Clara FC (38) e Famalicão FC (45), todavia, é a décima equipa com mais faltas cometidas registando 205.

    Por seu turno, nas 13 jornadas da liga, o SL Benfica viu 25 cartões amarelos enquanto FC Porto viu apenas 20. Todavia, até ao momento, o SL Benfica cometeu 181 e o FC Porto 204 (menos uma que o Sporting CP).

    Esta dualidade de critérios combinada com algumas nomeações de árbitros pelo Conselho de Arbitragem tem condicionado e muito o desempenho do Sporting CP na competição. É bem visível a “caça” montada a jogadores nucleares como Palhinha e Porro cuja suspensão por acumulação de amarelos poderá vir a ser decisiva em jogos importantes. Repete-se o estratagema gizado em épocas anteriores, como sucedeu com Marcos Acuña: incutiu-se a ideia que era um jogador indisciplinado e agressivo facilitando a amostragem dos cartões amarelos.

    Vemos por exemplo Pepe, que não era poupado pela disciplina mesmo estando num clube colossal como Real Madrid, aqui no “burgo” faz literalmente o que lhe apetece. Em pleno contraste, Bruno Fernandes que enquanto jogou e capitaneou o Sporting CP era sucessivamente admoestado e perseguido pelas arbitragens, é, agora, visto como um role model pela Premier League. O próprio Jorge Jesus é agora um homem muito mais sereno e calmo no banco do SL Benfica do que outrora foi o Jorge Jesus treinador do Sporting CP.

    É este o “sistema” que perdura há décadas em Portugal. O Sporting CP continua a ser gravemente prejudicado dentro das quatro linhas, enquanto os seus adversários directos vão beneficiando de “subjectividades” na avaliação dos seus lances polémicos. Há dois dias, no jogo a contar para a Taça de Portugal entre Moreirense FC e CD Santa Clara, vimos ser validado o golo que selou a vitória açoriana, um golo quase idêntico ao que Coates viu ser anulado frente ao Famalicão FC e que daria os três pontos ao Sporting. Os “especialistas” que disseram que em Famalicão é claro o contacto de Coates com o guarda-redes, em Moreira de Cónegos esse contacto já não existe.

    Os “intelectuais” do futebol que todos os dias invadem as nossas televisões estão hoje formatados para “falar de futebol” e assim vão dizendo umas lérias para entreter o público; gente que vê pombas brancas onde só há abutres. Mas quando se trata de expor a corrupção, as injustiças e todo o entulho que conspurca o futebol do nosso país, esses intelectuais mudam de registo passando a apelar a uma pseudo-pacificação contra a “toxicidade” do futebol português e tratando o Sporting CP como se fosse o enfant térrible que está sempre “do contra”.

    O que eu sei é que este grupo de trabalho liderado por Rúben Amorim não se renderá, mesmo sofrendo na pele as injustiças que deflagram o futebol português. Mas também todos sabemos que o “sistema” tarda mas não falha.

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    Pedro Miguel Martins
    Pedro Miguel Martinshttp://www.bolanarede.pt
    O Pedro é licenciado em Direito e é advogado com prática no Direito do Desporto. Oriundo do Bairro de Alvalade, em Lisboa, é um fervoroso amante do Sporting CP, embora também tenha um carinho especial pelo Ericeirense. Adora assistir jogos de futebol pela Europa. Sonha em conhecer os grandes palcos do futebol sul-americano.                                                                                                                                                 O Pedro escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.