Ver jogar Rui Patrício, William, Adrien, Semedo, Gelson, em Madrid, com aquela qualidade e aquela personalidade só nos podem fazer sentir que tudo é possível. Perdemos, mas as quedas fazem parte da aprendizagem na caminhada dos maiores campeões. Gelson Martins mostrou aos jogadores de Madrid que há espaços por onde a bola pode passar, espaços que até àquele momento eram desconhecidos para eles. Quanto a Adrien Silva, e como já tinha acontecido no Europeu, a equipa adversária só joga se ele não estiver em campo. Senão é tudo dele. E, depois, temos um grande colectivo. Solidário e cheio de qualidade.
Agora temos de fazer com que este grande jogo de Champions, à imagem de outros grandes jogos que já tivemos na Europa, passe de episódico a uma constante. Porque de grandes vitórias episódicas está o nosso palmarés cheio. Frente ao Inter, por exemplo, com o golo de Caneira; frente ao Manchester City, com golos de calcanhar incluídos; ou no caso dos jogos épicos da carreira de 2004/05, que terminou em Alvalade sem glória. Isto para relembrar só alguns dos mais recentes.
Queremos voltar a ser fortes, a ser respeitados pelos maiores do mundo, e quem sabe já com esta equipa entroncada na nossa academia, recheada de promessas e campeões da Europa. Porque o outro tinha alguma razão, mas enganou-se no nome da academia, certamente influenciado por alguém do Dubai.
Nota: Falo aqui de um “outro”, porque houve um “outro” (vice daquele) que se vangloriou com os resultados das equipas portuguesas que ontem jogaram. Dizia esse que outros já tinham mensagens preparadas para lhe enviar e tiveram de as apagar, quando me pareceu que aquela mensagem dele tinha sido como uma alternativa tosca a uma mensagem que ele tinha preparada desde segunda-feira, ou mesmo desde que saiu o sorteio dos grupos. Parece-me que foi ele que teve de apagar a mensagem que há tanto tempo tinha elaborada nas notas do seu smartphone (no caso, qualquer palavra que inclua “smart” parece incompatível) para festejar a “cabazada” a acontecer em Madrid, por ele profetizada. E imagino o que lhe terão custado aqueles 88 minutos… No fim, e quando conseguiu respirar, o máximo que lhe saiu foi aquele “espirro” de ignorância.
Foto de Capa: Sporting Clube de Portugal