O meio-campo foi um setor de grande importância neste Sporting 2016-2017. O verdadeiro “pulmão” da equipa em transições, quer ofensivas quer defensivas. William Carvalho como médio defensivo e mais recuado, descendo para a posição dos centrais sempre que o Sporting projetava os seus laterais no ataque, foi algo que marcou a fase inicial da manobra atacante da equipa de Jesus. Adrien, no miolo do terreno, correspondeu muito bem no seu papel de transportador e organizador de jogo da equipa, autêntico dínamo atacante, genuíno capitão. Bem nos recordamos da falta que fez à equipa após a sua lesão em fevereiro no jogo contra o Rio Ave e que terminou com a vitória da equipa de Alvalade. Com o mercado de transferências a movimentar-se para levar estas duas pérolas de Alvalade (alguma comunicação social tem falado do interesse do West Bromwich Albion nos dois atletas; o jornal Sapo Desporto noticiava também no seu site a 19/05/2017 o interesse do Manchester City por William), como poderá o Sporting colmatar este “buraco” no meio-campo? Talvez a contratação de Mattheus Oliveira ao Estoril Praia possa traduzir esta preocupação dos dirigentes leoninos sobre uma eventual (ou certa?) saída de Adrien, por exemplo.
Tendo ainda como referência o meio-campo, foco-me nas posições laterais/extremos deste setor. Neste capítulo, Gelson Martins destacou-se sobremaneira na ala direita deste Sporting. Não podemos nunca olvidar (termo bastante castelhano) a exibição brilhante, para espanhol e Mundo ver, que este miúdo fez em pleno Santiago Barnabéu para a Liga dos Campeões, deixando atónito e confuso o lateral esquerdo madrileno Marcelo. Do lado esquerdo, Joel Campbell, um dos reforços de Jesus para a época transata, acrescentou mais valia mas nunca se afirmou como um jogador com potencial de “jogador 90 minutos”. Foi muitas vezes Bruno César que preencheu aquele flanco esquerdo do meio-campo – um jogador mais maduro, experiente e com recorte técnico.
Quando penso no ataque a primeira coisa que me vem à cabeça é Bas Dost. Que artilheiro, aquele jogador! Uma pérola que o Sporting descobriu na Bundesliga e que brilhou que se fartou nesta Primeira Liga Portuguesa, edição 2016-2017. Melhor marcador do campeonato português e “bota de prata” a nível europeu, só superado pelo astro argentino Lionel Messi. Mas nem tudo foram Rosas neste ataque, ou, melhor dito, nem tudo foram Dosts. O aparecimento tardio de um jogador que pudesse jogar nas costas do avançado holandês foi uma dor de cabeça permanente para Jorge Jesus. Quem acabou por se afirmar nessa posição foi o argentino Alan Ruiz, mas já numa altura avançada da temporada. E que bem que se afirmou! Temos de o segurar com unhas e dentes de Leão para a próxima época.
Em jeito de conclusão, é com uma nostalgia profunda e um lamento enorme que escrevo esta minha reflexão futebolística sobre o plantel do Sporting Clube de Portugal da época 2016-2017. Ficamos, mais uma vez, muito aquém daquilo que somos enquanto clube, um dos maiores da Europa. Mas os melhores adeptos do Mundo não desistiram. Que o prove a onda verde que cobriu os estádios sempre que o Sporting entrava em campo e que certamente continuará forte e aguerrida já na próxima temporada.
Foto de Capa: amorsporting.com