As decisões, o risco e a exposição a que está constantemente sujeito levam-no a combater em todas as frentes, e às vezes a ser carne para canhão dos meios de comunicação ou dos “Zequinhas”, que, como abutres, aproveitam qualquer motivo para alimentarem os seus egos frustrados pela inutilidade da sua própria inércia e indolência.
Com isto não quero dizer que as pessoas não tenham direito a discordar de decisões tomadas, de métodos escolhidos, ou simplesmente a discordar. É a isso que está sujeito um líder e alguém que por força da responsabilidade é obrigado a tomar decisões. São até de louvar pessoas que tenham a coragem de ter uma opinião formada; contudo, é de desprezar aquelas em que a argumentação é toda feita na base do ódio e do fanatismo, apenas com a intenção de rebaixar e denegrir pessoal ou institucionalmente todo o trabalho feito.
Bruno de Carvalho é constantemente criticado dessa forma, p.e. pelo uso das redes sociais, quando, para além de tal ser um direito pessoal, já a justificou como a única forma independente de garantir que passa a sua mensagem. Concorde-se ou não com os conteúdos das mensagens passadas, mais legítimo num estado de direito democrático do que a liberdade de se expressar não conheço. Dirão os “Zequinhas” que também eles têm direito, e é verdade. Têm direito, mas não têm credibilidade.
Apresentem trabalho feito e decisões tomadas. No dia em que sentirem o peso de tomar decisões de responsabilidade institucional (não falo aqui da decisão de beber ou não uma cerveja, p.e.), aí deixarão as críticas destrutivas de parte e verão que a critica construtiva também faz parte da vida.
Usei BdC como exemplo, pela admiração e respeito que tenho pelo trabalho feito ao serviço do Sporting, mesmo não concordando com tudo. Reconheço perfeitamente que só atinge a grandeza quem se predispõe a correr riscos, e é isso que ele tem feito. Aplaudo-o por isso. Não critico nem julgo os métodos, quando os resultados estão à vista. Em três anos, o Sporting voltou a erguer-se, a incomodar e a ser competitivo.
No entanto, poderia usar muitos outros exemplos para além de BdC. Qualquer pessoa que tenha um cargo de liderança com necessidade de fazer escolhas e tomar decisões será um potencial alvo do ódio dos inertes e dos indolentes. Nesta época só Jorge Jesus e Rui Vitória têm enchido a barriga de todo e qualquer “Zequinha”. Jorge Jesus, que no Benfica foi ora levado a ombros, ora assobiado e vaiado com lenços brancos, hoje no Sporting passa pelo mesmo, e é o Judas para os benfiquistas.
Em tempos foi Luís Filipe Vieira que tomou a decisão de estar do lado do treinador, altamente criticado pelos adeptos por acreditar no treinador que mais tarde foi bicampeão pelo clube. Rui Vitória passou pelo mesmo e de novo foi LFV que se pôs do lado do treinador. Inclusive, no campo, vemos jogadores passarem por isso e melhor exemplo que um jogador como Slimani não há, constantemente alvo de ódio disseminado, e no entanto qualquer clube português gostava de o ter. Pois é, Zequinhas, mas o Islam é do Sporting CP.
Foto de Capa: Sporting CP