Estarão as modalidades do Sporting a perder qualidade?

    O Sporting CP é o clube com mais modalidades activas em Portugal, podendo assim ser considerado o mais eclético. Isso já se observa desde há muitos anos para cá, para não dizer desde que o Sporting é Sporting. Ou não fosse o seu fundador um atleta praticante de várias modalidades.

    Essa característica é um dos principais orgulhos que os Sportinguistas albergam e hasteiam sempre que se fala de títulos, até porque o seu clube é um dos mais titulados considerando todas as modalidades.

    Ainda assim, é importante que o clube se mantenha competitivo em todas os desportos em que se faz representar, sob pena de se perder o sentido da existência de algumas delas. E de facto isso tem acontecido.

    O ano mais representativo dessa pujança eclética do Sporting foi o ano de 2018 em que fomos campeões de andebol, hóquei em patins, voleibol, futsal, para não falar dos crónicos atletismo, ténis de mesa e judo. Ano que foi quase ultrapassado na época passada uma vez que para além de vários títulos nestas modalidades se lhe acrescentou o do futebol. Ainda assim não foi suficiente.

    Esta época desportiva está a ser um pouco mais exigente, mas ainda assim conseguimos manter-nos nas discussões dos campeonatos das principais modalidades, uma vez que estamos a disputar a final do campeonato em voleibol, na primeira posição em andebol apesar de ser à condição, uma vez que o clube que está imediatamente atrás tem menos um jogo, na segunda posição em hóquei em patins a dois pontos do primeiro, e em futsal destacados no primeiro lugar.

    Sporting
    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    Aparentemente não estamos muito mal. No entanto, no voleibol estamos francamente mais fracos que o rival que disputa connosco a final (aliás, já perdemos um primeiro jogo de forma categórica). No basquetebol, depois de mais de uma dezena de dérbis ganhos, de repente perdemos uma mão-cheia (ou quase). Em andebol, vamos jogar uma jornada decisiva contra o nosso rival direto. No hóquei, tivemos algumas derrotas que mostram o menor fulgor, e até no futsal perdemos o último dérbi apesar de estamos a jogar sem pressão por termos praticamente o primeiro lugar da fase regular assegurado e os jogadores já só pensarem na Champions.

    Ou seja, apesar de nas competições internas não estarmos muito mal, não estamos também assim tão bem, perdendo aliás algum fulgor nesta ponta final em muitas delas. O que me preocupa são as competições internacionais onde não conseguimos resultados minimamente comparáveis a anos anteriores, e muito menos comparando com 2018 e 2021. E neste campo apenas o futsal poderá ainda dar uma grande alegria a esta massa associativa que as modalidades tão “mal” habituou.

    Sporting
    Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

    É verdade que não podemos ganhar sempre, e muito menos fazendo o pleno, mas indica pelo menos que estamos a baixar um pouco o nível, ou não estamos a conseguir acompanhar o dos nossos rivais mais diretos.

    E já que estamos a falar de aumentar o nível, na minha opinião, deveríamos apostar também em melhorar o das equipas femininas de futsal, hóquei, voleibol, e apostar no basquetebol. Aqui, o nosso rival da segunda circular está à nossa frente, e o ecletismo não se mede apenas no masculino.

    Neste momento, e estando a disputar ainda o primeiro lugar em todas as modalidades mais populares, não podemos dizer que está a ser uma época má, mas percebe-se que baixamos um pouco o nível qualitativo. Cabe-nos agora continuar a apostar em melhorar para, no próximo ano, ou nos próximos, estarmos fortes interna e internacionalmente.

    O Sporting não se pode agarrar ao que já ganhou, mas focar-se no que ainda pode e quer ganhar. Para isso precisa continuar a evoluir e a melhorar para se manter competitivo.

    - Advertisement -

    Subscreve!

    Artigos Populares

    Nuno Almeida
    Nuno Almeidahttp://www.bolanarede.pt
    Nascido no seio de uma família adepta de um clube rival, criou ligação ao Sporting através de amigos. Ainda que de um meio rural, onde era muito difícil ver jogos ao vivo do clube de coração, e em tempos de menos pujança futebolística, a vontade de ser Sporting foi crescendo, passando a defender com garras e dentes o Sporting Clube de Portugal.