Freire, vinde dar a missa que é domingo | Sporting

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Parar este Sporting parecia uma tarefa demasiado exigente. Era necessário estar bem nos dois lados do campo, na defesa e no ataque. Para isso, havia que conseguir montar bem a pressão sobre a construção dos leões e desmontar a pressão dos leões sobre a construção do adversário. Pois bem, o Rio Ave de Luís Freire (e não é uma expressão identificativa, é adjetivada: este Rio Ave é cada vez mais de Luís Freire) foi capaz de desempenhar ambas as tarefas da melhor forma e somou um ponto ante o Sporting – e podiam bem ter sido três.

Os homens de Rúben Amorim tiveram muitas dificuldades para sacudir a pressão dos vilacondenses, sobretudo na saída a partir de Adán, em particular nos pontapés de baliza, que se viu obrigado a recorrer muito ao jogo direto. Com Gyokeres na frente não é uma ideia tão descabida assim, mas a verdade é que não foram muitas as segundas bolas ganhas pelos leões.

Apesar de colocar logo quatro homens na pressão junto à área, o Rio Ave tinha sempre pelo menos um homem bem posicionado para recuperar a bola de sobra do duelo dos seus centrais com os homens da frente da turma leonina. Isso permitiu aos rio-avistas ter muito mais bola do que se esperava. No entanto, ter bola não chega, há que saber usá-la e o conjunto de Vila do Conde mostrou muita qualidade nesse parâmetro.

Miguel Nóbrega a jogar pelo Rio Ave
Fonte: Carlos Silva/Bola na Rede

Mesmo partindo de trás, em ataque apoiado, sem sucumbir à pressão nem à tentação de lançar a bola longa na frente – momento em que claramente a vantagem seria do Sporting -, os da casa saíram sempre bem, encontrando invariavelmente um homem entrelinhas nem dois espaços: entre as linhas de três (da frente) e de dois (do meio-campo) e entre essa mesma linha de dois e a linha de cinco (na defesa).

Com Fábio Ronaldo a ser um elemento teoricamente da direita (creio não constituir problema para a CNE escrever isto apesar de estarmos em campanha), a sua presença por dentro possibilitou essa ocupação do espaço entrelinhas e ainda permitiu as subidas de Costinha, muito mais afoito e capaz nas subidas pela ala do que Vrousai do outro lado.

Apesar da grande abrangência de terreno de Morita e sobretudo de Hjulmand, o Sporting nunca soube lidar bem com essa presença reforçada no espaço central, que o Rio Ave soube aproveitar para, em alguns momentos, não só jogar de forma sustentada, mas jogar “bonito”. A atacar e a defender, foi um Rio Ave de lição muito bem estudada e ainda melhor aplicada, num empate não com dedo de treinador, mas com a mão inteira.

BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

Sporting

Rúben Amorim:

“O Inácio sentiu uma picada na perna, vamos avaliar”.

“Esperávamos este Rio Ave, que é uma equipa que joga bem futebol”.

“O Rio Ave esteve mais perto do seu nível do que nós”.

“Tentámos colocar a bola no Gyokeres e depois no Coates para ganharmos a segunda bola“.

“O que faltou foi o Sporting jogar melhor”.

“Perdemos dois pontos, apesar de dar mérito ao Rio Ave”.

“Não faz qualquer sentido dizer que foi pressão”.

“O plano era um jogar um bocado mais direto, mas o tempo e o relvado não estavam assim tão maus”.

“O que faltou foi jogar melhor e não fazer dois penaltis também”.

“No próximo jogo temos de estar no máximo”.

“O grupo está chateado porque sabem que podemos fazer melhor”.

“Acho difícil o Trincão jogar na quinta-feira”.

“Não foi o Adán nem o Nuno Santos a fazer penalti, foi o Sporting”.

Rio Ave

Luís Freire:

“Penso que tivemos uma coisa que queremos ter: personalidade “.

“Os jogadores entraram com o plano na cabeça e executaram-no”.

“Tínhamos no plano de jogo pressionar alto”.

“Queria muito que fossemos objetivos e não ter uma posse de bola estéril”.

“Reagimos bem ao 1-2”.

“O árbitro também está de parabéns “.

“Ao intervalo disse aos jogadores que tínhamos de continuar”.

“Podíamos ter sido mais corajosos depois do 3-2”.

“Os meus jogadores mostraram muita personalidade “.

“Estivemos perto dos três pontos”.

“Não temos o foco nas condições climatéricas”.

“O adversário do Sporting foi o Rio Ave, não foi a chuva ou o vento”.

“Os três jogadores da frente estiveram muito bem e criaram perigo”.

“Foi bom fazer o 2-2 antes do intervalo “.

“Foi um grande jogo da nossa parte, mas o nosso campeonato tem mais 11 jogos”.

“Foi um bom jogo entre duas equipas que se bateram bem”.

Márcio Francisco Paiva
Márcio Francisco Paivahttp://www.bolanarede.pt
O desporto bem praticado fascina-o, o jornalismo bem feito extasia-o. É apaixonado (ou doente, se quiserem, é quase igual – um apaixonado apenas comete mais loucuras) pelo SL Benfica e por tudo o que envolve o clube: modalidades, futebol de formação, futebol sénior. Por ser fascinado por desporto bem praticado, segue com especial atenção a NBA, a Premier League, os majors de Snooker, os Grand Slams de ténis, o campeonato espanhol de futsal e diversas competições europeias e mundiais de futebol e futsal. Quando está aborrecido, vê qualquer desporto. Quando está mesmo, mesmo aborrecido, pratica desporto. Sozinho. E perde.

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