O absolutismo benfiquista ou quando o delírio se torna regra

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– são os mesmos que acham natural que tenha sido aberto um processo a Slimani após esse jogo, mas não a Fejsa, a Eliseu ou a Samaris devido a agressões nessa mesma partida e no dérbi do campeonato;

– são os mesmos que acham normal que Jorge Sousa, que arbitrou esse encontro da Taça de que o Benfica tanto se queixa, esteja “lesionado” desde então;

– são os mesmos que não se interrogam por que motivo, de 1996 para cá, em nove competições de selecções possíveis (Europeus e Mundiais), só em 2006 (no auge do caso Apito Dourado) Portugal não teve nenhum árbitro presente. O Europeu de 2016 será a segunda vez em que isso acontece;

– são os mesmos que querem à força toda fazer-nos acreditar que Luís Filipe Vieira, o mesmo que em tempos invadia estúdios em directo, agora é um gentleman que nunca fala de arbitragens. Porém, procuram fazer esquecer que, a 20 de Dezembro (14ª jornada), após o jogo com o Rio Ave, o mesmo Vieira falou de uma “arbitragem escandalosa”, de um “roubo em letras bem grandes” e criticou Vítor Pereira, presidente do Conselho de Arbitragem;

– são os mesmos que acham normal que a 2 de Janeiro (15ª jornada), no jogo imediatamente após as críticas de Vieira, tenha ficado uma expulsão por assinalar no Guimarães-Benfica por agressão de Eliseu ainda com o resultado em 0-0, bem como um penálti de Fejsa também com o nulo no marcador ou, já com o 0-1 para os encarnados, que o segundo amarelo a Jardel tenha ficado esquecido. Em caso de empate o Benfica ficaria a 6 pontos do líder Sporting e, caso perdesse, a 7. Acabou por continuar a 4.

15 fejsa guimaraes

– são os mesmos que consideram normal que, nesse mesmo jogo, Carlos Xistra tenha chegado ao ponto de empurrar Sérgio Conceição, mostrando bem o seu estado de espírito num jogo que se revelou decisivo no campeonato. Neste caso já não há “lesão” misteriosa…;

– são os mesmos que, a 10 de Janeiro (17ª jornada), não admitiram que ninguém se insurgisse contra a arbitragem de Tiago Martins no Nacional-Benfica, perdoando a Eliseu nova expulsão por agressão e anulando aquele que seria o 2-1 para os madeirenses, já na segunda parte, marcado de forma limpa (o jogo ficaria 1-4). As pressões de Vieira no fim de Dezembro surtiram efeito.

17 eliseu nacional

17 eliseu nacional golo anulado

– são os mesmos que desvalorizaram a actuação miserável de Cosme Machado no Sporting-Académica – onde o árbitro mostrou uma clara dualidade de critérios nas faltas, deixou passar um penálti sobre Mané, desautorizou o auxiliar no golo do empate da Académica (em claro fora-de-jogo) e ainda expulsou Jesus, Nélson e só não fez o mesmo com o médico porque não podia;

– são os mesmos que desculparam o árbitro Jorge Ferreira quando este inventou um penálti em cima do intervalo do jogo em Paços de Ferreira (22ª jornada, a primeira após a derrota do Benfica com o Porto) que se estava a tornar complicado para o Benfica (1-1 na altura);

23 jonas paços

– são os mesmos que acham normal que Jorge Jesus tenha tantas expulsões em oito meses no Sporting – três – como em seis anos no Benfica;

– são os mesmos que não acham surreal o facto de o treinador do Sporting ter, este ano, mais expulsões do que todo o plantel encarnado;

– são os mesmos que se indignam com Slimani mas que não vêem nada de anormal com as várias agressões de Renato Sanches;

– são os mesmos que não admitiam interrogações sobre actuações do Belenenses ou do Arouca nas partidas contra o Benfica mas que, agora, se queixam por antecipação, em claro estado de pânico digno de quem nunca tinha sequer posto a hipótese de que o Sporting pudesse ganhar no Porto;

– são os mesmos que não têm em conta a quantidade de fanáticos benfiquistas instalados em posições privilegiadas nos media. É o caso de personagens como Fernando Guerra, d’A Bola, Rui Pedro Braz, da TVI (que Bruno de Carvalho recentemente desmascarou como sendo um peão de João Gabriel, cuja empresa gere tanto a comunicação da estação televisiva como a do Benfica), Nuno Farinha, do Record (presente na Gala do Benfica, ao lado de João Gabriel, e autor de textos fanáticos em defesa do clube da Luz), entre outros. Todos eles supostas figuras “imparciais”, mas que definem linhas editorias e se confundem com fanáticos da estirpe de Pedros Guerras, Diamantinos, Gomes da Silva e Joões Gabriéis, com quem não se perderá aqui muito tempo mas cujo papel de desinformação, manipulação e mentira seria imprudente desprezar;

– são os mesmos que acharam natural o almoço de João Gabriel com “o amigo” Octávio Ribeiro, director do Correio da Manhã;

– são os mesmos que bradam aos sete ventos sempre que se sentem ou prejudicados ou não tão beneficiados como acham que devem ser, mas que, tal como o seu presidente, deram uma volta de 180° no que toca à exigência de novas tecnologias do futebol e deixaram cair essa bandeira. Vieira chegou a ir ao Parlamento expor a necessidade do vídeo-árbitro. É caso para perguntar, como faz Rui Santos neste vídeo: o que mudou?

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– são os mesmos que não estranham nem permitem que se estranhe o facto de o V. Setúbal ter aceite adiar o seu jogo com o Benfica para uma segunda-feira, após o Benfica-Bayern se ter jogado numa quarta. Os encarnados ficaram, assim, numa fase decisiva da época, com praticamente o dobro do tempo de descanso que o Sporting teve entre o jogo com o Boavista e a recepção ao Leverkusen (disputados, respectivamente, a uma segunda e a uma quinta);

– são os mesmos que apontam o dedo ao Sporting pelos valores da contratação de Jesus, não contestando o discurso oficial de “ano de desinvestimento” encarnado, ainda que 50% do passe de Jiménez (um suplente) tenha custado 9M€ e que, somadas, as contratações de Saponjic e Jovic (da equipa B) ascendam a quase 10M€;

– são os mesmos que já nem se lembram de que, desde que se soube que Jesus ia para o Sporting, o Benfica (aquele clube que gosta de dizer que “em Portugal só há o Benfica e o anti-Benfica”) tem andado numa roda-viva de ajustes de contas ressabiados, qual ex-marido ciumento, que já incluíram processos ao treinador e aos leões;

– são os mesmos que escamoteiam a recente perda de pontos do Farense – o mesmo clube que vendeu os direitos televisivos ao Benfica – com o consequente atraso na luta pela permanência na Segunda Liga face ao Benfica B. Motivo? Os algarvios usaram Harramiz contra os encarnados porque os dirigentes do clube não sabiam que o atleta estava emprestado por eles. Já se ouviram desculpas melhores;

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Jornal “Record” a dar lições de moral ao treinador do Marítimo. Na era do absolutismo benfiquista, os media são engolidos pela agenda encarnada

– são os mesmos que, ao fazerem um escândalo com as poupanças do Marítimo, ignoram a recente lista de jogadores que viram um amarelo antes do jogo com o Benfica e ficaram, assim, afastados dessa partida. Só no último mês, foi o caso de Henrique, Anderson Carvalho (Boavista), Gonçalo Paciência, Leandro (Académica), João Novais e Roderick Miranda (Rio Ave). Apetece dizer: ingénuo seria o Marítimo caso não tivesse em conta este curioso histórico recente. Para mal das pretensões encarnadas, ainda não é obrigatório jogar sem os melhores jogadores frente ao Benfica, pelo menos por enquanto;

– são os mesmos que não se incomodam nem se escandalizam com as incríveis palavras de Vítor Pereira sobre o caso dos vouchers: não só pretendeu encobrir o que estava em causa, concentrando-se na oferta da camisola de Eusébio e não nos jantares – esses sim, o verdadeiro problema – como, para ele, a denúncia da situação é que é grave e não passou de uma “estratégia” para o Sporting ganhar o campeonato (!);

Redação BnR
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