O laboratório tático de Jesus

    O Sporting tem atuado de forma regular num sistema de 4-4-2 clássico, bastante agressivo, com um futebol ofensivo e de construção atacante. Mas, olhado à lupa, este sistema desdobra-se num 4-1-3-2, com William a ser o homem que se situa entre o setor defensivo e o eixo do meio-campo dos Leões. Tudo se processa num clima e num ambiente futebolístico que assenta na circulação de bola, sempre com uma mentalidade atacante, explorando os contra-ataques: não é por acaso que, nos momentos de iniciação das manobras ofensivas, William desce para a posição dos centrais e, ao mesmo tempo, os laterais projetam-se em zonas mais ofensivas juntamente com os extremos. Essa situação garante profundidade ofensiva no jogo do Sporting, particularmente nas faixas do ataque. Mas a equipa não perde equilíbrio defensivo pois o médio defensivo desce para zonas mais recuadas do terreno.

    Refira-se que, apesar da “fidelidade” de Jesus ao 4-4-2, o Sporting atuou na pré-época no sistema de 3-4-3, nomeadamente frente aos suiços do Basileia, num jogo que terminou com uma derrota dos Leões por três bolas a zero. Mas, apesar da derrota, Jesus parece ter ficado satisfeito com o “novo” Modelo: “O futebol na minha opinião vai avançar para isso (3x4x3)”  foi a declaração de Jorge Jesus após esse jogo particular com o Basileia. De facto os sistemas táticos com três centrais (combinações possíveis de 3-4-3 ou 3-5-2) são usados por grandes clubes da Europa: destaque-se, neste capítulo, o Chelsea de Antonio Conte que foi campeão de Inglaterra com um 3-4-3 a ser usado em praticamente todos os jogos da época passada.

    Gelson Martins é um dos principais diamantes em valorização na equipa de Jesus Fonte: Sporting Clube de Portugal
    Gelson Martins é um dos principais diamantes em valorização na equipa de Jesus
    Fonte: Sporting Clube de Portugal

    Mas a utilização e a adoção deste sistema requerem bastante solidez, coordenação e consolidação de rotinas de jogo e, para se sentir os seus verdadeiros efeitos ao nível do rendimento das equipas, requer, sobretudo, tempo. Por essa razão ou por outras, o que é facto é que o 3x4x3 de Jesus, após a “experiência” de pré-época tem permanecido no “tubo de ensaio” do seu laboratório, preferindo antes atuar no seu “4-4-2” ao longo da presente temporada.

    O Sporting, regra geral, com esta tática, joga um futebol atrativo e bonito. A valorização de ativos, desde que esta alteração tática foi ensaiada por Jesus, está aí para demonstrar a eficácia desta filosofia e sistema de jogo. Para os adeptos, a “onda verde” entusiasma-se com a liberdade que cada jogador apresenta em campo, o que mostra que o 4-4-2 de Jesus dá liberdade e fluidez aos Leões durante os momentos ofensivos e defensivos da equipa.

    Foto de Capa: Sporting Clube de Portugal

    artigo revisto por: Ana Ferreira

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    Simão Mata
    Simão Matahttp://www.bolanarede.pt
    O Simão é psicólogo de profissão mas isso para aqui não importa nada. O que interessa é que vibra com as vitórias do Sporting Clube de Portugal e sofre perante as derrotas do seu clube. É um Sportinguista do Norte, mais concretamente da Maia, terra que o viu nascer e na qual habita. Considera que os clubes desportivos não estão nos estádios nem nos pavilhões, mas no palpitar frenético do coração dos adeptos e sócios.                                                                                                                                                 O Simão escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.