
Fonte: Sporting CP
É óbvio que após tantos anos em declínio, a perder o seu fulgor, alcançar essas aspirações mais elevadas constrói-se com o tempo, mas de época para época o clube tem mostrado estar no bom caminho. A capacidade e a ousadia para exigir estes valores pelos seus jogadores é sinal não de ímpeto mas de força. Não é algo precipitado e impulsivo; é uma posição tomada para mostrar ao mundo que o Sporting está forte, cada vez mais forte, e que tem jogadores de topo, só ao alcance dos mais ricos.
Podem argumentar os moralistas sobre como o futebol está inflacionado; certamente têm razão. Contudo, foi o mundo moderno que criou este futebol de milionários. Todos nós que assistimos aos jogos, que vibramos e nos emocionamos com o desporto, compactuamos com todos estes milhões movimentados, e quando o mundo do futebol moderno chega a este patamar as opções continuam a ser as mesmas. Pode-se querer ser e manter um clube grande, médio, ou pequeno. Se o objectivo é ser-se um clube grande, então tem de se negociar como os grandes.
Já referi algumas vezes que não acredito que o dinheiro faça equipas, mas não deixa de ser por isso que estes muitos milhões são de extrema importância. Permitem ter a capacidade salarial para pelo menos minimizar estragos quando os grandes tubarões europeus vêm aliciar os nossos melhores jogadores, e manter as pedras basilares duma equipa é essencial para a tornar competitiva e equilibrada.
Fazendo um balanço desta época, é verdade que só ganhámos a supertaça, mas creio que foi dado mais um passo importante na ascensão do Sporting na sua caminhada para se tornar um dos grandes clubes europeus. Esse é e tem de ser o foco, Jorge Jesus tem de ser o homem do leme. Ele é sem dúvida o homem correcto, mas há uma coisa que espero ver nesta próxima época. A mesma garra que a equipa demonstrou no campeonato tem de ser levada para as competições europeias. Estas, assim como o campeonato, têm de ser uma prioridade, porque é lá que os grandes clubes europeus se digladiam, pelo que é também lá que o Sporting tem de mostrar a sua força.
Artigo revisto por: Manuela Baptista Coelho