SL Benfica 1-2 Sporting CP: Treze anos depois, a Taça chegou a Alvalade

    A CRÓNICA: VALEU A SEGUNDA PARTE, SPORTING

    Numa final repetida treze anos depois, o Sporting CP venceu o SL Benfica no Estádio Municipal de Leiria, conquistando pela terceira vez na sua história a Taça da Liga.

    Vivia-se acima de tudo um espetáculo do futebol, e eram milhares os adeptos que esperavam pelo primeiro apito do árbitro.

    A primeira parte acabou por trazer um sabor amargo aos leões Sporting CP e um sorriso às águias.

    Nos minutos iniciais, o jogo tardava a aquecer entre duas equipas que ainda se estavam a conhecer. No entanto, o ligeiro ascendente estava do lado da equipa leonina.

    Mas quem inaugurou o marcador foram mesmo os encarnados. Aos 23 minutos, Everton Cebolinha protagonizou uma grande jogada individual, serpenteando a defesa leonina e rematando para o fundo das redes. O furor de uma bancada contrastava assim com o desalento de outra.

    Dois minutos, viu-se uma tentativa de resposta, mas o cabeceamento de Gonçalo Inácio foi travado na perfeição por Vlachodimos. Grande defesa do guardião grego a evitar o empate, mas já estava feito o ensaio.

    Aos 33 minutos, na sequência de um lance de insistência, Sarabia atirou à barra, mas o lance foi anulado por posição irregular

    Mas esta não foi a única tentativa do extremo espanhol. Poucos minutos depois, protagonizou cruzamento tenso bem resolvido por Vlachodimos.

    Depois de um intervalo repleto de festa em Leiria, a segunda parte trouxe definitivamente a festa leonina.

    Os primeiros sinais começavam a ser dados e o SL Benfica tornou-se uma equipa submissa às vontades do Sporting CP.

    As bolas paradas gritaram presentes e Gonçalo Inácio reestabeleceu a igualdade no marcador na sequência de um pontapé de canto. Cabeceamento certeiro do jovem central português aos 49 minutos, com Morato a ficar muito mal na fotografia.

    O SL Benfica mostrava-se cada vez mais desconfortável e começou de novo a ver-se as habituais transições ofensivas do Sporting CP.

    Mas a resistência encarnada acabou mesmo por ceder aos 78 minutos. Pablo Sarabia protagonizou uma jogada “à Sporting CP de Rúben Amorim” e fez o 2-1 no marcador. Morato ficou mais uma vez muito mal na fotografia, e permitiu que o extremo leonino se isolasse frente a Vlachodimos. O pragmatismo que não se havia visto na primeira parte estava assim de volta.

    Até ao final do encontro foi o tudo ou nada do SL Benfica. Mas a defesa leonina não cedeu e já não havia forma de reverter o resultado.

    Treze anos depois, está assim vingada a final perdida de 2009 e os leões de Rúben Amorim tornam-se oficialmente campeões de inverno.

     

    A FIGURA

    Fonte: Paulo Ladeira/ Bola na Rede

    Matheus Nunes – Aqui está um exemplo de como numa primeira parte se pode ser dos piores em campo e nos segundos 45 minutos ser eleito como o homem do jogo.

    A escolha mais fácil seria sempre Pablo Sarabia, e a verdade é que não foi Matheus Nunes que deu a vitória ao Sporting C, nem criou as maiores oportunidades de golo.

    Contudo, foi muito pela mudança radical de comportamento em campo do médio leonino que vimos uma equipa diferente. Na segunda parte, tornou-se um elemento muito mais solto e ativo nas dinâmicas da equipa, contribuindo para as transições ofensivas que se começaram a ver.

     

    O FORA DE JOGO

    Fonte: Paulo Ladeira/ Bola na Rede

    Morato – Foi uma noite de pesadelo para o jovem central encarnado. Morato teve responsabilidade nos dois golos e tudo isso acabou por afetar a estabilidade defensiva encarnada. Claramente um jogador que vai precisar de uma dose extrema de confiança depois desta final.

     

     

    ANÁLISE TÁTICA – SL BENFICA

    Os encarnados alinharam num 4-3-3 com Yaremchuk enquanto referência mais ofensiva, mas capaz de sair da sua posição para ganhar a primeira bola e jogar de costas para a baliza nos pontapés batidos por Vlachodims (sendo que Everton ficava assim mais encostado a Diogo Gonçalves e Yaremchuk entre Luís Neto, Esgaio e Palhinha).

    Meïte foi a novidade no onze, aparecendo mais avançado no terreno enquanto um oito. Era possível ver o médio encarnado em duas posições: ou ao lado de João Mário, ou mais sozinho, deixando toda a construção de jogo entregue aos dois companheiros da zona intermediária.

    Nas alas, destaque para Everton em 4-3-3 a mostrar um grande ascendente, com João Mário muitas vezes a ajudar à pressão da linha mais ofensiva

    Na segunda parte, a equipa de Nélson Veríssimo tornou-se submissa ao Sporting CP.

    Os espaços que, na primeira parte, se encontravam fechados, começaram a abrir-se. Já a equipa com bola começava a apresentar alguma passividade, permitindo uma recuperação ofensiva do adversário

    Entre as substituições efetuadas por Nelson Veríssimo, destaque para a entrada de Gonçalo Ramos. No entanto, na globalidade, nada se alterou e o resultado acabou por ficar fechado.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Odysseas (5)

    Grimaldo (4)

    Vertonghen (4)

    Morato (3)

    Lázaro (3)

    Weigl (5)

    Meïte (5)

    João Mário (5)

    Everton (6)

    Diogo Gonçalves (5)

    Yaremchuk (4)

    SUBS UTILIZADOS

    Gonçalo Ramos (3)

    Gil Dias (3)

    Taarabt (-)

    Pizzi (-)

    Henrique Araújo (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – SPORTING CP

    A equipa leonina apresentou-se num 3-4-3 com Matheus Nunes de regresso à dupla com Palhinha e Paulinho de novo na frente de ataque.

    Na primeira parte, vimos uma equipa muito encaixada no Benfica e a procurar o jogo exterior sem sucesso.

    Já na segunda parte, o Sporting CP voltou a ser Sporting CP. Tornou-se uma equipa mais agressiva e a ser capaz de sair em transições ofensivas, causando mais dúvida ao adversário. O pragmatismo era assim a palavra de ordem.

    Matheus Nunes acabou por ter um papel preponderante nesse aspeto, sendo que a equipa passou a encontrar espaços onde ainda não se tinha visto

    Destaque ainda para a entrada de Pedro Porro que também trouxe outro balanço ofensivo com Ricardo Esgaio a descer para central.

    Já no que respeita às restantes substituições, estas não mudaram a forma de jogar do Sporting CP que conseguiu gerir de forma confortável o encontro mantendo a linha defensiva coesa e apostando nas transições.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Adán (6)

    Feddal (5)

     Gonçalo Inácio (6)

    Neto (3)

    Ricardo Esgaio (5)

    Palhinha (4)

     Matheus Nunes (7)

    Matheus Reis (5)

    Sarabia (7)

    Pedro Gonçalves (5)

    Paulinho (4)

     SUBS UTILIZADOS

     Pedro Porro (5)

    Ugarte (-)

    Nuno Santos (-)

    Tiago Tomás (-)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    SL Benfica

    Não foi possível colocar questões ao treinador do SL Benfica, Nélson Veríssimo.

     

    Sporting CP

    Bola na Rede: Olhando para as diferenças da primeira parte para a segunda, um dos aspetos que mais me saltou à vista foi Matheus Nunes que apareceu muito mais solto e envolvido nas dinâmicas da equipa também no auxílio às transições. Pergunto-lhe se concorda e o que é que procurou dizer ao jogador no intervalo para aquilo que vimos na segunda parte?

    Rúben Amorim: Não muito, eles tiveram uma marcação forte. O Meïte é um jogador forte e caiu por cima do Matheus. Nós para chegarmos pelo lado esquerdo, tivemos o Matheus Reis e o Pablo [Sarabia], e não precisamos tanto do Matheus Nunes. Na segunda parte, o jogo partiu-se um pouco, e fica bom para as características do Matheus Nunes, mas ele fez um jogo bastante completo.

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    João Castro
    João Castrohttp://www.bolanarede.pt
    O João estuda jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social. A sua grande paixão é sem dúvida o jornalismo desportivo, sendo que para ele tudo o que seja um bom jogo de futebol é bem-vindo. Pode-se dizer que esta sua paixão surgiu desde que começou a perceber que o mundo do futebol é muito mais que uma bola a passear na relva.