Decorridas dez jornadas, o que vemos nesta equipa dos Leões? Essencialmente um motor que necessita de um pouco de óleo para que as suas engrenagens entrem em plena ação. No plano das individualidades, tudo praticamente perfeito, à exceção de uma ou de outra que não está ainda ao nível exibicional do que se esperaria. Mas, no cômputo geral, tratam-se de jogadores de classe, atletas de alto quilate competitivo. Como exemplo disso temos Bruno Fernandes, os centrais Mathieu e Coates, Piccini até nem se tem dado nada mal, contrariando as críticas iniciais (nomeadamente as minhas) face às qualidades do italiano. William é o comandante desta equipa no eixo do meio-campo defensivo, Gelson e Acuña garantem, enquanto extremos, a qualidade ofensiva da equipa. Mas… eis que chegámos ao “Pós Meio-Campo” e aqui começa a vislumbrar-se a limitação deste Sporting. Dost, por muito que tenha marcado não está, a meu ver, no plano exibicional do ano passado. Sobretudo, parece um jogador à parte da equipa, independentemente dos golos que tem marcado nos últimos jogos.
Por outro lado, Bruno Fernandes rende muito mais se for colocado nas costas do Avançado, mas nem sempre tem sido essa a sua posição nos últimos jogos. No jogo contra o Rio Ave, por exemplo, e também contra a Juventus, começou no eixo do meio-campo, na posição oito, ao lado de William que assegurou, por seu turno, a posição seis. Um oito, um Adrien… Andará ainda o Sporting de Jesus a tentar apagar ou resolver o “buraco” que o capitão deixou nesta equipa?
Do ponto de vista coletivo, há exibições em que este Sporting parece ainda ter necessidade de se encontrar consigo (exceções feitas, em alguns jogos do Campeonato e em todos da Liga dos Campeões disputados até ao momento). A última exibição para o campeonato contra o Rio Ave em Vila do Conde foi o corolário da insegurança e, sobretudo, da falta de articulação entre os setores – da defesa ao(s) avançado(s). É caso para dizer que falta óleo nesta correia dentada leonina. Terá o Sporting que olear urgentemente a sua correia de transmissão antes que a sua pouca lubrificação paralise o motor e tenhamos mais um ano com o automóvel avariado ou aos soluços antes de chegar à meta. E isso faz-se com a inculcação de uma mentalidade ganhadora em qualquer competição em que o Sporting participe e, sobretudo, com treinos exigentes de forma a rentabilizar a potencialidade dos seus atletas. Porque todos estamos desejosos de ver o Sporting campeão!
Foto de Capa: Sporting Clube de Portugal
artigo revisto por: Ana Ferreira