Universo Paralelo: Rúben Amorim, o salvador de uma época desastrosa

A existência de um mundo paralelo, onde neste caso só Amorim nos vai prender à realidade, permite o divagar contínuo e a construção de fantasias que rapidamente se apoderam da realidade. A certa altura, a confluência dos dois mundos irá baralhar o subconsciente da pessoa que padece de tal “doença”: daí, irrompe um mar de questões às quais as respostas teimam em não aparecer e fincam o pé até ao incrustar da pegada no solo. A entrada neste processo vital não apresenta qualquer tipo de linearidade pelo facto de parte da população mundial ser adepto da quimera e do sonho e esses atributos lhe ser completamente inerentes.

Já que o leitor insiste (a premonição gosta de mim), moldemos o assunto à ingestão de estupefacientes de caráter alargado. O senhor LSD e o compincha MD estão a par e sabem perfeitamente o que aqui se redige: tal como um assassino da espécie mais sanguinária possível, o consumo dos facínoras subjuga o ser humano à sua própria bolha e, antes que este pense na libertação e escapatória, já as agulhas e os materiais cortantes se situam do outro lado da barricada. (Passe a referência e publicidade, David Lynch é o mestre da profusão do universo de modo cinematográfico. A partir daí, estendam a missiva ao que vos fascina!)

Quanto aos sportinguistas, o vício é outro, os efeitos e as consequências idem: a esperança, aquela fé inabalável naquilo em que acreditamos e depositamos todas as “fichas” existentes. Durante anos a fio que nos alastramos pelo domínio do quase e da suposição. A agulheta do espetro da culpa variava entre nós mesmos e todo o exterior que se edifica. Duas máfias, um “Godfather”. Um Apito Dourado e um Sistema de Cartilha com tudo incluído, do bom e do melhor. Contudo, algo não se alterou: a direção medíocre leonina, de troca o passo, vitimizando-se. Os líderes meigos, amigos dos opositores, a todo o momento espezinhados e recalcados.

Universo Paralelo
A euforia do golo só pode ser superada pelo festejo de um título
Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

2020 foi ano fraturante e de mudança. Antes de Amorim, na morgue leonina pereceram Marcel Keizer, Leonel Pontes e Jorge Silas. Frederico Varandas e toda a cúpula dirigente que o encarcera, depois de três tentativas que pecaram pela ausência de tática, estratégia e todos os sinónimos possíveis e imaginários, apostou num treinador proveniente da Bracara Augusta: Rúben Amorim, a sensação da Pedreira. Em 12 ou 13 partidas sob a sua orientação e supervisão, os mais entendidos, no íntimo da estrutura do Sporting Clube de Portugal, entenderam contratá-lo (desculpem o pleonasmo, foi para fazer jus ao adjetivo).

Principescamente, face à fossa cavada perante o FC Porto e o SL Benfica, os adeptos leoninos experimentaram um êxtase negativo e uma ausência de confiança. Além disso, alguns (tal como eu), não conceberam a relação com o SC Braga e o jogo múltiplo, ambíguo e bipolar que o presidente, António Salvador, possui de modo constante e vincado com o clube de Alvalade. Mas isso são outros quinhentos, como se profere na gíria…

O volte-face edifica-se a partir da 24.ª jornada. O clube leonino, a partir desse momento (2-0, frente ao CD Aves, num hino ao futebol), percorre terreno e aproveitará as benesses dadas pelos dois rivais, encetadas nos empates a uma bola diante de Setúbal e Rio Ave. Aqui, de modo objetivo e, arrisco-me a dizer visionário, prevejo tombos sucessivos de ambas as partes: à entrada da derradeira e decisiva jornada, os três de sempre disputarão a mais almejada das competições internas – a Primeira Liga – com claro favoritismo para os dois que, não sendo de sempre, são quase.

O foco localizar-se-á no Estádio da Luz e na Pedreira. Curiosamente, Rúben Amorim sabe como vencer em cada um dos terrenos e quais os antídotos a adotar para que tal aconteça. Sem querer gabar o meu jeito premonitório, o Sporting Clube de Portugal liderado por Amorim irá quebrar o jejum de 18 longos anos (novamente, não é um sonho) e festejar o 19.º  no reduto do maior dos rivais. Não vou cercar-me de hipocrisia e dizer que se for assim de 18 em 18 anos fico radiante, porque diminuído o tempo de espera, as circunstâncias tinham bem mais piada. Muito mais do que a ironia do destino que se avizinha…

Artigo revisto por Inês Vieira Brandão

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