O que falhou de um ano para o outro, não foi uma defesa mais fraca, até porque era a mesma, com o acréscimo de Coates, no entanto o meio campo perdia um elemento que segurava a bola, pensava o jogo, fazia jogar, e ganhava o acelerador de jogo, podendo desequilibrar o adversário mas não tendo também a capacidade de equilibrar a sua equipa como tinha João Mário. No ataque perdíamos um trabalhador incansável, que ia à linha, pressionava, finalizava, e ganhávamos um finalizador nato, que trabalha muito mas não consegue pressionar tão em cima, e durante tanto tempo.
A equipa teve dois substitutos de enorme qualidade para ocupar os lugares vagos, no entanto o treinador tinha que jogar de outra forma para os equilíbrios. Não o fez, e talvez por isso tenhamos sofrido tantos golos. Com estes jogadores, Jorge Jesus tinha que reforçar o meio campo para equilibrar a equipa nas transições, uma vez que os adversários, não encontravam a pressão de outros tempos aquando da nossa perda de bola.
Este ano, a politica de contratações tem sido parecida à do ano anterior, mas mais virada para jogadores experientes de grandes campeonatos, e jogadores conhecedores do campeonato português, necessitando de menos tempo de adaptação. Percebendo que já contratámos dois laterais, dois centrais (um deles pode ainda jogar a lateral), dois médios e um avançado, diria que a equipa está a ser reforçada de trás para a frente, e poderia até pensar que Jorge Jesus iria mudar a sua forma de jogar uma vez que tem agora um 10, mas conhecendo o treinador sei que o esquema nunca mudará, apenas os jogadores que o compõem.
A verdade é que em termos de capacidade de pressão, podemos agora ter em Doumbia um parceiro excelente para Dost, podendo este último resguardar-se mais para marcar golos, e no meio campo temos alternativas válidas aos nossos capitães, no entanto alguns desses jogadores poderão sair, o que vai obrigar a alterações na coluna da equipa. E dessa coluna, composta por Patrício, William, Adrien, Dost e Gelson certamente sairá um, e possivelmente mais que um, o que vai acarretar mais trabalho ao treinador para encontrar alternativas válidas, e para a equipa que terá que saber compensar essas perdas.