Gil Vicente FC 3-2 CD Aves: O Galo regressou e o poleiro já é dele

Seria difícil imaginar melhor forma de assinalar um regresso ao patamar maior do futebol português por parte do Gil Vicente. O jogo na Vila das Aves teve de tudo: intensidade, lances de perigo, golos e emoção até ao fim. Se Vítor Oliveira queria mostrar que este Gil não seria o ‘parente pobre’ da Primeira Liga, então a equipa deu uma resposta excelente, a todos os níveis. Do lado avense, Augusto Inácio viu a sua equipa ceder perante tantas limitações para montar um onze competitivo. Os caseiros não tiveram capacidade para fazer frente ao maior andamento gilista nesta partida e sucumbiram na parte final.

Entrada forte dos galos no jogo, com muita intensidade e a colocar em sentido a equipa avense. Montados nos 4-3-3, a tendência poderia ser para que ambos os conjuntos se encaixassem taticamente e que a partida acabasse por ser mais enfadonha e com poucas oportunidades. Mas não foi bem assim, o Gil, com um plantel praticamente novo, quis mostrar trabalho e surpreendeu, revelando já bom entendimento e alguma capacidade para, em termos individuais, resolver algumas questões que o coletivo possa não conseguir. E não conseguiu, de facto, esta tarde, funcionar em plenitude, algo para o qual o técnico Vítor Oliveira já tinha chamado a atenção e que promete resolver daqui em diante. No aspeto particular, nota para Lourency, que se assume como um caso sério e também para o médio búlgaro Kraev, que promete ser o dínamo do meio campo barcelense.

Quanto ao Aves, as dificuldades para montar um onze competente foram muitas, fruto das inúmeras ausências com que Augusto Inácio se depara neste momento. Assim, os problemas mais visíveis aconteceram na defesa. Mato Milos, lateral direito de raíz, foi desviado para a zona central do setor, onde fez parelha com o reforço Mehmeric. Assim, o lado direito da defesa acabou por ser “fechado” por Rúben Oliveira, ele que sempre jogou a médio. Até por isso, não é difícil de prever os calafrios por que passou o lado direito da defesa avense, essencialmente com as endiabradas arrancadas de Lourency.

Soares e Rodrigues na luta pela posse de bola
Fonte: Gil Vicente FC

O avançado brasileiro deu o primeiro sinal aos 13’, acabando mesmo por marcar cinco minutos depois, num lance que seria anulado por pretenso fora de jogo. Nesta altura, Rúben Macedo tentava lutar contra o marasmo que era o futebol do Aves e, com uma arrancada sobre a direita, deixaria a bola pronta para um pequeno desvio para golo, mas ninguém lhe chegou. Quem chegou bem a tempo de evitar um golo certo foi Wellington, o guardião gilista, que resolveu o penálti que ele mesmo cometera instantes antes. Logo a seguir, mesmo sobre o término da primeira parte, voou para sacudir um cabeceamento quase vitorioso de Mehmeric. O primeiro tempo fechava sem golos e a expetativa era de que os remates vitoriosos não fossem acontecer em grande número daqui em diante. Mas não foi assim…

Sem alterações nos 22 em campo, o Aves acabaria por se colocar em vantagem depois de Wellinton abrir uma auto estrada na defesa gilista, a confirmar que os centrais são neste momento os elementes que precisam, porventura, de uma maior afinação. Estavamos no minuto 53 e a resposta dos galos não se fez esperar. Erick, de livre, deu o primeiro aviso, mas Beunardeau começou a abrir o livro das grandes defesas.

O aviso deu lugar ao golo aos 63’, quando Sandro Lima, com classe, rodou sobre Mehmeric e atirou para o fundo das redes. Era o empate mais do que justo para o Gil, que daria a cambalhota pouco depois, por intermédio do homem que mais merecia o festejo: Lourency. O brasileiro, descaindo da esquerda para o centro, rematou em jeito e marcou um belo golo, ao qual o Aves rapidamente respondeu através do recém entrado Peu, a rematar de primeira após um mau alívio da defesa gilista.

O empate a quinze minutos do fim fazia pairar a resolução deste imbróglio através das grandes penalidades, mas Kraev, em cima dos 90’, colocou um ponto final no assunto, com um golo de levantar o estádio, a conferir inteira justiça neste regresso oficial do Gil Vicente aos palcos da Primeira Liga.

 

ONZES INICIAIS E SUBSTITUIÇÕES

Gil Vicente FC: Wellington, Alex Pinto, Rodrigo, Ruben Fernandes, Rodrigo, Arthur, Soares, Kraev, João Afonso, Erick (Samuel, 79’), Lourency (Edwin, 90’) e Sandro Lima.

CD Aves: Beurnardeu, Mato Milos, Falcão, Meheremic, Afonso Figueiredo, Macedo, Estrela, Rúben Oliveira (Tavares, 71’), Bruno Xavier (Bruno Lourenço, 82’), Wellinton e Rodrigues (Peu, 71’).

Ricardo Anselmo
Ricardo Anselmohttp://www.bolanarede.pt
O azul e o branco é parte fundamental da vida do Ricardo. O amor pelo FC Porto faz dele um adepto ferrenho dos 'dragões'. Tem na escrita um amor quase tão grande como o que tem pelo clube, sendo sobre futebol que incide a maior parte das suas escrituras. No futuro, espera encontrar no jornalismo a sua ocupação profissional.                                                                                                                                                 O Ricardo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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