A CRÓNICA: SEGUNDA-PARTE DIZIMADORA LEVA VIMARANENSES PARA A PRÓXIMA RONDA
Num final de tarde solarengo e quente na cidade berço, o Leixões Sport Clube deslocou-se até Guimarães para enfrentar a equipa agora orientada por Pepa, após a saída de João Henriques do comando técnico que deixou a equipa na sétima classificação no final da temporada. O jogo que marcou o regresso de ambas as equipas às competições oficiais e à nova época, que se encontra a espreitar à porta.
Assim, ambas as equipas se encontravam claramente confiantes com os novos reforços e com novas ambições, sendo evidente as mudanças táticas em ambos os lados. De um lado, a equipa da casa encontrava-se finalmente organizada e consciente da missão coletiva. Enquanto, os bebés do mar apresentavam uma força renovada e extramente perigosa à baliza de Trmal.
A primeira tentativa para modificar o marcador, deu-se com uma combinação genial de Jorge Fernandes que procura por Edwards no meio-campo, o inglês recebe a bola e domina para procurar por Rafa Soares no lado direito de Tiago Silva, o defesa faz tabela com Rochinha que mete a bola em Oscar Estupinan para um remate falhado, anulando a chance do primeiro golo.
Por outro lado, o primeiro golo surge nas grandes penalidades após um toque de mão por parte do avançado vitoriano, Sapara converte assim para o primeiro golo da partida.
Em forma de resposta, a formação vitoriana assume o jogo e Rochinha, recebe um grande passe por parte de André Almeida, entrando na área adversária e batendo Tiago Silva com um remate cruzado, à passagem do minuto 34.
𝐑𝐎𝐂𝐊𝐄𝐓 𝐒𝐂𝐈𝐄𝐍𝐂𝐄 🚀💥
@marcusedwards__ remata com violência, desvia em Diogo Gomes e estamos em 𝐕𝐀𝐍𝐓𝐀𝐆𝐄𝐌! pic.twitter.com/BdR6bLyDXM— Vitória Sport Clube (@VitoriaSC1922) July 26, 2021
A segunda parte começou com uma intenção clara por parte da equipa do Vitória de chegar à vantagem no marcador e criou a primeira situação de perigo iminente à passagem do minuto seis. Edwards deixou o marcador para trás, partiu para dentro e entregou a Rafa Soares, que apareceu liberto de marcação do lado esquerdo da área leixonense e, com um cruzamento-remate, deu o primeiro aviso à baliza defendida por Tiago Silva.
A equipa vimaranense continuava a assistir e esteve novamente muito perto do golo, desta vez ao minuto 58. Boa combinação de Handel com André Almeida, que serve Edwards encostado à linha direita, desequilibra a equipa do Leixões no um contra um com o marcador e serve André André, que apenas tinha o guarda-redes pela frente, mas não conseguiu enquadrar com a baliza.
O Leixões tentava contrariar o poderio ofensivo do Vitória, mas era a equipa da casa quem continuava com a sua avalanche ofensiva. André Almeida tabela com Rafa, um dos mais desequilibradores do lado vitoriano, e o mesmo serve Oscar na perfeição, que vacila novamente perante a baliza dos forasteiros.
Depois de tanta insistência, a equipa comandada por Pepa lá chegou ao golo. Depois de uma sequência de cantos, a bola chega bombeada a Marcus Edwards, que tira o adversário da frente com uma simulação e tira um cruzamento, que é desviado por Diogo Gomes para a própria baliza, para infelicidade dos bebés do mar.
O domínio vitoriano não abrandou com o segundo golo e chegou ao terceiro aos oitenta e quatro minutos de jogo, por Bruno Duarte. Num lance em que a genialidade de Rochinha veio ao de cima, que com um passe açucarado deixou Bruno Duarte à mercê do golo, e o mesmo não vacilou. O Vitória não tirou o pé do acelerador e poderia ter aumentado a vantagem apenas dois minutos depois, quando Maga viu-lhe negado o que seria um grande golo.
Maga, que se estreou com o rei ao peito, entrou cheio de vontade de fazer o golo e acabou por também fazer balançar as redes adversárias. Grande jogada individual de Rafa, a bola sobra para Herculano que remata e Maga desvia de calcanhar para completar a goleada dos conquistadores.
Num jogo que ficou marcado pelas estreias de Handel, Gui, Herculano e Maga, jovens formados no clube, o Vitória começa a época da melhor maneira, enquanto o Leixões começa com o pé esquerdo a temporada e fica afastado da Taça da Liga.
A FIGURA
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— Vitória Sport Clube (@VitoriaSC1922) June 23, 2021
Tomás Handel – Com 20 anos e em estreia na equipa principal vimaranense, Tomás Handel foi dono o senhor do meio-campo. Com um pé esquerdo de enorme qualidade, o jovem formado no clube minhoto destacou-se não só na construção, mas também na transição defensiva, com muitos roubos de bola ainda no miolo ofensivo. Não esteve diretamente presente em nenhum dos golos mas foi um elemento diferenciador para Pepa. Menção honrosa para Rochinha, que também realizou um belíssimo jogo
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O FORA DE JOGO
Jefferson Encada em ação contra o antigo clube na taça da Liga. O Leixões perdeu por 4-1 em Guimarães frente ao Vitória #Djurtos pic.twitter.com/wMBX3UqBAs
— Bola na txon 🇬🇼 (@bolanatxon) July 26, 2021
Jefferson Encada – Defensivamente o atleta de Guiné Bissau ficou muito aquém das expetativas, facilitando especialmente a tarefa de Rochinha, que obteve uma especial exibição graças ao extremo que deixou o corredor completamente livre e de fácil acesso para o jogador português fazer a sua magia entre linhas.
ANÁLISE TÁTICA – LEIXÕES SC
Na primeira partida oficial da época 2021-2022, José Mota escalou a equipa num 4-3-3, com Wallyson e Nduwarugira como médios mais fixos, dando mais liberdade a Diogo Leitão, o centro campista que se colocou maioritariamente atrás do avançado Wendel.
Os bebés do mar, numa primeira fase de construção ofensiva, fizeram descer Nduwarugira para o meio dos centrais, saindo com três homens no corredor central, dando uma maior projeção aos laterais, Encada à direita e Seck à esquerda. Numa segunda fase, o Leixões procurou na grande maioria das vezes passes nas costas da defesa vimaranense, principalmente pelo lado direito, onde Jeferson Encada aparecia vindo de trás.
Já num momento defensivo, a equipa de Matosinhos optou por uma pressão média-alta na primeira fase vimaranense, variando para um 4-4-2 neste momento do jogo. Wendel e Leitão formaram a primeira linha de pressão, enquanto Kiki e Sapara formavam uma linha de quatro homens com os médios.
Na segunda parte, a equipa do Leixões quase não existiu, não tendo qualquer hipótese frente a um Vitória que veio dos balneários com a moral e qualidade em alta. Os diversos golos da equipa da casa acabaram por abalar os forasteiros, que acabaram por se perder dentro do campo.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Tiago Silva (4)
Diogo Gomes (4)
Ricardo Teixeira (4)
Encada (3)
Seck (4)
Nduwarugira (5)
Wallyson (4)
Kiki (5)
Sapara (6)
Leitão (6)
Wendel (4)
SUBS UTILIZADOS
Belkheir (4)
Morim (4)
Folha (-)
Papalelé (-)
ANÁLISE TÁTICA – VITÓRIA SC
No primeiro jogo oficial da equipa vitoriana orientada pelo Pepa, o técnico português optou pelo sistema tático 4-3-3 com Oscar Estupinan enquanto homem mais avançado no terreno, contando com o apoio de Rochinha e de Edwards nas laterais.
O meio-campo assegurado por André Almeida, o capitão vitoriano André André e, o destaque neste onze inicial, Tomás Handel.
Na baliza, Trmal conta com o apoio de Rafa Soares, Jorginho Fernandes, Borevkovic e Sacko que se assumem como centrais neste duelo frente ao Leixões SC, numa noite de Taça da Liga na cidade berço.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Trmal (5)
André Almeida (6)
André André (7)
Borevkovic (5)
Edwards (6)
Estupinan (3)
Jorge Fernandes (4)
Tomás Handel (8)
Rafa Soares (8)
Rochinha (9)
Sacko (5)
SUBS UTILIZADOS
Janvier (4)
Gui (6)
Maga (5)
Bruno Duarte (5)
Herculano (-)
BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA
Leixões SC
BnR: Foi de conhecimento público que tiveram 15 baixas durante a semana, de que modo essas mesmas baixas desestabilizaram a preparação do jogo?
José Mota: Claro que tivemos algumas situações que não foram boas, e tivemos nomeadamente na sexta-feira muitos atletas que não treinaram, metade do plantel não treino. Isso refletiu em alguns momentos de jogos, caímos, é o primeiro jogo da época em termos profissionais numa exigência muito grande. Se calhar a nós, de todas as equipas, saiu-nos o adversário mais forte de todos e na casa deles. Se teve influência? Claro que sim, alguns tiveram febre e tudo e dificultou o desempenhou de alguns deles durante o jogo.
Vitória SC
BnR: Após uma noite de estreias de vários jogadores, sente que de alguma forma é importante dar este espaço aos jogadores da formação para desenvolverem uma certa confiança e ganharem espaço para os próximos jogos oficiais?
Pepa: Acima de tudo é preciso trabalhar. O Vitória é um clube com uma formação de excelência. É trabalhar e esperar pelas oportunidades, que a qualidade existe. É preciso também colocar alguma água na fervura, foi bom, mas já passou e agora é continuar a trabalhar para preparar já os próximos jogos. É emocionante ver como o Maga festejou o golo, é um miúdo que sente muito o Vitória, como todos e deixa-me um grande orgulho, mas como disse, já passou e agora é trabalhar para preparar já o próximo jogo.
Foto de Capa: Vitória SC
Rescaldo da autoria de Ana Martins e Francisco Silva