Uma realidade com duas faces

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    [accordion][acc title=”                                                                          Biografia: Rui Horta”]

    Apresentação:

    «Na época 2014/15 entrei na estrutura do Clube Atlético Riachense para realizar o meu estágio relativo ao Mestrado em Treino Desportivo de Alto Rendimento, com as funções de treinador adjunto e de observador dos adversários. Após a derrota em Paços de Ferreira para a Taça de Portugal a equipa técnica demite-se, e fiquei responsável por prescrever e organizar o único treino da semana e também o jogo para que a direcção ganhasse tempo para encontrar um novo treinador. No dia 30 de Novembro, após o final do jogo C.A. Riachense-Eléctrico, fui convidado para assumir as funções de treinador principal da equipa e assim conduzi-la até ao final da época, tornando-me aos 23 anos o treinador principal do Clube Atlético Riachense no Campeonato Nacional de Seniores.»

    Currículo Desportivo:

    – 2014/15 – Treinador principal do Atlético Riachense (CNS)

    – 2013/14 – Treinador principal sub-17 e sub-10, Coordenador da Escola de Formação do União Desportiva e Recreativa de Tires

    – 2012/13 – Treinador adjunto sub-15, treinador principal sub-10 do CADE

    – 2011/12 – Treinador principal sub-10, sub-9 e sub-8 do Núcleo Sportinguista de Rio Maior

    – 2010/11 – Treinador adjunto sub-14, treinador principal sub-9 e sub-8 do Núcleo Sportinguista de Rio Maior

    – 2009/10 – Treinador adjunto sub-15 do CADE

    – 2008/09 – Treinador principal sub-8 do Tramagal Sport União [/acc][/accordion]

    «Muito se fala da diferença de orçamentos na principal competição do futebol português e do impacto dos tão famosos fundos de investimento que assombram os clubes com menor capacidade económica, pois só “os grandes” parecem ter fundos de investimento realmente vantajosos a nível financeiro. Então e no CNS? As diferenças neste escalão são ainda mais visíveis, pois existem clubes amadores a defrontar ao domingo clubes profissionais, jogadores que apenas treinam e jogam (profissionais, portanto) a defrontar jogadores que têm no futebol o hobby da vida deles, que acabam os seus trabalhos às seis da tarde e vão para o campo treinar, chegando a casa depois das dez da noite, cansados do dia de trabalho. A diferença de orçamentos no CNS entre equipas da mesma série é gritante e, apesar de não ser só o poder económico que decide o resultado no futebol, este factor torna a missão dos clubes mais pequenos quase impossível. Mas ao domingo nem sempre isso conta, e para o consumidor de desporto são onze contra onze e o que interessa é marcar mais golos que o adversário.

    Tendo em conta a realidade socioeconómica do país e do futebol, é muito complicado para os clubes pequenos participarem numa prova cujas taxas de jogo são elevadas, e a que ainda temos de acrescentar o policiamento e as deslocações para os jogos. São cada vez mais as despesas e cada vez menos os apoios, e tudo isto cria um maior desfasamento entre os grandes e os pequenos no CNS. Podemos concluir portanto que existem duas realidades no CNS: a realidade de quem trabalha durante o ano com a preocupação de ser cada vez melhor e vencer todos os adversários, e a realidade de quem tenta exactamente o mesmo mas acrescenta o factor sobrevivência a cada semana de trabalho.

    Rui Horta assumiu a equipa do At. Riachense aos 23 anos
    Rui Horta assumiu a equipa do At. Riachense aos 23 anos

    Relativamente aos artistas, o CNS é um local recheado de talentos prontos a emergir para os maiores palcos do futebol nacional. É possível encontrar jovens nos seus primeiros anos de futebol sénior cujo talento é muito elevado, mas também encontramos jogadores muito experientes com uma capacidade de leitura dos indícios do jogo acima da média. Nos últimos anos temos assistido a um aumento de jogadores que saltam do CNS para a principal liga portuguesa, para além de treinadores que também começam a ganhar credibilidade ao desenvolver o seu trabalho no CNS.

    O futebol é um fenómeno desportivo tão complexo e com um grau de incerteza muito elevado relativamente ao rendimento, e uma coisa é certa: no Campeonato Nacional de Seniores este fenómeno também é atraente, complexo, incerto e, como não poderia deixar de ser, é também APAIXONANTE!»

    Texto da autoria de Rui Horta

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