O que esperam os editores do BnR de 2018?

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    Bola na Rede: Pode o FC Porto voltar aos títulos em 2018?

    Francisco Sampaio: Acredito que, em 2018, o FC Porto tem todas as condições para regressar aos títulos desde que se reforce cirurgicamente no “mercado de inverno”. Sérgio Conceição tem vindo a realizar um excelente trabalho, ainda que com um ou outro momento menos feliz (como, por exemplo, o jogo em Leipzig); a equipa mantém o rigor nos posicionamentos defensivos que já trazia do tempo de Nuno Espírito Santo, mas no momento ofensivo tem muito mais argumentos, constrói jogo com critério contrariamente ao que verificava na época transata. Para aumentar as hipóteses de conquistar títulos faltam agora reforços ou, pelo menos, alternativas aos habituais titulares para que a equipa não quebre fisicamente numa temporada na qual se encontra ainda envolvida em quatro competições.

    BnR: Quem é que será o jogador revelação do campeonato?

    FS: É difícil apontar um “jogador revelação” numa época na qual se disputaram já 15 jornadas. No início da temporada a minha resposta seria, taxativamente, Óliver Torres, e a verdade é que ainda hoje não consigo compreender concretamente o motivo pelo qual este saiu do onze-tipo do FC Porto já que, enquanto jogou, o seu rendimento foi sempre elevado. Atualmente diria Ricardo Pereira, pela versatilidade e qualidade apresentada em ambas as posições que pode ocupar (lateral ou extremo direito), ou Aboubakar, não só pelos golos marcados mas também pela qualidade com que surge entre linhas. Porém, era já evidente antes da época começar que ambos se tratavam de futebolistas com qualidade, pelo que apenas para os mais distraídos os mesmos poderão ser apontados como “revelações”.

    Fonte: UEFA
    Fonte: UEFA

    BnR: Sérgio Conceição é para continuar em 2018?

    FS: Não é fácil responder a essa questão quando ainda faltam tantos jogos para o final da época. Porém, também é certo que o trabalho de um treinador não  deve ser avaliado unicamente pelos resultados obtidos. Assim sendo, neste momento e considerando tudo aquilo que Sérgio Conceição trouxe ao clube e que há muitos anos não se via (não estou a falar de “mística”, mas sim daquilo que permite vencer jogos – organização e dinâmicas coletivas com qualidade em todos os momentos), acredito que este deverá ser uma aposta para manter em 2018. Houve abordagens menos conseguidas a alguns jogos, é um facto, mas seria injusto não reconhecer o trabalho de quem tem feito tanto com tão pouco.

    BnR: Quais é que devem ser os objetivos definidos do FC Porto para 2018? O que há a melhorar?

    FS: O objetivo na Liga dos Campeões está, a meu ver, atingido; tudo o venha a acontecer daqui em diante será apenas um bónus a somar à já boa campanha realizada pelo FC Porto na “liga milionária”. Assim sendo, o objetivo principal terá, necessariamente, que passar pela conquista da Liga Portuguesa, não só por este ser um título que escapa ao clube há já mais de quatro anos, mas também por se tratar da mais importante competição de clubes a nível interno. Os aspetos a melhorar numa equipa que, coletivamente, se tem vindo a apresentar tendencialmente em bom plano, passam sobretudo pela qualidade individual dos executantes; por vezes fica a ideia de que o FC Porto só não consegue apresentar-se a um nível ainda mais elevado porque o plantel não tem qualidade individual que o permita. A equipa vive muito da criatividade de Brahimi e da sua capacidade para causar desequilíbrios na estrutura defensiva adversária pelo que, dado que Óliver Torres parece não contar para Sérgio Conceição (algo que, reitero, me parece incompreensível), seria muito importante contratar um médio criativo que tornasse a equipa menos dependente de Brahimi nesse particular.

    Nota do Editor: Acima de tudo espero que, em 2018, se fale mais de futebol em Portugal. É hora de deixar de lado os faits-divers (muito potenciados por alguns programas televisivos) e falar daquilo que verdadeiramente, um dia, nos fez apaixonar pelo jogo: a arte dos 22 jogadores que pisam o relvado e o engenho dos treinadores que montam as suas equipas como se o campo de um tabuleiro de xadrez se tratasse.

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