Força da Tática | A expulsão marca a final da Taça

O FC Porto conquista, pelo terceiro ano consecutivo, a Taça de Portugal, desta feita perante o campeão nacional, Sporting CP, após um empate nos 90 minutos e a respetiva vitória no prolongamento com o golo de Mehdi Taremi.  

Começando pelos onze, não surpreendeu as escolhas de Rúben Amorim e Sérgio Conceição. Ambos perfilaram-se com as suas escolhas prediletas.

Do lado sportinguista, Nuno Santos, que por norma não é titular nestes contextos, foi o eleito face à lesão de Matheus Reis. Sem Pepe, por problemas físicos, o treinador portista escolheu como substituto o Zé Pedro. Os restantes foram os que geralmente jogaram ao longo da temporada.

No início do jogo, até à expulsão (minuto 29) de St Juste, que impactou a todos os níveis o clássico, o Sporting foi a equipa mais esclarecida e o golo do próprio central holandês foi o prémio de uma forte entrada dos leões.

Morten Hjulmand Sporting Nico González FC Porto
Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

Contra dez, o FC Porto criou muito pela direita entre Conceição, Pepê (meia-direita) e João Mário. No entanto, o período pós-expulsão demonstrou o problema do Porto esta época em desmontar as defesas contrárias em organização ofensiva. Está mais confortável a pressionar, recuperar e atacar, algo bastante visível, principalmente nas competições europeias.

Os laterais do Porto foram preponderantes para atacar o 5-3-1 implementado pelo Sporting que fechava muito por dentro, obrigando os dragões a explorar o jogo exterior ou a bola longa, sendo a partir daí que surgiu o golo de Evanilson, após a má interpretação de Geny Catamo.

Pepê foi importante para explorar, em condução, o último terço, Wendell dava a linha de passe nas costas de Trincão, sendo muitas vezes o terceiro médio, pela esquerda, dos dragões. Sem esquecer que, estas movimentações só se tornaram possíveis devido à largura de Francisco Conceição e Galeno, pois abriam espaço no miolo.

À semelhança da primeira parte e face às condicionantes do duelo, o principal argumento dos leões foi a bola parada. Destacar o trabalho ingrato de Gyokeres que sozinho na frente de ataque foi o poço de energia dos verdes e brancos que não conseguiram sair das amarras do FC Porto. Os azuis e brancos, naturalmente, foram mais autoritários e criaram mais sensação de perigo, apesar da pouca objetividade.

Nuno Santos Francisco Conceição Sporting FC Porto Taça de Portugal
Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

Um belo jogo do Sporting ao nível defensivo, num cômputo geral. Com menos um jogador, os leões deram uma resposta bastante interessante, mas quando tanta vez o “cântaro vai à fonte, algum dia lá deixa a asa”. E o penálti de Taremi, já no prolongamento, reforçou isso mesmo.

Uma final que, inevitavelmente, fica marcada pela expulsão. Mudou completamente a “cara” do jogo, tendo em conta que antes da mesma viu-se um Sporting bastante à vontade e galvanizado para concretizar a tão desejada dobradinha. E o FC Porto soube aproveitar a vantagem numérica, sendo sólido defensivamente e persistente na procura do golo.

Possivelmente, terminou a passagem de Sérgio Conceição pelos azuis e brancos de uma forma bonita, mas sofrida, um pouco à imagem daquilo que foi a sua passagem pelos dragões. Levanta a sua terceira Taça de Portugal, de forma consecutiva, e consolida-se como um dos melhores treinadores da história dos dragões e do futebol português.

Miguel Costa
Miguel Costa
Licenciado em Jornalismo e Comunicação, o Miguel é um apaixonado por desporto, algo que sempre esteve ligado à sua vida. Natural de Santiago do Cacém, o jornalismo desportivo é o seu grande objetivo. Tem sempre uma opinião na “ponta da língua”, nunca esquecendo a verdade desportiva. Escreve com acordo ortográfico.

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