Força da Tática: O CD Santa Clara de Daniel Ramos

Organização ofensiva

 1ª fase de construção

  A equipa de Daniel Ramos sai a jogar com três defesas, com o lateral esquerdo a assumir a linha dos centrais.

– Lateral direito (Rafael Ramos) projeta-se na ala, extremo esquerdo faz o mesmo na linha horizontal do lateral direito.

– 1.º médio (Morita) aproxima e recebe junto aos três defesas.

– 2.º médio (Anderson Carvalho) posiciona-se entre a 1.ª linha de pressão e linha média mais do lado esquerdo, de modo a atrair a pressão adversária para junto dele e poder explorar a projeção de Rafael Ramos e do extremo esquerdo.

– O médio ofensivo posiciona-se junto aos avançados, formando uma linha de três, mas este com mais liberdade posicional.

– Os dois avançados Cryzan e Carlos Jr fixam ao lado do médio ofensivo de modo a desorientar a linha defensiva adversária. Para poder explorar a profundidade e sobrecarregar as marcações individuais da linha defensiva adversária, o que vai obrigar a um maior esforço defensivo dos alas e dar mais espaço à construção da equipa.

– A equipa tende a construir curto e com paciência desde trás, mas não teme em jogar longo se acontecer uma diagonal interessante de um atacante. Contudo, sempre com esse critério.

– Na primeira fase de construção a equipa forma um género de um 3-2-5.

– A equipa explora claramente os corredores laterais, sendo os corredores onde a equipa cria mais perigo.

– O jogador mais influente na construção é Mikel Villanueva, mas desde a chegada de Hidemasa Morita em Janeiro que se têm igualado nesse aspeto.

– Os jogadores que mais recebem da linha de três tendem a ser os alas (Rafael Ramos e extremo esquerdo), contudo, os dois médios também são opção para fazer essa ligação com os alas, aumentando a imprevisibilidade nesta fase.

Zonas de criação e finalização

– O momento de aceleração acontece quando a bola chega aos alas e eles têm timing e espaço para conduzir ou explorar rapidamente a profundidade dada pelos avançados.

– Os defesas centrais (Fábio Cardoso e Mikel) exploram por vezes a condução com bola, sendo Mikel o mais perigoso nesta dinâmica dada a sua qualidade com bola no pé.

– A imprevisibilidade de movimentos do médio ofensivo é determinante quando a bola entra no ala. Ou sobe e explora a profundidade com o apoio dos avançados formando uma linha de três, ou recua e dá um apoio entrelinhas ao portador ou até descai na ala para arrastar marcação e poder combinar com o lateral.

– A equipa aposta na superioridade numérica nos corredores laterais já em zonas de criação.

– Esta superioridade é usada para aproveitar as “overlaps” dos alas que potenciam depois o cruzamento em zonas de desequilíbrio.

– Aquando da bola na ala, Carlos Jr descai no corredor da bola e Cryzan fixa-se na área. E vice-versa.

– A maior ameaça da equipa em criação é claramente através de cruzamentos para a área, devido ao poderio em duelos e facilidade de finalização de Carlos Jr e Cryzan. Sete golos no campeonato com recurso a cruzamentos.

– A equipa tende a colocar um e/ou dois jogadores à entrada da área nos cruzamentos.

– Se o médio ofensivo consegue receber entrelinhas, tanto Cryzan como Carlos Jr exploram rapidamente a profundidade.

– Extremo esquerdo e lateral direito atacam o segundo poste nos cruzamentos.

Transição defensiva

– Jogadores mais pertos da zona da perda reagem de forma intensa e pressionam o portador, mas quando esse jogador larga a bola não têm o “mindset” de fechar rapidamente os espaços.

– A equipa tem dificuldades em controlar a profundidade nas transições, nomeadamente os centrais.

– Tende a perder a bola em zonas junto à área adversária e em lançamentos laterais ofensivos.

– Após a perda e já em zonas mais defensivas, a equipa tem dificuldade em controlar os espaços quando a bola é jogada na largura: abre-se espaço entre defesas no lado da bola e também junto à área, devido ao facto de os jogadores que recuam se concentrarem demasiado junto à baliza.

– Após a perda, o principal objetivo da equipa de Daniel Ramos é reorganizar-se, apesar de os jogadores mais perto do portador serem agressivos na pressão.

– O bloco defensivo tende a recuar pós perda da bola, devido à dificuldade no controla da profundidade.

Jaime Silva
Jaime Silvahttp://www.bolanarede.pt
O Jamie é apaixonado por desporto, principalmente por futebol (bem praticado). Tem uma paixão pela escrita, acima de tudo nesta vertente.                                                                                                                                                 O Jaime escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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