Força da Tática: O CD Santa Clara de Daniel Ramos

    Organização defensiva

    – Momento mais difícil de análise devido à clara e boa adaptação às características ofensivas do adversário.

    – A equipa organiza-se num 4-3-3 com o médio ofensivo a fixar a 1.ª linha de pressão. Um 4-3-3 que se pode tornar num 4-4-2 se um dos laterais adversários se projetar (um dos avançados baixa para a linha média).

    – A equipa tende a jogar em bloco médio ou médio alto, raramente ou nunca em baixo.

    – A 1.ª linha de pressão tende a ser passiva, mudando para alta intensidade quando a bola entra nos corredores laterais, que é para onde é forçada essa pressão.

    – As marcações são feitas geralmente à zona, com exceção de uma/duas marcações individuais, normalmente a jogadores mais velozes e desequilibradores.

    – O espaço entrelinhas tende a ser um problema devido à falta de uma referência em frente à linha defensiva (Anderson Carvalho e Morita alternam entre si) e à criação de uma linha média horizontal de três em organização defensiva (posicionamento subido).

    – O comportamento aéreo não é um problema devido à capacidade dos centrais neste momento do jogo. A consequente 2.ª bola também não compromete esta equipa devido ao seu compromisso defensivo.

    – Dificuldades da linha defensiva no controlo da profundidade.

    – Quando é obrigada a recuar, a linha defensiva mostra-se compacta e mais junta, abrindo espaços nas alas, com forte participação dos alas neste processo defensivo.

    – Quando os laterais são atraídos para os corredores laterais em zonas junto à área, os centrais tendem a permanecer na área e nenhum dos médios fecha esse espaço na linha defensiva maior parte das vezes. Esta situação provoca um buraco enorme junto da baliza.

    Transição ofensiva

    – Momento não tão forte da equipa, tendo apenas um golo marcado decorrido de uma transição.

    – A reação ao ganho da bola é intensa.

    – Se recupera em zonas avançadas, a equipa ataca rápido a baliza adversária.

    – Se recupera em zonas recuadas, a equipa tende a preferir manter a posse de bola.

    – Procura rápida da profundidade, falta de opções a procurar bola no pé.

    – Dificuldades na articulação, jogadores longe uns dos outros.

    – Linha defensiva e um dos médios ficam sempre a equilibrar atrás.

    – Carlos Jr é o jogador mais influente devido à sua inteligência a atacar o espaço vazio.

    – Foco nos corredores laterais.

    – Imprevisibilidade e polivalência do médio mais ofensivo.

    – Forte aposta nos cruzamentos.

    – Procura da profundidade dada pelos avançados.

    – “Overlaps” dos laterais/alas.

    – Paciência na posse de bola do conjunto de Daniel Ramos.

    – Aposta no jogo longo com critério.

    – Jogadores inteligentes a receber dentro dos blocos adversários.

    Defensivas

    – Agressividade na pressão ao portador.

    – Entreajuda nos duelos (2.ª bola).

    – Marcação espacial.

    – Adaptação ao adversário.

    – Preocupação com a referência ofensiva adversária (forte concentração na área).

    – Linha defensiva compacta.

    – Equipa comprometida no processo defensivo (todos os jogadores participam).

    Principais debilidades

    – Falta de uma referência à frente da defesa (médios formam uma linha).

    – Dificuldades no controlo da profundidade (centrais um pouco lentos).

    – Dificuldades no controlo da largura na transição (laterais participam muito no processo ofensivo).

    – Daniel Ramos tem um conjunto com dificuldades nas coberturas em organização defensiva.

    – Espaço entre central e lateral quando a bola está no corredor lateral.

    – Falta de cobertura dos médios nesse espaço.

    – Quando a bola está descoberta, a linha defensiva encontra-se pouco ativa, o que abre espaço nas costas.

    – Dificuldades em fechar o espaço à entrada de área (concentração na área).

    – Falta de capacidade de criar perigo em transição.

    Principais figuras

    Mikel Villanueva – Apesar de algumas dificuldades defensivas, a capacidade e a sua relação com bola tornam Mikel num jogador fundamental para Daniel Ramos no processo ofensivo da equipa. Critério, qualidade na condução, qualidade de passe e visão de jogo. Bom central.

    Fábio Cardoso – Central mais decisivo no aspeto defensivo, apesar de ser um pouco lento e mostrar algumas dificuldades no timing de saída ao portador. Contudo, é decisivo nos duelos aéreos e no chão, no desarme e é forte na leitura de jogo, que lhe permite encurtar espaços e controlar os atacantes adversários. Muito aguerrido e agressivo.

    Hidemasa Morita – Chegou em Janeiro, mas já agarrou a titularidade e assume-se como uma das contratações da época. Possui uma grande qualidade de passe, inteligência posicional, chegada à área e capacidade de finalização. Excelente reforço.

    Carlos Jr. – O avançado brasileiro tem sido uma das figuras deste Santa Clara. Conta com oito golos e duas assistências na época, alia inteligência a explorar os espaços a uma grande capacidade de se associar com os colegas e qualidade na finalização. Determinante.

    Cryzan – Companheiro de Carlos Jr. no ataque da formação de Daniel Ramos, tem sido tão influente como o colega. Leva quatro golos e quatro assistências na época, mas oferece muito mais à equipa. O seu poderio físico permite-lhe ganhar bastantes duelos e jogar de costas para a baliza, mas também ser uma referência na área. A sua irreverência e arrogância com bola tornam-lhe num jogador entusiasmante e importante nesta equipa.

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    Jaime Silva
    Jaime Silvahttp://www.bolanarede.pt
    O Jamie é apaixonado por desporto, principalmente por futebol (bem praticado). Tem uma paixão pela escrita, acima de tudo nesta vertente.                                                                                                                                                 O Jaime escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.