Força da Tática: Lançamentos laterais defensivos dificultaram | SSC Napoli 2-0 SC Braga

Força da Tática: Lançamentos laterais defensivos dificultaram uma prestação do SC Braga que merecia mais. A rubrica de hoje é da autoria do treinador de futebol, Bruno Romão, e é sobre o SSC Napoli x SC Braga, referente à sexta jornada da fase de grupos da Champions League.

Equipas iniciais e intenções estratégicas

SC Braga

O SC Braga apresentou a sua melhor equipa disponível tendo em conta as ausências Álvaro Djaló por lesão e Niakaté castigado. A equipa (11 com Matheus, Gomez, Fonte, Serdar, Borja, Moutinho, Salazar, Bruma, Pizzi, Horta e Banza) teve maior capacidade de ter bola, mas menor capacidade de intensificar a pressão alta (estratégia do SC Braga) sobretudo no corredor central (Pizzi por Abel Ruiz ao intervalo mostra isso mesmo), perdendo a flexibilidade que tem procurado impor aos adversários de defender alto em 442 ou 4231.

O SCB procurou pressionar alto encaminhando o Napoli para fora com os três avançados (Banza a guiar a pressão e a saltar no GR se houvesse vantagem) ficando Pizzi com o controlo do médio defensivo adversário.

Braga Napoli 1
Fonte: DAZN

Ofensivamente o SC Braga procurou potenciar na ligação as dinâmicas entre médios, laterais e alas para criar situações de 3v2 / 2v1 por fora, aproveitando os espaços mais vulneráveis da equipa do Napoli porque os médios chegaram frequentemente tarde às coberturas dos corredores laterais. Um detalhe decisivo para isto foi o posicionamento exterior dos laterais por trás da linha dos médios.

Estas opções de preparação procuraram ameaçar com e sem bola o adversário, constantemente mantendo os padrões defensivo e ofensivo que o Braga tem revelado ao longo desta época.

Napoli

O Napoli iniciou o jogo com Meret, Di Lorenzo, Rrahmani, Juan, Natan, Anguissa, Lobotka, Zielinski, Politano, Osimhen e Kvaratskhelia. A equipa entrou forte no jogo procurando dominar os espaços defensivos pressionando com o bloco alto, em 442 com Osimhen e Zielinski a saltar nos centrais com a preocupação de fechar a linha de passe nas suas costas.

Braga Napoli
Fonte: DAZN

Ofensivamente em 4-3-3, procuraram construir a partir de trás, mas perante a pressão organizada do SC Braga a conduzir para fora houve frequentemente passe longo no ponta de lança a partir dos laterais. Quando conseguiram forçar o Braga a baixar o bloco procuraram superioridades numéricas em jogo exterior para criar situações de finalização.

O Jogo

O equilíbrio foi padrão ao longo de todo o jogo. No entanto, o golo aos 8’ deu tranquilidade ao Napoli num lançamento lateral (no qual não há fora de jogo) defensivo em que o SC Braga demorou a organizar-se, com Di Lorenzo decidir bem num bom movimento surpresa de Politano no espaço livre com vários jogadores sem controlo das coberturas mais perigosos para a baliza (Borja com apoios trocados e ausência de coberturas – um médio e restantes defesas).

Braga Napoli
Fonte: DAZN

Após o primeiro golo o SCB reagiu bem e manteve o plano com muito boa personalidade. Conseguiu manter níveis de pressão altos com qualidade, mantendo algumas dificuldades (naturais) pelas características de Pizzi. Ofensivamente conseguiu ter bola e chegar à área conseguindo cruzamentos e remates perigosos, bem como cantos e algumas faltas perigosas para a baliza do Napoli.

A partir dos 25’ o Napoli conseguiu ter alguma posse atraindo a pressão do SCB. Este controlo do ritmo resulta em maior criação de perigo e no segundo golo aos 33’, novamente na sequência dum lançamento lateral com as marcações diretas longe, o espaço interior aberto e chegada tardia aos duelos, no entanto, desta vez com uma variação do jogo.

Braga Napoli
Fonte: DAZN

Na segunda parte, com a troca de Abel Ruiz por Pizzi intensificaram-se os níveis de pressão com Banza a saltar num central e Abel nos outro fechando a linha de passe com o médio defensivo.

A projeção ofensiva dos laterais do SCB muitas vezes ambos na última linha na segunda parte expôs os laterais adversários à dúvida sobre qual o espaço fechar e quem deviam marcar.

Ao longo de todo o jogo o SCB revelou uma boa gestão da bola fora da pressão após recuperar a posse evitando as transições nas quais o Napoli é forte. Estes comportamentos fizeram com que a equipa estivesse compacta com bola atraindo o adversário a pressionar para criar desequilíbrios por fora e várias situações de perigo.

Aspetos Chave do Jogo

Maior maturidade a competir na Europa do Napoli (1.44Xg com total de nove remates, quatro dentro da área e cinco fora), sabendo esperar o momento certo para ferir o SCB, com a gestão dos momentos críticos do jogo a ser um bom exemplo. O Napoli marcou aos 8’ (início de jogo) e 33’ (últimos 15’ da primeira parte).

Boa reação do SCB aos dois golos sofridos acreditando que 1 golo colocaria a equipa a disputar o resultado. O compromisso coletivo do SCB para correr sem bola foi decisivo para manter o adversário sob constante ameaça.

A capacidade de criação de situações de golo do SCB foi frequente e variada ao longo de todo o jogo, pelo que faltou a finalização (0.98 Xg com total de 19 remates, 11 dentro da área e oito fora).

Giovanni Di Lorenzo do SSC Napoli durante o jogo entre SC Braga x SSC Napoli válido pela jornada 1 da Liga dos Campeões (UEFA Champions League) no Estádio Municipal de Braga, Braga, Portugal. Foto de Filipe Oliveira / Avant Sports
Fonte: Filipe Oliveira/Bola na Rede

A mentalidade coletiva muito positiva do SC Braga mostrou que é possível ser altamente organizado e competitivo fora na Europa contra um adversário com muitas mais soluções. Apesar da derrota, a procura por um jogo positivo ofensivamente garantiu, sobretudo pelo que se passou noutros jogos da fase de grupos, a permanência nas competições europeias.

Bola parada defensiva foi decisiva com dois golos sofridos na sequência de lançamentos laterais (mais uma ocasião clara aos 64’). Em ambos a organização a fechar espaços mais urgentes foi demorada e permitiu a criação rápida das duas situações de golo. Há um livre marcado rápido aos 50’ que reflete de alguma forma esta dificuldade na organização das bolas paradas defensivas quando são marcadas rápido, aspeto que não é um padrão da nossa liga.

Falta de aproveitamento na bola parada ofensiva na qual o SC Braga teve muitas situações para criação de situações de golo.

Artigo de opinião de Bruno Romão, treinador de futebol

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