Força Tática | Foi bom, pelo menos enquanto o Marselha não marcou

    Benfica

    A primeira mão do duelo entre o Benfica e Marselha, nos quartos de final da Liga Europa, foi vencida pela equipa da casa por 2-1, numa exibição que conectou o melhor e o pior que os encarnados conseguem fazer dentro das quatro linhas.

    Com o objetivo de sarar as feridas, o Benfica entrou neste jogo com um onze que, infelizmente, não surpreendeu, sendo o mesmo que Roger Schmidt utilizou nos dois duelos com o Sporting. Fica claro o gosto, pessoal, por determinados jogadores que, a meu ver, não merecem estar na equipa principal, à cabeça Casper Tengdedt.

    Mais um caso de teimosia de Schmidt que só ajudou a desacreditar dos restantes jogadores da função, sendo que, tanto Arthur Cabral como Marcos Leonardo não tiveram continuidade quando o mereciam.

    Os titulares lançados por Jean-Louis Gasset salientaram as fragilidades defensivas no Marselha, especialmente a defender transições e a cobrir os espaços nas costas dos alas e médios, zonas e ações que o Benfica tirou proveito.

    No último terço a dupla Aubameyang e Faris chegou para dar trabalho aos centrais benfiquistas com movimentos de apoio e rotura e Harit, por detrás, como o “todo-o-terreno”, sempre à procura do espaço entrelinhas.

    As quatro derrotas consecutivas, à chegada a este jogo, não favoreciam esta equipa, no entanto, este tipo de competições são outro contexto.

    Marcar no início pôs o confronto favorável para o Benfica. O Marselha entrou na Luz no 5-4-1 e esteve sempre exposto defensivamente, algo previamente perspetivado, e, consequentemente, os encarnados estiveram na sua “praia”. Em posse foram pressionantes, intensos na reação à perda e conseguiram criar diversas oportunidades de golo.

    O jogo interior melhorou, e muito, graças a David Neres. O brasileiro dá vivacidade e criatividade e face aos movimentos de largura do Di Maria, confundiu a equipa francesa que andou, 45 minutos, perdida em campo. A vantagem, no caminho para os balneários, era de uma bola a zero, mas podia ter sido mais dilatada. Uma primeira parte que teve lampejos da temporada transata.

    E na segunda parte, os encarnados entram como na primeira e chegam ao segundo golo com os dois jogadores acima destacados a fazer uma jogada cheia de classe e objetividade. Di Maria com este tento, destaca-se como o segundo melhor marcador da equipa com 16 golos, apenas atrás de Rafa, que já leva 20.

    Naturalmente, o Marselha procurou mais ativamente, fazer, pelo menos, um golo de maneira a diminuir a vantagem na eliminatória. Algo que, até ao erro de António Silva, não foi conseguido. O Benfica estava bem organizado com duas linhas de quatro, os defesas e médios/extremos, bastante coordenados, sem dar espaços.

    O internacional português, que estava a fazer uma exibição consistente, fica marcado por um erro que, na atual temporada, tem sido recorrente. Falha o timing de antecipação, sendo o último homem, e não pode acontecer, ainda por cima tendo Aubameyang na sua “cola”. Destaque para os 10 golos do gabonês na Liga Europa e os 24 em todas as competições, na presente época.

    A partir desse momento sentiu-se a pressão nos jogadores do Benfica. Os assobios aumentaram e com ele a previsibilidade nos ataques. Os encarnados deixaram de ter posse no meio-campo dos visitantes e o conforto dos phocéens foi evidente, com e sem bola.

    À chegada dos últimos 15 minutos, o cansaço era percetível, uma vez mais, em jogadores como Di Maria e Rafa, mas Roger Schmidt não mexeu. As alterações são sempre as mesmas e não se sente impacto. Fica a sensação de que Schmidt não consegue interpretar bem os jogos. Isso é mais visível quando tem que fazer substituições. O alemão não está confortável neste requisito, principalmente por ter “medo” de abalar estatutos.

    Em suma, é um resultado que dá a vantagem na eliminatória ao Benfica, mas há espaço para sonhar por parte do Marselha. O momento dos franceses não é bom, no entanto, demonstraram, em Lisboa, que podem incomodar os encarnados. E no Velodróme, tudo é possível.

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    Miguel Costa
    Miguel Costa
    Licenciado em Jornalismo e Comunicação, o Miguel é um apaixonado por desporto, algo que sempre esteve ligado à sua vida. Natural de Santiago do Cacém, o jornalismo desportivo é o seu grande objetivo. Tem sempre uma opinião na “ponta da língua”, nunca esquecendo a verdade desportiva. Escreve com acordo ortográfico.