📲 Segue o Bola na Rede nos canais oficiais:

O Passado Também Chuta: George Best, o feiticeiro da noite

- Advertisement -

o passado tambem chuta

A década de 1960 foi um prodígio de acontecimentos, novidades, mudanças e ruturas. A música floresceu em Liverpool e Woodstock; a poesia viu como a Geração Beat rasgava comportamentos; o futebol sentiu como um irlandês se apoderava de Manchester. George Best arribou para maravilhar e para despedaçar esquemas. O mítico Manchester United, entre a brusquidão de Stilles e a souplesse de Bobby Charlton, contemplou a aparição de um jogador que, para além de arrasar adversários, arrasava as noites entre o prazer de beber e a sedução. O Benfica sentiu nas suas carnes a forma como Best, na final da Taça de Europa de 1968, fazia o 2-1, entrando pela defesa como quem entra por uma casa aberta. O mergulho de José Henriques na sua própria baliza, depois de ser fintado, foi um grito de desespero. Uma das suas famosas frases é o que melhor o define dentro e fora do campo: “gastei muito dinheiro com bebidas, mulheres e carros rápidos. O resto esbanjei-o”.

O seu Manchester United era um clube marcado pela tragédia, tal como o Torino. A maior parte dos seus jogadores perecera no desastre aéreo de Munique. Matt Busby começou a reconstrução, paciente. Bobby Charlton era um sobrevivente. Entorno à sua figura e à de Denis Law foi levantando o grupo onde George Best fantasiou sobre os relvados do mundo. Os campeonatos de Inglaterra começaram a cair e, dez anos depois da Tragédia de Munique, a Taça da Europa rendeu-se e entrou na sala de troféus do Manchester United. Best entrara no novo Olimpo. A sua vida penetrara no corredor da fama e a alta boémia sorria quando sentia a presença do mago da bola. George Best refletiu-se nesta frase: ”já cheguei a parar de beber quando estava a dormir”. Teve um prémio de melhor jogador. Teve, ainda, situações únicas, mas a sua vida começara uma aventura bem diferente. Como tantos outros da década de 1960, deixara-se atrapar pelo sonho infinito e apressurado. As curvas perigosas jamais o abandonariam.

Best e os seus castelos / Fonte: doentesporfutebol.com
Best e os seus castelos / Fonte: doentesporfutebol.com

Hoje, seria impensável ver, numa segunda-feira, pela manhã, ao abrir o jornal, uma fotografia de qualquer craque baixando champanhe por uma torre de taças. Há pouco tempo, o jogador português Fábio Coentrão festejou o seu aniversário entre colegas e amigos. Através de uma janela ou porta inimiga, um fotógrafo captou a imagem do jogador a fumar… O eco que tal feito provocou em Espanha condenava, praticamente, o jogador ao patíbulo do enforcado. Hoje, seria inverosímil a lenda do diálogo entre Fernando Cruz e Bella Gutman: “- quantas vezes fazes o amor por semana?/ – Uma, Mister…/ – Não pode ser; um jovem como tu tem que fazer o amor mais vezes!“ Esta lenda aconteceu quando Fernando Cruz subiu para a primeira equipa e o Benfica ganhou a segunda Taça da Europa. Presentemente, as lendas e os mitos nascem de uma espécie de vida monacal cheia de suor e de exigências doutorais como as de Mourinho: comes, dormes, sonhas e recuperas a pensar no próximo jogo ou na próxima taça. Não são pessoas que praticam um desporto; são robots que correm e correm com uma obsessão: a vitória.

A delicadeza / Fonte: tamieadaya.com
A delicadeza / Fonte: tamieadaya.com

George Best, no entanto, era capaz de atrasar a sua incorporação no estágio e primeiros jogos do ano porque o sol de Espanha exercia mais bondades. O seu clube gritava; o seu treinador chamava; o seu clube perdia. Finalmente, Best regressou. Começou a jogar e a marcar, e o Manchester United subiu como a espuma. A magia e a criatividade deste poeta da bola geraram mais músculo e resultado do que o método. Bella Gutman também não queria castos e sem eles derrotou todo um Real Madrid cheio de estrelas. George Best foi um Garrincha, que brincava com a bola; e, se o futebol é jogo, Best teve muita razão: o futebol é bom e bonito quando se brinca.

Subscreve!

Artigos Populares

‘O clube dos 15 milhões’: o que é feito dos 6 jogadores vendidos pelo Benfica em negócios envolvendo Jorge Mendes?

O Benfica durante algumas temporadas vendeu jogadores ao Valência e ao AS Monaco, em negócios intermediados por Jorge Mendes.

Mehdi Taremi na corrida ao prémio de melhor jogador asiático

Mehdi Taremi está entre os nomeados ao prémio de melhor jogador asiático. O atleta compete com Takefusa Kubo (Real Sociedad) e Lee Kang-In (PSG).

Nelson Pierre rendido a Thomas Muller: «É incrível, ele uniu o balneário»

Nelson Pierre elogiou Thomas Muller após partida da MLS. Vancouver Whitecaps são os primeiros classificados da fase regular da zona Oeste.

Rui Costa continuará por perto do Benfica se sair derrotado: «Vou-me manter na órbita do clube como adepto. A assistir a todos os jogos...

Rui Costa concedeu uma entrevista a 10 dias das eleições no Benfica. Atual presidente é candidato à reeleição a 25 de outubro.

PUB

Mais Artigos Populares

Benfica perde segundo jogo consecutivo na Champions League de Basquetebol

O Benfica perde o seu segundo jogo na Champions League de Basquetebol frente ao Spartak Subotica. A vitória escapou as águias por 16 pontos.

Pedro Gonçalves prepara-se para mudar de posição no próximo jogo do Sporting

Pedro Gonçalves deverá ser titular na partida entre o Sporting e o Paços de Ferreira, mas não vai jogar como extremo.

Rui Costa foi acusado de ser calão, incompetente e traidor por Luís Filipe Vieira: «Por que é que me teve lá tantos anos?»

Rui Costa concedeu uma entrevista a 10 dias das eleições no Benfica. Atual presidente é candidato à reeleição a 25 de outubro.