O Passado Também Chuta: 2001 – Odisseia no Bessa

    Uma equipa ‘durinha’

    Muitas vezes descrita como uma equipa ‘durinha’, os axadrezados defendiam-se dizendo que eram uma equipa muito bem preparada e que corriam mais do que os outros. A verdade é que depois do treino, era rotina os jogadores irem para o Parque da Cidade trabalhar a sua condição física. Incontornável o facto de que o Boavista de Jaime Pacheco era uma equipa aguerrida e que corria do primeiro ao último minuto. Em entrevista, quando questionado sobre o rótulo de equipa agressiva, Jaime Pacheco defendia-se referindo que ‘só exigia que fossemos destemidos, sem ser maldosos. Nunca partimos a perna a quem quer que fosse.’ Então qual era o segredo desta equipa? Nas palavras do timoneiro axadrezado, ‘lá, dentro do campo, pressionávamos lá em cima, à saída da área deles e isso chateava muita gente.’

    O Boavistão nunca mais será esquecido pelos seus fervorosos adeptos
    Fonte: Boavista FC

    Após consultar as estatísticas dessa época, observa-se que os axadrezados foram admoestados com 88 cartões amarelos ao longo das 34 jornadas, sendo apenas a 12.ª equipa com mais cartões, num campeonato a 18 equipas. Em relação a cartões vermelhos, 4 no total da época, sendo a terceira equipa com melhor registo, apenas atrás de Sporting (2 vermelhos) e Sporting de Braga (3 vermelhos). Durinhos? A resposta é “nim”.

    Outros números que mostram a superioridade deste Boavista são os 63 golos marcados, o segundo melhor ataque da prova, enquanto em termos defensivos, os axadrezados foram a equipa que menos golos concedeu: 22 golos sofridos, apenas seis no Bessa. Uma autêntica fortaleza.

    Mais argumentos que façam justiça ao feito épico de Ricardo, Pedro Emanuel, Petit, Sanchez, Martelinho, Elpídio Silva e companhia? No confronto com os três grandes, uma única derrota, com o FC Porto na última jornada, quando já estava tudo decidido.

    2001: Odisseia no?

    Qual a diferença, então, entre 2001: Odisseia no Espaço e a Odisseia do Boavista de 2000/2001? Talvez o facto de o filme de Stanley Kubrick ter um final em aberto, que dá azo a múltiplas interpretações, enquanto a campanha dos axadrezados deixa poucas dúvidas: foram quem mais correu, quem mais lutou e quem mais mereceu chegar ao título nesse ano. 2001 será sempre recordado, sem dar azo a múltiplas interpretações, como o ano da Odisseia no Bessa.

     

    Foto de Capa: Boavista FC

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