📲 Segue o Bola na Rede nos canais oficiais:

O Passado Também Chuta: A final das finais do Euro

- Advertisement -

o passado tambem chuta

Não se ouve outra frase, é a verdade; é o desejo, é a ambição da glória: “As finais são para ganhar…”. Ninguém fala em jogar, maravilhar os espectadores; fala-se na ambição de ganhar. É a negação do velho conceito do desporto. Por isso, escrever sobre a final mais memorável do Europeu de Seleções é difícil e nunca se acerta, porque as finais são memoráveis porque há um vencedor e são memoráveis para o vencedor. No entanto, tivemos finais simpáticas, como aquela em que a Dinamarca se sagrou campeã derrotando a Alemanha. A Dinamarca era uma seleção pequena que logrou derrotar uma grande potência.

Espanha, anos mais tarde, em 2008, por terras da Suíça e da Áustria, também derrotou a poderosa Alemanha e iniciou, pela mão de Luís Aragonês, quase uma década prodigiosa. O Sábio de Hortaleza, depois da vitória, afirmou que a base para uma seleção vitoriosa estava arquitetada. E assim foi. Mas, no caso espanhol, existiu uma virtude para além do feito de ganhar: Luís Aragonês transformou o mito espanhol do futebol-força e do futebol impetuoso pelo futebol do toque, do lateralizar, do esconder a bola ao adversário, do arriscar no momento certo ou pela genialidade do pé do habilidoso. Existiu criação.

A festa espanhola Fonte: UEFA
A festa espanhola
Fonte: UEFA

Luís Aragonês treinou até bem perto da hora do adeus. Viu a sua obra caminhar guiada por outros, mas viu como o que criara fora uma obra perfeita. Os gurus da informação ou opinião acompanhados pelos arautos da clubite começaram a associar a grande obra a uma cópia do futebol do Barcelona. Falso. Aragonês explicou e bem: disse que analisou e concluiu que, perante o futebol pujante das grandes equipas da Europa, Espanha só teria possibilidade de vencer se escondesse a bola e, para isso, Espanha tinha uns “bajitos” maravilhosos. Conseguiu criar um grupo de irmãos e camaradas e nesta lavoura teve grande importância o guarda-redes suplente Reina. Selecionou jogadores de toque: Xavi, Silva, Cesc e uma dupla de centrais indomáveis como Puyol e Marchena. Meteu-os a levar a bola de um lado para outro; retirou o brinquedo aos impetuosos. E a Alemanha de jogadores como Ballack, Podolski ou Klose viu como quatro rodas-baixas lhe roubaram a boneca e a Taça desejada. Esta final alterou, definitivamente, a apreciação que existia do futebol espanhol.

O estádio Ernst Happel, de Viana de Áustria, estava colorido. Uma das claques, a alemã, confiava; a outra, a espanhola, sonhava. Alemanha entra no jogo forte e vigorosa. Domina. A dupla central espanhola, Puyol e Marchena, resiste e transforma-se num muro. Espanha e os seus pequeninos começam a ter a menina dos olhos bonitos. O ballet do toca-dá-passa para trás e para a frente começa. Xavi coloca a bola no espaço de Fernando Torres; Lahm não pode fazer nada e Lehmann recolhe a bola do fundo das redes. Espanha recomeça o jogo no jogo do esconde-esconde e eles não a encontram; Alemanha mete sobre o relvado todo o seu vigor, mas a manha dos espanhóis consumiu o jogo, e chegam vitoriosos ao momento do apito final. Espanha saiu à rua. Os jogadores e os membros da comitiva foram recebidos como heróis em Madrid. Esta guerra mudara o futebol espanhol.

José Luís Montero
José Luís Montero
Poeta de profissão, José simpatiza com o Oriental e com o Sangalhos.                                                                                                                                                 O José não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

Subscreve!

Artigos Populares

Rui Costa na abertura da Benfica FM: «Não estou feliz com os resultados do Benfica»

Rui Costa esteve presente na abertura do Benfica FM. O presidente comentou os resultados obtidos esta temporada.

Ascensão de José Neto leva Benfica a refletir sobre o futuro de Rafael Obrador: eis a nova opção colocada em cima da mesa

O Benfica considera emprestar Rafael Obrador. Ascenção de José Neto permite às águias gerir o espanhol de outra maneira.

Eis os onzes oficiais do FC Porto x Malmo da Europa League

O FC Porto recebe o Malmo na sexta jornada da fase de liga da Europa League. Já são conhecidos os onzes oficiais da partida.

André Carrillo está a ser cobiçado no Médio Oriente e família bloqueia a saída do Corinthians

André Carrillo tem interessados no Médio Oriente, mas a adaptação dos filhos é o mais importante para a família. A continuidade no Corinthians é o cenário mais provável.

PUB

Mais Artigos Populares

Treinador do Girona arrasa Dominik Livakovic: «Quer jogar o Mundial e depois ir para outro clube»

Míchel não poupou nas críticas a Dominik Livakovic, revelando que este forçou a ausência na Taça do Rei para poder sair em janeiro.

Eis o onze da semana na Champions League com um jogador do Benfica em destaque

Richard Ríos foi o motor da vitória do Benfica e mereceu a distinção da UEFA. Na lista figura também um nome que deixou más memórias ao Sporting.

Pau Victor faz o 1º do jogo e Braga já vence o Nice na Europa League

O Braga está em Nice para defrontar o Nice na Europa League. Pau Victor foi o autor do primeiro golo do encontro.