Chegado ao Benfica neste mercado de transferências, Franjo Ivanovic representa uma aposta clara da estrutura encarnada no setor atacante dos encarnados. Aos 21 anos, o croata tem mostrado ser mais do que um simples parceiro de área para Pavlidis, é um avançado de mobilidade, capaz de explorar o espaço entrelinhas, acelerar transições e dar profundidade ao jogo encarnado.
Num plantel que perdeu referências ofensivas como Arthur Cabral ou Belloti, Ivanovic surge como uma contração mais racional, inserindo-se no 4-4-2 que Bruno Lage parece pretender apostar para esta época.
Tecnicamente, é um jogador que se destaca pela qualidade na receção orientada e pela facilidade em conduzir a bola em velocidade, características que lhe permitem ser útil em contextos de contra-ataque. Acresce ainda a capacidade de remate rápido, a facilidade de jogar com ambos os pés, e uma frieza notável na área para alguém da sua idade.
É também um jogador com uma relação natural com a bola em progressão: conduz com intensidade, tem aceleração curta eficaz e não tem receio de procurar o remate de média distância.

Fisicamente, é um avançado que alia velocidade a resistência. Não é um “tanque”, mas tem potência suficiente para duelos curtos e para aguentar o choque, algo que lhe permite não ser facilmente neutralizado pelos centrais. Essa resiliência física, combinada com inteligência de movimentos, pode tornar-se um trunfo importante em várias partidas, onde cada detalhe faz diferença.
Relativamente ao seu enquadramento tático na equipa do Benfica, sendo Pavlidis o homem que fixa centrais, ataca o espaço aéreo e oferece garantias no último passe, Ivanovic por sua vez, acrescenta mobilidade. É um segundo avançado que foge da marcação, baixa linhas para ligar jogo e procura diagonais curtas que confundem as defesas adversárias. Esta dinâmica permite ao Benfica não ter um ataque estático, mas sim um setor ofensivo em constante rotação, e com uma complementaridade que não se via há algum tempo nos encarnados.
Além disso, o croata não se limita ao apoio próximo, tem capacidade para explorar a profundidade, sendo rápido a atacar o espaço nas costas da defesa. Este detalhe é essencial num Benfica que procura alternar entre ataque posicional e transições rápidas, sobretudo frente a equipas que pressionam alto.

Antes de chegar ao Benfica, Ivanovic somou experiência em contextos competitivos diferentes, incluindo o Union Saint-Gilloise, clube belga que representou na época anterior. Essa passagem ajudou-o a amadurecer e a preparar-se para a exigência da Primeira Liga. É internacional sub-21 pela Croácia e visto no seu país como um potencial sucessor de uma linhagem de avançados talentosos que já deram cartas no futebol europeu.
Franjo Ivanovic representa mais do que uma aposta de futuro: é já uma solução concreta para o presente do Benfica. No 4-4-2 de Bruno Lage, a sua parceria com Pavlidis tem potencial para ser uma das mais interessantes da Liga 25/26, combinando experiência e juventude, potência e mobilidade. Se mantiver o ritmo de evolução, pode tornar-se uma das revelações da época, ajudando os encarnados a ter um ataque mais imprevisível e dinâmico. O talento está lá, a mentalidade também e a Luz pode muito bem assistir ao nascimento de uma nova estrela.