Com apenas 16 anos, Nathan de Cat começou a ganhar espaço na equipa do Anderlecht no fim da temporada passada. Deu continuidade a essa aposta com boas prestações no Europeu sub-17 e esta época entre clube e seleção (sub-18) já leva 10 jogos realizados. Este jovem belga de 1,92 m destaca-se não apenas pela estatura física, mas sobretudo pelo perfil surpreendentemente completo que apresenta para a sua idade. Apesar da juventude, revela recursos técnicos e táticos que o tornam num jogador bastante promissor.
Do ponto de vista defensivo, uma das suas principais virtudes é a capacidade de desarme. Nathan de Cat não se limita a interromper a jogada do adversário: muitas vezes consegue recuperar a posse de forma limpa e sair imediatamente para o momento ofensivo, transformando situações de contenção em oportunidades de transição. Esse detalhe é crucial, pois permite à equipa organizar o seu jogo ofensivo de forma mais organizado logo a seguir a ganhar a posse de bola.
Com bola, de Cat apresenta uma variabilidade no passe que é rara em jogadores da sua idade. Consegue ocultar intenções, variar entre passes curtos de ligação e passes verticais a romper blocos adversários. A sua perceção espacial e visão periférica permitem-lhe encontrar colegas em zonas interiores e dar fluidez ao processo ofensivo. Além disso, mostra capacidade para aparecer no último terço, sobretudo em incursões pelo lado direito, acrescentando presença em zonas de criação.

Fisicamente, de Cat alia altura e imponência a uma mobilidade invulgar. O equilíbrio e a agilidade que demonstra permitem-lhe mudar de direção em espaços curtos e proteger a posse em zonas congestionadas, escapando à pressão com bola controlada. Esta combinação entre físico e técnica aumenta a sua versatilidade e margem de crescimento.
Naturalmente, ainda há aspetos a melhorar em Nathan de Cat. Nos duelos defensivos, precisa de refinar a colocação de apoios e a postura corporal durante a contenção: frente a adversários de maior nível não poderá confiar apenas na sua estatura ou flexibilidade. Com bola, tende por vezes a prolongar em excesso as conduções, soltando a bola tarde e atraindo pressão para zonas menos favoráveis, o que limita a progressão coletiva. Também no último terço pode evoluir, chegando mais vezes à área adversária e variando a ocupação com movimentos para o corredor direito.
Taticamente, as características de de Cat parecem ser maximizadas em dois contextos: numa dupla de meio-campo ao lado de um médio mais posicional, que lhe liberte espaço para atuar em raio alargado, ou como médio interior direito num triângulo invertido, onde possa ter influência em todas as fases do jogo.
Trata-se de um médio jovem com um perfil híbrido e raro, que alia físico, técnica e leitura de jogo. Se potenciar os aspetos a melhorar, de Cat tem condições para se afirmar não apenas como um jogador de impacto no presente, mas como um médio de referência a nível europeu no futuro.