Olheiro BnR – Joris Kayembe

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    Se num passado recente falei de Iuri Medeiros como um jogador que poderia aproveitar o empréstimo ao Arouca para depois voltar a um grande (nesse caso o Sporting) para se impor em definitivo como uma clara mais-valia, o mesmo também terá de ser dito do jovem belga Joris Kayembe.

    Afinal, o puro extremo-esquerdo de quem Julen Lopetegui até parece vislumbrar um lateral ofensivo na ordem de Jordi Alba tem estado a mostrar muita qualidade no Arouca, aproveitando a cedência azul-e-branca para se assumir quase em imediato como uma das referências atacantes do conjunto nortenho, apresentando uma velocidade e uma capacidade de desequilíbrio que prometem dar muito que falar.

    Promessa belga que chegou cedo ao Dragão

    Joris Kayembe-Ditu nasceu a 8 de Agosto de 1994 em Bruxelas, Bélgica, e representa mesmo os “Diabos Vermelhos”, ao nível da selecção de sub-21, ainda que seja de origem congolesa. Quanto aos primeiros pontapés na bola, esses começaram por ser dados no FC Bruxelas, tendo depois o atacante passado para o Standard de Liège, que representou nas duas temporadas de júnior.

    Em 2013/14, ainda assim, na transição para sénior, Kayembe mudou-se para o FC Porto, sendo imediatamente integrado na equipa secundária azul-e-branca, onde, em época e meia, somou 44 jogos e três golos. Ora, esse bom desempenho na Segunda Liga fez com que a estrutura dos dragões entendesse que estava na hora do internacional sub-21 belga dar um salto para outro patamar competitivo, algo que justificou a cedência ao Arouca no último mercado de Inverno, sendo que Kayembe já leva mais seis jogos pelo emblema orientado por Pedro Emanuel.

    Um quebra-cabeças para qualquer lateral

    Kayembe é um daqueles extremos à moda antiga que apresenta todas as qualidades necessárias para um jogador de linha, nomeadamente velocidade, explosividade, qualidade técnica e imprevisibilidade, conjugação que o torna num autêntico quebra-cabeças para os laterais que vai enfrentando na Liga.

    Ainda assim, aos 20 anos, e com apenas ano e meio de futebol sénior, é natural que apresente ainda algumas arestas por limar, sendo que o internacional sub-21 belga deverá ainda ganhar um pouco mais de objectividade em zonas de definição/finalização, maior rigor táctico e uma maior generosidade no processo defensivo.

    Quanto a uma eventual adaptação a lateral-esquerdo, como chegou a actuar várias vezes na equipa B do FC Porto, o caminho será sempre mais longo, uma vez que a maioria dos aspectos mais crus do jovem de origem congolesa surgem ao nível do processo defensivo. Ainda assim, pela tenra idade do futebolista, e havendo um trabalho afincado nesse capítulo, não é de descurar a possibilidade de Kayembe fazer uma metamorfose para um lateral de perfil ofensivo. Eu, contudo, apostaria todas as minhas fichas no seu gigantesco potencial como ala/extremo-esquerdo.

    Foto de Capa: Futebol Clube de Arouca

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    Ricardo Figueiredo
    Ricardo Figueiredohttp://www.bolanarede.pt
    Sportinguista sofredor desde que se conhece, a verdade é que isso nunca garantiu grande facciosismo, sendo que não tem qualquer problema em criticar o seu clube quando é caso disso, às vezes até com maior afinco do que com os rivais. A principal paixão, aliás, sempre foi o futebol no seu contexto mais generalizado, acabando por ser sintomático que tenha começado a ler jornais desportivos logo que aprendeu a ler. Quanto ao ídolo de infância, esse será e corre o risco o de ser sempre o Krassimir Balakov, internacional búlgaro que lhe ofereceu a alcunha de “Bala” até hoje. Ricardo admite que ser jornalista desportivo foi um sonho de miúdo que conseguiu concretizar e o que mais o estimula na área passa pela análise de jogos e jogadores, nomeadamente os que ainda estão no futebol de formação ou naqueles campeonatos menos mediáticos e que pensa sempre que ninguém vê como o japonês, sul-coreano ou israelita..                                                                                                                                                 O Ricardo não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.