Tribuna VIP: SC Braga volta a sonhar alto na Europa, uma década depois

    Não é também estranha a evolução na construção a partir do meio-campo. Al Musrati vive o período de maior fulgor da temporada, tanto a nível da marcação defensiva, como a ajudar na saída de bola. André Horta não costuma durar os 90 minutos, mas começando de início dá à equipa uma inteligência superior a elaborar jogo. André Castro é recurso para dar ida e volta e realizar compensações posicionais, num registo tático em que o outro mano Horta, Ricardo, continua a ser chave – pela amplitude de movimentos, qualidade nos apoios, esclarecimento no passe e enquadramento ideal com a baliza adversária para ser o goleador-mor do reino bracarense.

    SC Braga 3
    Fonte: Paulo Ladeira/ Bola na Rede

    Na frente, mais para lá do efeito Ricardo Horta, Abel Ruiz tem vivido um momento de impacto notório em termos goleadores na Liga Europa – decisivo frente a Mónaco e na primeira mão face ao Rangers. Iuri Medeiros tem uma técnica elaborada a procurar envolvimentos interiores a partir do flanco direito (e a ligar com outro elemento fundamental no processo ofensivo, o lateral Yan Couto) e há um Vitinha a corresponder com golos importantes em jogos de elevado grau de dificuldade.

    O SC Braga de Carvalhal é uma equipa que gosta de potenciar a vertigem e o ataque às costas da linha defensiva adversária, mas ao mesmo tempo com jogadores para elaborar em zonas interiores e depois sim mostrar outro arrojo e aceleração mais perto da baliza contrária.

    Em termos defensivos, num sistema híbrido entre momentos com linha mais recuada com quatro ou cinco elementos, os equilíbrios têm sido mais facilmente encontrados, também por conta do posicionamento mais agressivo dos jogadores de zonas mais adiantadas. Os Guerreiros não têm vergonha de baixar mais o bloco em momentos de necessidade, mas nunca perdem a baliza dos oponentes da mira.

    Em Glasgow, o SC Braga vai tentar regressar a uma meia-final europeia, sempre ciente de que a boa pressão escocesa e a presença de jogadores de impacto mais físico do meio-campo em diante pode significar dificuldades acrescidas, sobretudo de início. Nada que os minhotos já não tenham conseguido contrariar no jogo em casa – batendo com mestria a primeira pressão escocesa a partir do minuto 25. Pela Melinha e já agora por toda uma nação, que se cumpra o sonho dos Guerreiros de Carvalhal no país do Braveheart!

     

    Artigo de opinião de Francisco Pinho Sousa,
    analista e comentador ELEVEN

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