Caldas SC 0-1 GD Estoril Praia: Época diferente, o mesmo filme

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    O duelo que Caldas Sport Clube e Estoril Praia protagonizaram esta tarde no Campo da Mata, em jogo a contar para a 3.ª eliminatória da Taça de Portugal, bem que podia ser descrito como um remake da partida realizada há quase um ano no mesmo estádio e relativo à mesma competição, já que o resultado se manteve sob circunstâncias semelhantes.

    Isto para dizer que o Estoril venceu o Caldas pela margem mínima, fazendo jus a uma exibição descolorida e sem chama, em que raramente se notou que a formação canarinha estava a defrontar um conjunto que disputa o Campeonato de Portugal.

    Tal como no ano transato, a equipa da casa surgiu naturalmente motivada, ainda para mais muito apoiada pelo público presente, que compôs uma excelente assistência no palco oestino. Com sangue na guelra, derivados dos vários jovens que formam o plantel do emblema caldense, os comandados de José Vala iam neutralizando o Estoril sem grande problema, lançando o perigo de quando em vez com transições rápidas.

    Por seu turno, embora com mais posse de bola, o Estoril revelava-se incipiente, num jogo em que o técnico da turma da Linha, Fabiano Soares, promoveu algumas alterações relativamente ao último desafio oficial. E para piorar a situação, aos 28 minutos, Mattheus teve que sair lesionado, ressentindo-se de um problema físico, sendo substituído por João Basso.

    A ausência de remates era a imagem de marca do encontro, não estranhando por isso que o nulo fosse o resultado na ida para os balneários. E a verdade é que no reatar do jogo, a toada manteve-se, com um Caldas cada vez mais crente nas suas capacidades, ao invés de um Estoril que parecia querer brincar com o fogo. Mas aos 63 minutos… o momento-chave chegou, com o Estoril a marcar o único golo da partida através Paulo Henrique, na execução perfeita de um livre directo.

    O mais difícil estava feito, a equipa canarinha colocava-se na frente do marcador, e o Caldas não revelava capacidade para incomodar verdadeiramente o guarda-redes adversário, Luís Ribeiro, apesar das jogadas envolventes continuarem, sempre com uma enorme abnegação dos atletas.

    Muita luta no relvado da Mata, eis o retrato do desafio  Fonte: Joel Ribeiro
    Muita luta no relvado da Mata, eis o retrato do desafio
    Fonte: Joel Ribeiro

    Só que no curto espaço de dez minutos, João Basso viu dois cartões amarelos corretamente mostrados por Bruno Paixão, deixando o Estoril com menos uma unidade. Reboliço nas bancadas, suplemento de alma para o Caldas, mas apenas em lances de bola parada a formação oestina conseguiu criar algum perigo, com o guardião caldense, Luís Paulo, a terminar mesmo na grande área contrária.

    Sendo assim, o Estoril acabou por garantir a passagem para a próxima fase da Taça, não apagando uma exibição apática que não causou maiores dissabores porque ao Caldas pareceu faltar instinto finalizador, embora fosse visível todo o esforço dos jogadores, sobressaindo a mobilidade e técnica de João Rodrigues na frente.

    Quanto às reacções finais, do lado estorilista, Fabiano Soares parabenizou a sua equipa pelo apuramento, deixando também elogios para o Caldas. Para o técnico brasileiro, que lamentou a lesão de Mattheus, a motivação foi um fator muito importante: “Há jogos que são mais motivantes do que outro. Quando se defrontam equipas de escalões inferiores não há tanta motivação, é natural”, afirmou.

    Em relação ao Caldas, José Vala era um treinador satisfeito, apesar da eliminação: “Foi um jogo intenso no qual tivemos um comportamento excelente. Pensámos desde início em ser tomba-gigantes, sempre acreditei na passagem”, disse, sendo acompanhado no raciocínio por Thomas Militão, defesa-central e capitão do emblema caldense, e um dos esteios do grupo, que apontou baterias para o campeonato.

    Não se fez Taça, é um facto, mas também tal como há cerca de um ano, foi muito positivo ver o ambiente criado em redor do desafio, fazendo recordar tantas e tantas tardes que marcaram o Campo da Mata, onde actua um clube com um historial de respeito no futebol português.

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    João Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
    O João sabe todos os resultados do Benfica em jogos a contar para o campeonato português desde a temporada 1993/1994. Isto quer dizer alguma coisa, não quer?                                                                                                                                                 O João não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.